💎 ESG: sustentabilidade financeira e social
Pesquisa da Deloitte indica frentes ESG; os fatores ambientais, sociais e de governança no Brasil e algumas iniciativas ao redor do mundo nesta edição da Prensa Open.
Qual é o papel da ESG na inovação sustentável do sistema financeiro?
Na Prensa Open de hoje veremos iniciativas do setor em direção à aplicação ESG (Environmental, Social, and Governance).
Uma recente pesquisa da Deloitte mostra que os bancos e demais agentes do ecossistema financeiro têm duas principais frentes ESG e ambas demandam tecnologia. O estudo, feito em parceria com a Febraban, aponta que a primeira frente é a oferta de produtos e serviços inclusivos e a outra envolve as ações dessas organizações para a inclusão cidadã e econômica do Brasil em distribuição de renda e acessibilidade.
Empresas que demonstram responsabilidade social, ambiental e climática tendem a ser mais valorizadas por consumidores e investidores. Ao promover e implementar processos robustos de gerenciamento desses riscos, os bancos se posicionam estrategicamente para enfrentar desafios, bem como para preservar a segurança das suas operações e seus investimentos a longo prazo.
🤝 ESG na prática
ESG são critérios de conduta ligados à sustentabilidade das empresas, visando, principalmente, a redução dos impactos dos negócios ao meio ambiente e à sociedade como um todo — além da compreensão de como estes podem ajudar a reduzir riscos financeiros. Em investimentos, significa uma aplicação que, além das métricas econômicas, incorpora questões ambientais, sociais e de governança como parâmetros de análise.
Fatores ambientais: ligados à minimização dos impactos na natureza e ao uso adequado de recursos naturais, gestão de resíduos químicos, eficiência energética, etc.
Fatores sociais: como relacionamento com colaboradores, postura referente a inclusão e diversidade dentro da empresa, privacidade e proteção de dados e interação com as comunidades locais.
Fatores de governança: se referem a independência do conselho, ética, transparência na prestação de contas, combate à corrupção, entre outros.
No último ano o Brasil registrou um avanço considerável na adoção de práticas de sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG) por parte das empresas, segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil. O estudo entrevistou 687 executivos e indicou que 71% das empresas no país já iniciaram alguma ação de ESG. Além disso:
86% das empresas que acreditam na inovação entendem que ela deve caminhar junto com o ESG, não apenas para fortalecer a marca, mas por convicção.
78% dessas empresas consideram essencial ter um impacto positivo em questões ambientais e sociais.
40% dos entrevistados responderam que a dificuldade de mensurar ações e indicadores atrapalham no desempenho da agenda.
32% dos executivos apontam a ausência de uma cultura forte de ESG por parte das empresas.
a falta de recursos financeiros e de uma metodologia adequada ainda é 30% da justificativa das empresas e instituições para não administrarem ações de ESG.
a alta complexidade das regulamentações é citada por 25% das empresas que ainda não adotaram as práticas de ESG.
67% acreditam que a responsabilidade sobre a implementação da agenda deve partir do governo.
51% acreditam tratar-se de uma responsabilidade da sociedade civil, enquanto 26% atribuem a responsabilidade aos colaboradores.
NUBANK + IA
O Nubank está comprando a Hyperplane – uma startup de inteligência artificial fundada há dois anos por três brasileiros e um indiano no Vale do Silício. Felipe Lamounier, um dos fundadores da Hyperplane, disse ao Brazil Journal que a startup ajudou o Nubank a jogar luz sobre os chamados ‘dados não estruturados’, “que são extremamente valiosos e normalmente não são usados no processo de underwriting de crédito”. Os dados de comportamento de uso, como as sequências de cliques e os textos, são muito importantes nesse processo.
Uma das métricas analisadas é a ‘area under the curve’, que mede quanto o modelo consegue predizer a inadimplência — métrica essa que, segundo David, teve melhoras com o uso dos algoritmos da Hyperplane. O banco fez testes com as redes neurais da Hyperplane e conseguiu provar que, de fato, a modelagem da startup supera seus algoritmos internos.
Around the world!
🌏 Na Europa, todos os fundos com termos relacionados a ESG em seus nomes devem garantir que pelo menos 80% de seus investimentos atendam aos objetivos de sustentabilidade. O objetivo das diretrizes da European Securities and Markets Authority (ESMA) é garantir que os investidores sejam protegidos de alegações infundadas ou exageradas em nomes de fundos e fornecer aos gestores de ativos critérios claros para avaliar quais termos relacionados à sustentabilidade são apropriados para uso em nomes de fundos.
🌍 Por outro lado, no continente africano as implicações da mudança para um sistema de avaliação rígido, porém vago, podem ser especialmente desafiadoras para empresas e economias africanas, que são altamente dependentes de fluxos de capital que agora devem estar à altura do exigente padrão ESG.
Declínio de investimentos para fundos ESG
A dificuldade de definir e traduzir metas ESG em critérios objetivos torna o conceito vulnerável a distorções e contradições. Um exemplo é a prática enganosa de “ greenwashing ”, que se tornou uma preocupação crescente em vários setores e tem relevância especial para a África.
🌏 Na Austrália, a associação bancária apontou que o regime de Direitos de Dados do Consumidor não está sendo usado pelos clientes bancários três anos após entrar em vigor. De acordo com a Associação Bancária Australiana, apenas 0,31% dos clientes bancários estavam usando o regime e mais de 50% dos acordos de compartilhamento de dados foram descontinuados ou expirados ao longo do ano.
Apesar do investimento governamental significativo de A$ 1,5 bilhão (US$ 1 bilhão) no setor bancário desde 2018, outras inovações digitais, como carteiras móveis e PayID, tiveram uma aceitação materialmente maior do cliente três a quatro anos após o lançamento, segundo a ABA.
No entanto, o presidente da FinTech Australia Rehan D'Almeida, discorda de muitas das descobertas da revisão da ABA. Ele argumentou que métricas como o número de usuários, o número de consentimentos e o número total de chamadas de interface de programação de aplicativos, que não estão disponíveis publicamente, sejam divulgadas pela Comissão Australiana de Concorrência e Consumidor e pelo Tesouro Australiano.
Lançado em maio de 2024, o Mapa do Ecossistema de Open Banking da FinTech Austrália aponta para 175 ofertas de open banking atualmente ativas no país.
Essa foi a sua Prensa Open da semana! Te vejo novamente na quinta-feira que vem, combinado?