Do topo até a falência
A google pediu falência. Na Rússia.
Não é novidade que, com a guerra da Ucrânia X Rússia, várias sanções aconteceram, tanto da parte ocidental, quanto da oriental.
Sim, de novo o Gás
Nesse artigo aqui eu falo sobre os problemas que estão sendo enfrentados pela comunidade europeia, já que a distribuição de gás vinda de Putin foi cortada. A situação é tão grave que a Alemanha está próxima de uma “recessão” de gás natural, já que seu PIB provavelmente diminuirá 0,3% em detrimento da falta de abastecimento desse combustível.
O instituto IFO, bem sólido na comunidade europeia, dissertou sobre o assunto:
“As reduções no fornecimento de gás pela Rússia durante o verão e os aumentos drásticos nos preços que causaram estão provocando estragos na economia."
"Estamos caminhando para uma recessão de inverno", resumiu Timo Wollmershäuser, diretor de estudos conjunturais deste instituto.
Segundo pesquisas realizadas pela fundação, a situação poderá "normalizar" em 2024 com um "crescimento de 1,8%". (esperamos que isso ocorra) mas, no intermeio disso tudo, não é só o gás que está sendo afetado, como também, a Google.
Google e sua Falência
Depois de ter seus serviços cortados após a guerra da Ucrânia, a Google ficou sem ter como pagar fornecedores e funcionários daquela localidade, além de, obviamente, ter sido censurada. Por isso, a empresa entrou com uma ação no Tribunal de Moscou solicitando a falência da companhia, que foi realizada pela unidade da Alphabet no país. A controladora do Google fez o pedido pouco após o início da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
O interessante é que somente o buscador vai sair do país. Outros serviços como Gmail, Google Maps, Android e Play Store ainda estão disponíveis, e devem continuar por bastante tempo.
Nas palavras do porta-voz da companhia, "essa apreensão da conta bancária tornou insustentável o funcionamento do escritório na terra do Putin.”
LGPD e GDPR é para os fracos
Se as empresas europeias estão com medo das sanções da GDPR em relação a dados pessoais, a Google tem uma barreira ainda maior: a censura russa.
Em julho de 2022, a companhia foi multada em cerca de R$ 2 bilhões, e qual o motivo?
Bem, a gigante tecnológica não removeu conteúdos considerados “ilegais” pelo governo russo, em outras palavras, ela divulgou a realidade da Rússia, focando principalmente em difundir informações relacionadas à guerra. O governo de Putin aplicou a punição fundamentando que a Google não tinha desindexado vídeos do Youtube relacionados às batalhas. (Na terra de Dostoievski não será possível assistir a vídeos de soldados abraçando seus familiares, ou comentários sobre a realidade fática que assola o país.)
Ainda, em março de 2022, a Rússia já tinha feito um boicote à empresa do Vale do Silício, quando suspendeu o serviço de publicidade on-line na nação continental. Ou seja, a Google só poderia deixar “rodando” serviços gratuitos na terra congelante e, por isso, não consegue ter o retorno financeiro necessário para pagar seus empregados.
Rússia e China, BFFs desde o tempo da Guerra Fria
Que a Rússia e China possuem um forte vínculo, ninguém pode negar. Ainda que a Rússia não seja mais exposta publicamente como comunista, a China segue forte nesse sistema, e parece que compartilhou de alguns de seus ideais com sua irmã europeia.
Enquanto na nação asiática as redes sociais são, majoritariamente, proibidas - e comprar um chip “global” além de ser caro pode levar a punições, o Weibo, uma plataforma similar ao Twitter, é a mídia social mais utilizada pela nação do Xi Jiping e, obviamente, é monitorada pelo Governo.
Será que a Rússia está se preparando para o lançamento de uma nova rede social? Só esperar as cenas dos próximos capítulos.
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Este artigo foi escrito por Maria Renata Gois e publicado originalmente em Prensa.li.