Dinheiro não dá em árvore, dá em pé de café
Você está tomando inseto e achando que o café é bom- Caio Cavalcanti, Barista
Primeira pergunta: como é o seu café? espresso? forte? preto? quente quase pelando?
Ao contrário do que muitos pensam, café preto não é café bom, na verdade, é a pior qualidade do grão que poderia ter.
Breve História
O Brasil sempre foi um grande exportador de café, tanto que houve oligarquias cafeteiras na nação, contudo, a cultura de tomar um café bem preto, “forte”, e quente, vai na contra mão do pote de ouro do fim do arco-íris.
A população brasileira toma muito café, chegando a consumir 21,5 milhões de sacas de 60 kg em 2021, segundo pesquisa da ABIC. Só que não é um café de qualidade, mas sim, as sobras, em conjunto com outros “itens”, incluindo, folhas, areia, e claro, os insetos.
Mas o que isso tem a ver com economia? E com tecnologia?
Pois bem, o Brasil continua a ser um grande exportador de café, e lucra bastante com isso, mas como? Vendendo os cafés especiais.
Para um café ser especial ele primeiramente não pode ser preto, e nem “forte”. Ele deve ter as notas sensoriais aguçadas, e claro, uma boa torra. Mas o que diabos é notas sensoriais? É o “gostinho” por detrás do café, se tem gosto de frutas vermelhas, amarelas, caramelo, entre outros. E aí que está o segredo: de acordo com as notas sensoriais do grão, o seu preço eleva, bem como com o tipo de torra.
Em 2021, um café campeão foi produzido por Vitor Marcelo de Queiroz Barbosa, na Fazenda Cachoeira, em Carmo do Paranaíba, no Cerrado Mineiro. O pregão eletrônico contabilizou o valor de R$ 11.152,33 (US$ 1.961,71) pela saca de 60 quilos, o maior valor médio da história.
O diretor geral do conselho de exportadores do café cita: Além disso, cafés especiais, como fermentados com técnica parecida com a do vinho, rendem muito e custam até R$ 19 mil a saca de 60 quilos (R$ 317 por quilo; para o consumidor final, o preço fica mais alto ainda).
Os cafés especiais são tão exóticos que muitos deles são vendidos em micro lotes, ou nano lotes, ou seja: se você não os comprar logo, provavelmente, nunca mais os verá. A cada safra é uma nova explosão de sabores, e também, de dinheiro no bolso.
Cafeterias, Franquias, E Baristas (Não Batistas)
Excluindo as cafeterias que são franquias- são braz, santa clara, delta expresso, e similares- as cafeterias “raízes” movimentaram mais de 27 milhões de reais em 2021, tendo um crescimento de 64% nos últimos 5 anos.
Como o Barista (é a pessoa especializada no preparo do café) Caio Cavalcanti, citado no início do texto afirmou em um podcast, “tomar um café é um estado de espírito”, é tirar um tempo para você, curtir o momento, sozinho ou com amigos. E por isso, as cafeterias são locais para socializar, atender clientes, e também para papear com os Baristas.
Agora que já sabemos o tanto de movimentação do mercado financeiro que esse pequeno grão faz, tem ainda o ponto do setor tecnológico.
A StarBucks, uma rede de cafeteria, passou a aceitar NFT como pagamento . E isso não é à toa! O Developer Media postou uma matéria ainda em 2017 afirmando que a média dos programadores era um consumo de 5 copos de café por dia! (relembrando que o recomendado é até 4, por conta da quantidade de cafeína ingerida)
NFTs e Café
Diante disso, o StarBucks viu uma tremenda oportunidade de mercado: criar um modelo de cafeteria “fast-shop”, em que o consumidor: compra, pega e leva. De forma rápida, e eficaz, sem tanta qualidade no café, mas com uma boa variedade de itens no cardápio.
Além disso, a infraestrutura do StarBucks, na maioria das vezes, é um centro de trabalho, o que corrobora para a menor qualidade da bebida, preços mais elevados, e um ambiente mais confortável. O ponto principal é: como seu público alvo é, em suma maioria, jovens-adultos, que trabalham pela internet ou com o setor de TI, eles notaram a possibilidade de aceitar o NFT como uma moeda, o que só elevou o marketing da empresa, como uma cafeteria aberta às inovações, e que capta o que esses jovens-adultos tem a oferecer (ou como pagar) NFTs, ao invés de dinheiro físico.
Ainda que a primeiro momento os tradicionalistas possam pensar que é um “tiro no pé”, ou uma “perda de dinheiro”, já que os NFTs estão de desvalorizando, nesse artigo aqui eu falo sobre como os NFTs PRECISAM ser utilizados na vida comum, no dia a dia da população, para que não percam seu valor.
No fim...
Enfim, para aqueles que gostam de café e pensam em empreender, esse mercado é bem promissor; e para aqueles que gostam de tomar cafézinho, talvez o starbucks seja uma boa opção para você, TI person que está com a “grana curta” mas a wallet lotada de NFTs.
Esse texto é voltado para todos aqueles que gostam de café, e principalmente para a minha cafeteria favorita. Para ver/escutar o Podcast do Barista é só clicar aqui , ótimo para quem quer se aprofundar de forma engraçada.
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Este artigo foi escrito por Maria Renata Gois e publicado originalmente em Prensa.li.