Ética nacional
Não há como negar, o Hino Nacional Brasileiro é muito mais do que um símbolo patriótico. Ele descreve com maestria seus cidadãos e sua casa, o Brasil. No entanto, o espírito de orgulho, amor, devoção à pátria, descrita pela estrofe: “Mas, se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge à luta, nem teme, quem te adora, a própria morte”, está inerte entre a maioria dos brasileiros.
Na contemporaneidade, parte dos cidadãos brasileiros age involuntariamente e com desentusiasmo em relação à sua pátria mãe, dando vez à desvalorização e ao desrespeito à ética nacional.
Eventualmente, depara-se com a frase: “eles são todos corruptos”, no entanto, é notório uma conformidade dos indivíduos que a ressaltam e, então, não fazem nada de concreto para alterar essa realidade. Ainda, na grande maioria, os cidadãos que costumeiramente a repudiam, portam-se da mesma forma, praticando-a no seu dia a dia.
Como afirma o historiador brasileiro Leandro Karnal, “não existe político corrupto e população correta”. Logo, há, entre a população brasileira, uma incontestável urgência em se revisitar o conceito de ética, para, somente depois, agir e questionar seus representantes.
Conseguinte a isto, levando em consideração que a ética nacional é, em sua definição mais compreensível, o comportamento dos cidadãos frente às regras morais do país, nota-se um complexo e equivocado pensamento do “jeitinho brasileiro”, a saber, quando se procura fazer algo da maneira mais fácil e rápida, embora não seja a maneira certa de se fazer tal ação.
Todavia, perante a isso, é lastimável e, sobretudo, inaceitável que uma sociedade continue a se desvalorizar, a manchar a sua ética nacional exibindo-a como se fosse algo normal, o “padrão brasileiro”.
Enfim, considerando que o nosso país dispõe de exímios símbolos nacionais, no qual seus cidadãos são enaltecidos como um povo heroico, bravo, que faria de tudo pela sua pátria, na atualidade, quase que diariamente, a sua imagem é desmantelada por seus próprios compatriotas, denegrindo a ética nacional.
Isso posto, é necessário tratar com urgência tal problemática, investindo e ofertando, por meio do Ministério da Educação, uma base curricular em que a ética nacional seja tratada e estimulada já nos primeiros anos escolares.
E, somente assim, talvez no futuro, o Brasil seja visto como um país em que seus cidadãos ajam tal qual retratado em seu Hino Nacional, como uma nação forte e inabalável, optando sempre pelo caminho correto.
Este artigo foi escrito por Jeferson Scheibler e publicado originalmente em Prensa.li.