"Estou com Medo Dave"
“Desculpe, Dave, estou com medo e não posso fazer isso.”- Hall 9000, 2001 Uma Odisseia no Espaço
No filme 2001 uma Odisseia no Espaço, um dos clímax do longa (que verdadeiramente dura mais de 180 minutos) é quando a máquina afirma ter uma sensação de “medo”.
Algumas semanas atrás, um engenheiro da Google afirmou que a IA do buscador estava evoluindo e criando sensações, bem como sentimentos. Grande parte da comunidade científica disse que isso era impossível visto o atual nível de Inteligências Artificiais, contudo, parece que a Xiaomi vem abalar essa crença.
A empresa chinesa revelou, em agosto de 2022, a criação de um robô humanoide, intitulado CyberOne. O anúncio foi feito em meio a uma conferência em Pequim, que seria sobre o lançamento do novo celular Android dobrável da marca, o Mix Fold 2, só que o que chamou atenção não foi o telefone móvel.
O robô mede 1,77 m e pesa 52 kg, tendo como "massa cinzenta" uma inteligência artificial capaz de identificar até 85 tipos de sons ambiente e 45 tipos de emoções humanas.
Abram Alas, o futuro chegou
Em meio a sua estreia, o CyberOne interagiu com o CEO da Xiaomi, Lei Jun. O ser maquinário até entregou flor para “seu criador”, além de ter tirado uma selfie com o mesmo.
Segundo o conglomerado Chinês:
“O CyberOne consegue se locomover até que bem, com uma precisão de 30 nm (nanômetros), e possui 21 graus de liberdade de movimentação, tendo uma resposta de 0,5 ms (milissegundo) por ação. Cada eixo é equipado com um motor de apenas 500 g e suas mãos aguentam um peso de até 1,5 kg.”
É importante relembrar que o robô foi criado pela Xiaomi Robotics Lab, o braço do conglomerado dedicado à robótica.
No evento da empresa em 2021, a marca chinesa revelou o CyberDog, um robô em formato de cão bem veloz. O mesmo conseguia atingir até 11,5 km/h, além de fazer algumas acrobacias.
Na época, a Xiaomi afirmou que divulgaria o código do cão robô, para que engenheiros e desenvolvedores mundo a fora pudessem trabalhar nele e ajudá-los.
Vai ser só para os ricos?
Ainda não se sabe se o CyberOne vai ser comercializado para o público em geral. O CEO afirma que o objetivo é a criação e desenvolvimento do ser, para ajudar na mecanização de fábricas, serviços automatizados e alguns outros setores.
O custo de fabricação do robozinho, segundo o site Engadget, é de aproximadamente 600 mil a 700 mil yuans (cerca de R$ 459 mil a R$ 536 mil). Ou seja, a princípio, pessoas comuns não terão a possibilidade de tê-lo.
E a Tesla?
Aqui na minha página já abordei diversas vezes as empresas de Musk e, infelizmente, parece que elas estão sempre ocupando o segundo lugar.
Em 2021, a Tesla anunciou a criação de um Tesla Bot, um robô que seria capaz de realizar afazeres considerados perigosos para os humanos. Como de praxe, a Tesla ainda está na fase de protótipo e, de novo, em segunda colocação.
Isso muda o quê para mim?
Nesse artigo daqui eu falo sobre como os robôs possuem a possibilidade de “roubar” o seu emprego, e de muitos outros humanos. Vários cientistas recitavam a ideia de que, se o trabalho humano for feito com criatividade e emotividade, provavelmente, as máquinas não iriam conseguir substituir os humanos. Parece que eles estavam enganados.
Uma IA já ganhou um prêmio de melhor obra de arte lá nos EUA e, ainda que seu criador afirme que foi somente um instrumento, várias pessoas pensam de maneira divergente. Logo, parece que até as formas artísticas, que estariam nas últimas posições de trocar seres humanos por robôs, já estão sendo afetadas.
Agora é esperar as cenas dos próximos capítulos, e descobrir se o engenheiro do Google falou a verdade, ou não.
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Este artigo foi escrito por Maria Renata Gois e publicado originalmente em Prensa.li.