Do bilhete no birô à sala de reunião
Após a pandemia e a instauração de trabalhos híbridos e remotos, muitas empresas começaram a “atolar” seus funcionários de reuniões como uma forma de mantê-los ocupados. É de suma importância relembrar que essa pressão, muitas vezes, leva a companhia a rastrear seus colaboradores, o que já foi demonstrado aqui que só prejudica o desempenho da empresa.
Reuniões, Pitches e mais Calls
Quem nunca passou por uma reunião marcada de última hora bem quando você tinha um prazo para entregar? O excesso de reuniões durante a semana deixa os funcionários mais improdutivos e, inclusive, gera perdas financeiras para as empresas.
Uma pesquisa americana constatou que reuniões desnecessárias podem custar US$ 100 milhões para grandes empresas, com mais de 5 mil funcionários.
A realidade é que os trabalhadores não precisariam estar em quase um terço das calls que participam. (Talvez essa tenha sido a melhor notícia do seu dia, não? rsrs)
Nesse estudo, foi demonstrado que são gastas cerca de 18 horas por semana, em média, em reuniões. Os participantes recusam apenas 14% dos convites — contudo, gostariam de desistir de 31% deles.
A obrigação de dizer sim
Com todas as mudanças na economia, muitas pessoas sentem-se obrigadas a dizerem “sim" ao convite da call, tanto por medo de perder seus empregos, quanto pelo motivo de que se o recusar, provavelmente terá fama ruim com os colegas ou os chefes.
Segundo os dados das pesquisas acima, as mulheres são as que mais evitam recusar reuniões, com medo de incomodar a equipe (e obviamente, perderem seus empregos).
Gap e Distância
Infelizmente, muitos gerentes não conversam com o time sobre como e quando recusar reuniões já que, em sua maioria, são eles que fazem o convite. Muitos desses cargos de chefias são ocupados por pessoas não líderes, que só desejam aumentar o lucro da empresa e, de forma irônica, acabam o diminuindo.
Também, claro, há pessoas que não gostam de “perder” a call por terem que buscar as atualizações das pautas depois (e os colegas nunca dizem tudo o que aconteceu…).
A Statista comprovou que os cargos de chefia são os que mais gastam tempo em call, chegando a 22 horas de reunião semanais segundo a fonte Otter.
Alerta vermelho
Muitas das vezes, essas reuniões não possuem uma pauta prévia, ou um limite de conversa, prejudicando e muito o engajamento dos funcionários e de sua produtividade. Alongar-se demasiado nessas reuniões gera cansaço e fadiga, impactando diretamente na qualidade das ações.
Ainda, foi visto que checar e enviar e-mails, mensagens e fazer outras tarefas de trabalho são as principais atividades por trás das horas de ligação de vídeo (ninguém gosta de ficar 1 hora escutando o chefe falar a mesma ladainha, correto?).
Isso acaba sendo um tempo em que o funcionário normalmente aproveita para se alimentar, checar as mídias sociais, ou simplesmente desfocar sua atenção do tópico principal rsrs. Esta é só é uma consequência da falta de conexão entre o motivo da reunião e o que o funcionário necessita.
Triplicou os gastos
Um estudo da Microsoft sobre comunicação corporativa mostrou que o tempo gasto em reuniões mais do que triplicou desde fevereiro de 2020 — e os encontros semanais dobraram (efeito da pandemia e da desconfiança…).
Agora, adicione a este fato os incômodos dos trabalhadores nas reuniões online, que se sentem fadigados por muitas vezes repetirem o mesmo tópico anterior, sem deixar que eles suscitem novas ideias ou participem ativamente. Obviamente, isso pode gerar problemas para empresas que não fazem uso das calls da melhor forma.
É mister dizer que nem todas as calls são ruins. Se feitas com planejamento, clareza e objetividade, as videoconferências podem ser essenciais para determinados objetivos, principalmente para falar sobre temas mais delicados, e para aqueles que despendem tempo demasiado no trânsito. O importante é manter-se atento e sempre tentar perguntar aos membros da equipe o que eles sinceramente acham das ações da empresa.
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Este artigo foi escrito por Maria Renata Gois e publicado originalmente em Prensa.li.