Elon Musk anuncia demissão de 10% de colaboradores
A bruxa continua solta no mercado mundial em meio a um possível cenário de recessão que parece certo para os próximos meses até em países mais ricos como os EUA. Dessa vez, a notícia é sobre o anúncio do bilionário Elon Musk que divulgou a demissão de 10% dos funcionários da empresa Tesla.
Para quem não sabe, a Tesla é uma grande montadora de carros elétricos. O anúncio do corte de pessoal foi feito durante o Fórum Econômico do Catar, organizado pela Bloomberg na última terça-feira (21).
A notícia gerou revolta entre os funcionários da empresa que entraram com uma ação contra a Tesla alegando que a decisão de realizar uma "demissão em massa" viola a lei federal, já que não houve aviso prévio dos cortes que seriam realizados.
Em entrevista à Bloomberg, Elon Musk explicou que os cortes acontecerão porque o crescimento dessa categoria de profissionais foi mais acelerado do que o planejado anteriormente pela companhia. A ideia, agora, segundo o bilionário, é aumentar o número de profissionais que recebe por hora.
O anúncio vai ao encontro de uma tendência mundial de relações trabalhistas pautadas prioritariamente pela informalidade e por contratos de trabalho por hora ou por produção.
Vale apontar que o CEO da Tesla explicou que, em até um ano, a expectativa é que o quadro total de funcionários cresça e que a redução de agora não será “significativa”. Em todo o mundo, a companhia de veículos elétricos possui atualmente cerca de 100 mil funcionários.
Onda de demissões
A divulgação da demissão em massa, contudo, não é uma prerrogativa utilizada exclusivamente pela Tesla para conter as dificuldades oriundas de um mercado em crise.
Afinal, várias outras empresas, como as startups, estão fazendo grandes cortes de pessoal para enxugar as despesas e sobreviver a uma economia mundial instável após a pandemia de Covid-19 e o início da Guerra entre Rússia e Ucrânia. Cenário assustador, não é mesmo? No Brasil, startups como QuintoAndar e, mais recentemente, empresas como a Shopee já fizeram cortes significativos de pessoal.
Recessão nos Estados Unidos
A possível recessão nos Estados Unidos tem sido uma preocupação crescente para os principais executivos, o Federal Reserve e o governo do democrata Biden. Uma recessão estadunidense poderia aprofundar o cenário de crise brasileira, que já tem se mostrado forte com a alta da inflação e o retorno do país ao mapa da fome com 33 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar.
Nos Estados Unidos, a disparada da inflação, que acumula alta de 8,6% nos últimos 12 meses, surpreendeu o Banco Central do país, que forçou uma súbita mudança de postura com o aumento dos juros para tentar conter o processo inflacionário.
Contudo, o presidente do Federal Reserve (Banco Central dos EUA), Jerome Powell, reconheceu que será desafiador trazer a inflação de volta para a meta de 2% ao ano e manter o mercado de trabalho aquecido ao mesmo tempo, admitindo que a alta acelerada dos juros pode levar a maior economia do planeta a uma recessão.
Esperamos que os cenários pessimistas não se concretizem e as economias mundiais reajam para voltar a gerar mais empregos e reduzir a inflação.
Este artigo foi escrito por Caroline Brito e publicado originalmente em Prensa.li.