Empreendedorismo Feminino no contexto do Open Finance
O empreendedorismo feminino é uma ferramenta poderosa para a inovação e flexibilidade diante de uma economia em mudança e afetada por fatores, como uma pandemia.
Apesar do fato das mulheres constituírem como uma parcela crescente da força de trabalho, ainda enfrentam muitos desafios. Isto é especialmente verdade para as empresárias, que muitas vezes precisam superar uma série de obstáculos para iniciar e fazer crescer seus negócios.
De acordo com pesquisas do Sebrae, a liderança feminina é responsável por mais de 10 milhões de empreendimentos no Brasil. Isso representa a participação em 34% no mercado.
A pandemia de COVID-19 impactou no crescimento do empreendedorismo feminino no Brasil. Muitas mulheres se tornaram empreendedoras para tomar suas próprias decisões, sustentarem suas famílias, tornarem-se independentes e estabelecerem identidade e status social.
Outro fator importante para incentivar a inovação foi garantir renda para manter a família e os filhos após a perda de um posto de trabalho. Cerca de 13,9% ficaram desocupadas no segundo semestre de 2021, frente a apenas 9% dos homens, segundo dados da PNAD Contínua.
O estudo Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM), divulgado em 2021, constatou que 55% das empresas foram criadas por mulheres durante o período mais intenso da pandemia.
Muitas empresárias construiriam seus negócios apostando em novidades e com um pensamento disruptivo para encontrar uma forma de sobreviver enquanto havia distanciamento social.
Neste contexto, desenvolver o empreendedorismo feminino é de vital importância para economia. Por isso, incentivar lideranças, o uso de tecnologias e a participação em mercados inovadores, como o Open Finance, é fundamental para as mulheres se desenvolverem.
Confira neste artigo, como estamos conseguindo desenvolver mulheres líderes, empreendedoras e que podem ajudar a economia.
Como desenvolver lideranças femininas?
A ONU (Organização das Nações Unidades) criou uma data comemorativa para reforçar a importância do empreendedorismo feminino. No dia 19 de novembro, o protagonismo das mulheres é celebrado e incentivado.
As lideranças femininas estão se levantando e tomando conta de seus destinos como nunca, usando suas capacidades de inovação e flexibilidade para iniciar negócios, liderar organizações e criar mudanças em suas comunidades.
Em diferentes tipos de negócios, as mulheres estão assumindo papéis de liderança e conduzindo todos através do caminho da inovação.
Com o empreendedorismo feminino, surgem novos postos de trabalho, além de oportunidades de crescimento e desenvolvimento.
No entanto, as empresárias ainda enfrentam desafios significativos nas economias em desenvolvimento.
Os novos empreendimentos são frequentemente subfinanciados e recebem pouco apoio, o que pode dificultar o sucesso das mulheres no mundo dos negócios.
De modo a ajudar a revelar o potencial das mulheres empreendedoras nas economias em desenvolvimento, precisamos fazê-lo:
-Proporcionar acesso a investimentos com menos burocracia;
-Fornecer a informações sobre como iniciar e manter um negócio;
-Incentivar a educação financeira e o uso da tecnologia;
-Apoiar organizações locais que corroborem com empreendedoras;
-Encorajar os governos a investir em programas de empreendedorismo feminino.
Outra medida importante é incentivar o uso do Open Finance e seu ingresso no setor para fomentar o empreendedorismo feminino, criar oportunidades e fortalecer a economia.
Como o Open Finance contribui para o crescimento do empreendedorismo feminino?
Neste cenário atual, pós-pandemia, para a economia se manter em crescimento, diversos mercados devem estar atuantes, incluindo o uso de tecnologia em atividades diferentes.
O aceleramento do processo de digitalização fomentado pelos períodos de distanciamento social, tornou-se essencial para iniciar e manter os negócios.
Como muitas empreendedoras precisavam do mundo digital para divulgar seus produtos ou serviços e fazer negócios, procuraram qualificação e novas formas de trabalhar.
O uso das Redes Sociais foi acentuado, pois, essa vitrine virtual, foi amplamente utilizada para divulgar empreendimentos femininos.
Conforme pesquisa do IRME (Instituto Rede Mulher Empreendedora), 89% as empresárias utilizaram aplicativos de mensagens, 83% redes sociais, 67% blog ou site e 55% usam marketplace e e-commerce para vender seus produtos ou serviços.
Assim, torna-se fundamental que as mulheres sejam incentivadas a empreender com o uso da tecnologia, independentemente de sua área de atuação, com uma mente disruptiva e pronta para trabalhar com inovação.
Neste contexto, o Open Finance proporciona benefícios, como organizar e melhorar a saúde financeira dos empreendimentos femininos.
Como ocorre o compartilhamento de dados, a empreendedora pode escolher os serviços mais interessantes, conforme suas taxas. Essa possibilidade de escolha ajuda a reduzir custos.
Além disso, diminui a burocracia e facilita o acesso a soluções mais competitivas, centraliza as informações do negócio em um lugar, torna os processos financeiros mais eficientes e otimiza o tempo dedicado a gestão financeira.
Assim, caso uma empreendedora quiser conectar um aplicativo de orçamento à sua conta bancária, por exemplo, terá a liberdade de conceder a autorização ao software.
Os clientes mantêm o controle sobre a quantidade de informações que compartilham e as empresas só podem recuperar ou usar esses dados se receberem permissão.
Como se trata de um sistema financeiro que recorre à APIs para conectar bancos e compartilhar dados, o empreendedorismo feminino pode desfrutar de uma posição de vanguarda na melhoria de acessibilidade e conveniência dos serviços financeiros.
Uma vez implementado, o Open Finance permitirá, por exemplo, o desenvolvimento de painéis financeiros, reunindo dados de consumidores, como investimentos, economias e fluxo de caixa, tudo em um só lugar.
Ao compartilhar dados financeiros com terceiros confiáveis, os clientes podem receber produtos e serviços personalizados que representam um negócio melhor para as empreendedoras e seus clientes.
Este artigo foi escrito por Thais de Paula e publicado originalmente em Prensa.li.