Existe música boa fora do mainstream?
O que você considera música boa? É aquela que te faz dançar? Aquela que te arrepia? Aquela que te faz chorar? Bem, independente do estilo, vou te contar: sim, existe.
Nem sempre o que está no mainstream nos agrada e existem diversos trampos no independente que mexem com a gente. Sem contar que na mídia tradicional o jabá continua rolando solto, o que nos mostra que a constância da música na mídia tradicional signifique sucesso de público.
Para descobrir músicas alguns anos atrás, ficávamos com o ouvido colado no rádio e com a fita k7 esperando para ser gravado ou com os olhos colados na TV sintonizada na MTV esperando os clipes. Já na era dos CD’s, trocávamos com os amigos para ouvir artistas que não conhecíamos. Com a expansão da internet, isso mudou para melhor (ainda bem).
Vou te contar uma breve história: em 2006, uma adolescente carioca chamada Paula, começou a achar as playlists das rádios repetitivas e chatas. Nessa de ficar navegando na internet o dia inteiro, descobriu o MySpace e fuçando a plataforma, conheceu diversos trabalhos musicais, incluindo uma banda do Rio Grande do Sul, da qual se recorda da música até hoje. E depois disso, começou a buscar por shows próximos e passou a frequentar e não parou mais. Essa história é real e é minha.
A internet é uma das melhores ferramentas já criadas e isso pode ser usado a nosso favor. Seja para mostrar o trampo para o mundo como para descobrir ferramentas funcionais e músicas também. Hoje temos o streaming arrebatando tudo. O Spotify tem anunciado mudanças significativas e que tem deixado grandes gravadoras pistolaças! Nesse post do Clemente Magalhães explica mais a fundo.
Hoje está mais fácil de encontrar novos artistas e isso é um puta avanço. A Paula de 2006 ficava dias procurando músicas de artistas independentes que agradasse. Hoje é só abrir o Spotify/Deezer/YouTube e digitar o nome de uma banda. A partir daí, a ferramenta já indica artistas relacionados. Um exemplo prático: provavelmente você já ouviu falar da Scalene.
Tente criar uma playlist — pode ser só para você — e deixe somente uma música da Scalene ou qualquer outra banda que preferir. Quando a música acabar, o Spotify vai te recomendar algum artista relacionado (às vezes erra, mas na maioria das vezes funciona).
Sem contar que temos blogs e canais no YouTube voltados só para a música independente. E webrádios também. Listei vários aqui.
Deixo duas dicas importantes aqui: uma para você que consome música e outra para os artistas.
Para o público em geral: Dê uma chance para ouvir aquele artista que você não conhece. Você pode se surpreender. Abra seus ouvidos e sua mente.
Para os artistas independentes: Nunca deixe de investir na publicidade e marketing. É através dele que vai fazer o trabalho avançar e chegar ao público.
Texto publicado originalmente aqui.
Este artigo foi escrito por Paula Puga e publicado originalmente em Prensa.li.