Escritoras negras brasileiras que não podem faltar na sua estante
Uma das coisas que a pandemia trouxe para os brasileiros/as foi o aumento do interesse pela literatura. Seja como auxílio nos estudos remoto, seja para focar no crescimento pessoal ou até mesmo para simples distração...
Hoje a gente vem com uma lista de escritoras negras que não podem faltar na sua estante!
Reconhecendo a prata da casa
Muito se sabe da grande gama de escritores que nosso país abriga, hoje, porém, vamos celebrar aquelas cujo talento e contribuição social vem sendo reconhecidos somente ultimamente. Escritoras negras que trazem representatividade e conhecimentos pessoais na sua escrita ( Que mais tarde Conceição Evaristo chamará de ESCREVIVÊNCIAS) , aproximando uma parte da população da literatura e de temas relevantes para a sociedade.
Vamos, então, celebrar o talento dessas mulheres
Bora lá!
1. Maria Firmina dos Reis
A número um de nossa lista não poderia ser outra pessoa! Maria foi a primeira escritora negra brasileira. Nasceu em 11 de março de 1822 em São Luís do Maranhão.
Seu primeiro romance publicado foi Úrsula, em 1859, considerado o primeiro romance de uma mulher no Brasil. Em 1887 publicou na Revista Maranhense o conto A Escrava, no qual conta a história de uma abolicionista. Em 1888 escreveu o Hino da libertação dos escravos.
Quando completou 34 anos de magistério, aos 54 anos de idade, fundou a primeira aula mista e gratuita do estado do Maranhão, na qual lecionava todas as manhãs num barracão em Maçaricó. Foi considerada ""um experimento ousado para a época"" pela Academia Norma Telles.
Maria Firmino morreu cega com 95 anos, sendo a única mulher com um busto na Praça do Pantheon.
2. Carolina Maria de Jesus
Autora do clássico Quarto de Despejo, Nascida em 14 de março de 1914 no estado de Minas Gerais. Uma das mais importantes e entre as primeiras escritoras negras, Maria também era compositora e poetisa. Moradora da comunidade de Canindé (SP), Carolina era catadora e usava os papéis que encontrava entre os recicláveis para registrar seu cotidiano. Foi descoberta por um jornalista e em 1960 publicou seu primeiro livro: Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, que posteriormente foi publicado e traduzido nos EUA. Morre aos 62 anos de idade devido a uma insuficiência respiratória, deixando obras como: Casa de Alvenaria: Diário de uma ex-Favelada (1961), Pedaços de Fome (1963) e Provérbios (1963).
3. Lélia Gonzalez
Uma das fundadoras do grupo Olodum, Lélia é uma intelectual, política, antropóloga e professora nas décadas de 60 a 80. Autora de um dos maiores clássicos da literatura negra, Festas Populares no Brasil, lançado em 1987. Nascida em 1 de fevereiro de 1935, na cidade de Belo Horizonte, foi uma das pioneiras em sobre cultura negra no Brasil e co fundadora do Instituto de Pesquisas das Culturas Negras do Rio de Janeiro (IPCN-RJ) e do Movimento Negro Unificado ( MNU). Também é autora de Lugar de negro e Por um Feminismo afro-latino-americano, após sua morte em 11 de julho de 1994, Lélia deixou um legado extenso de artigos e ensaio.
4. Roberta Estrela D’alva
Nascida em 18 de fevereiro de 1978 em Diadema SP, é atriz, pesquisadora, produtora cultural e poeta brasileira. Foi uma das pioneiras no Brasil do Poetry Slam, publicou seu primeiro livro em 2014, Teatro Hip-Hop, a Performance Poética do Ator-MC.
5. Maria Gal Quaresma
Mais conhecida como Maria Gal, é produtora brasileira e atriz soteropolitana nascida em 10 de janeiro de 1976. Gal é uma das fundadoras da Companhia de Teatro Os Crespos e entrou para o hall de escritoras negras com o livro infantil A Princesa e a Bolha de Sabão, onde fala sobre bullying e racismo entre as crianças.
6. Conceição Evaristo
A primeira de sua casa a conseguir um diploma universitário, Conceição Evaristo é um ícone! Nascida em Belo Horizonte, MG, É uma das maiores escritoras do Brasil. Sua obra Ponciá Vicêncio, publicada em 2003, é um marco para a literatura negra. Abordando temas como discriminação racial, de gênero e de classe, sendo traduzido para o inglês em 2007. Conceição representar a mulher negra no âmbito literário e acadêmico.
Esse foi o top 6 de escritoras negras brasileiras! A lista é simbólica, claro! O número de boas escritoras é extenso, mas essa pode ser uma ótima oportunidade de expandir horizontes e, quem sabe, dar uma chance a essas mulheres maravilhosas que vem contribuindo efetivamente para o desenvolvimento social, até porque, conhecimento nunca é demais!
Imagem de capa - Monstera - Via Pexels
Este artigo foi escrito por Roxanne Soares e publicado originalmente em Prensa.li.