Engenheiro da Google alega que IA desenvolveu consciência
C.S Lewis em Abolição do Homem afirma no capítulo 2 que quando a ciência e a tecnologia avançam, também se avança o poder de certos homens sobre outros. O problema em questão é que essa frase deverá ser modificada, visto que, será o poder sobre outros ENTES.
Esse engenheiro revirou a internet, bem como abalou de certa forma a política, já que, a IA teria dito que desejava que os humanos a vissem como de fato uma “pessoa”. O Prof. Diogo Cortiz, PhD e docente da PUC-SP, afirma que não se passou de um equívoco do engenheiro, fundamentando sua teoria em um artigo do cientista cognitivo Hofstadter em que a IA- por enquanto- estaria longe de qualquer entendimento. A própria IA, nos dias de hoje, nem entenderia o que ela mesmo estaria dizendo, sendo basicamente um papagaio que repete o “input” que foi colocado.
O professor ainda termina com uma questão bastante peculiar e interessante: “o que é para um computador ser um computador?” (Parodiando o artigo de Thomas Nagel de 1974 sobre “What is like to be a bat?”.) Basicamente, nós humanos, não sabemos descrever o que é ser um morcego, do ponto de vista de um morcego, nem saberíamos descrever o que é ser um computador, para um deles.
O ponto nodal é qual a modificação na estrutura social e política que essa suposta IA consciente geraria. Primeiramente, temos que relembrar que na frase de Lewis quem detém as tecnologias de última geração, geralmente, detém o maior poder.
Isso é facilmente visto na atual guerra da Ucrânia x Rússia. A segunda, gigante territorial, com séculos de história, potência econômica, e vanguarda de guerra, já a Ucrânia, país recente, pequeno, sem grandes marcos históricos, mas que apostou em uma política de incrementação e desenvolvimento tecnológico. O embate já dura mais de 100 dias, e infelizmente não vemos quando isso vai acabar. O foco é que: muitos diziam que a Ucrânia seria aniquilada, ou que a Rússia ganharia facilmente, ledo engano.
Penso que ainda que se seja detentor de fato e de direito dos aparelhos tecnológicos, ou de entes eletrônicos, de alguma forma ou de outra, eles mesmo terão autonomia de suas ações, e por conseguinte, podendo ocasionar tragédias tão normalizadas nas ficções científicas, como em This is Us. Não sabemos se foi apenas uma ilusão do engenheiro, ou se ele é o novo Edward Snowden, expondo ao mundo os avanços tecnológicos e os "podres" do estado da arte de TI.
Para mais conteúdo @renatadegoisoficial
Este artigo foi escrito por Maria Renata Gois e publicado originalmente em Prensa.li.