💎 Febraban Tech 2024: Inclusão e personalização financeira em debate
Do Pix ao Drex: a importância de inclusão financeira; Bancos + Fintechs: o caminho da personalização. Isso e mais detalhes na Prensa Open de hoje!
Quinta-feira chegou e, com ela, a anunciada edição especial da Prensa Open sobre o Febraban Tech!
A feira do setor financeiro, com foco na área de tecnologia e inovação, começou em São Paulo na última terça-feira (25), no Transamérica Expo Center, zona sul da capital paulista.
"Os bancos têm grande potencial para ultrapassar as barreiras do setor financeiro e conectar os clientes a outros setores, criando um ecossistema que beneficia a todos e cria grandes oportunidades" — Isaac Sidney, presidente da Febraban durante a abertura da edição de 2024.
Do Pix ao Drex: a importância da inclusão
No painel “Como o Banco Central avalia o Pix e inclusão financeira”, os convidados — Carlos Eduardo Brandt, Chefe de Departamento Adjunto no Banco Central do Brasil, Cristina Pinna, Diretora de TI no Bradesco, Flavia Davoli Bertola, Sócia no Santander Brasil, Rodrigo Nardoni, CIO na B3, e Leandro Vilain, Partner na Oliver Wyman Brasil — discorreram sobre os maiores avanços que vieram com o Pix, além dos desafios e possibilidades que essa ferramenta proporcionou.
“Educação é o que garante um ecossistema seguro”, a fala de Rodrigo Nardoni foi destaque no painel e corroborada por todos presentes no palco.
Tanto o órgão regulador, Banco Central, quanto as demais organizações ali representadas concordaram que é necessário investir na educação financeira da população para garantir que ela utilize as soluções de pagamentos instantâneos de forma segura.
Inclusão e diversidade no ecossistema
“O empreendedor negro tem quatro vezes mais o crédito negado”, ressaltou Fernanda Ribeiro, CEO da Conta Black, durante o painel que discutiu o papel da tecnologia na aproximação entre bancos e clientes na Febraban Tech.
Darlan Costa, superintendente de Tecnologia da Caixa, disse que “o importante é transformar barreiras em pontes”. No Brasil, o ecossistema bancário pretende investir R$ 45 bilhões em tecnologia digital para levar serviços financeiros a todas as regiões, ampliando a inclusão financeira. Isso traz um potencial de impactos positivos sobre diversos segmentos, especialmente os voltados às micro/pequenas empresas e à economia social (de incentivo a empreendedores e pequenos negócios).
Os executivos destacaram as estratégias inclusivas como ferramenta para a acessibilidade cognitiva e financeira, ampliando o acesso a serviços e produtos para todos os públicos. “Ter uma equipe diversa, capaz de entender as necessidades e as dores dos clientes, também diversos, é fundamental”, reforçou Bruno Crepaldi, Superintendente de Relações Institucionais e Governança ESG do Itaú Unibanco.
A economista-chefe do Banco Inter, Rafaela Vitoria, destacou a importância da educação financeira para evitar o endividamento das famílias.
“Ainda vemos um certo preconceito com a maneira como as mulheres lidam com as finanças. O crescimento de pequenas empresas está ligado ao crescimento do setor de serviços. As mulheres lideram esse segmento. Precisamos quebrar esse paradigma desde cedo, desde a escola. A educação financeira é fundamental”, enfatizou Rafaela.
Como incluir sem fraudes?
O CEO da ClearSale, Eduardo Monaco, e o especialista Hugo Andreolly, Diretor de Clientes e Produtos no BRBCARD, acerca do uso de dados alternativos no combate a fraudes, na concessão de crédito e na principalidade. Monaco detalhou o seguinte panorama brasileiro:
O brasileiro é cliente, em média, de mais de 4 instituições bancárias — sendo duas delas consideradas as marcas principais;
36% dos brasileiros trocaram o seu cartão principal de transações digitais somente em 2023;
28% dos compradores tiveram ao menos uma de suas transações negadas pelo banco e 15% destes clientes tentaram comprar novamente em outro banco;
Entre os brasileiros, o motivo mais citado para trocar de instituição financeira foi a experiência digital e conveniência, fator listado por 70% das pessoas entrevistadas;
27% dos consumidores usaram o nome de outras pessoas emprestado para fazer compras, sendo a principal razão para isso acontecer o fato de o consumidor não ter crédito aprovado.
A efervescência Drex
A Fase 1 do piloto Drex — a nova moeda digital brasileira — foi concluída e a Fase 2 começou com foco em experimentar a tecnologia em casos de uso. Apesar dos avanços, os principais desafios ainda são a interoperabilidade e o desconhecimento do público, com 80% das pessoas não tendo conhecimento sobre o que é o DREX.
Além disso, foi destacada a importância da inovação e da inclusão no setor financeiro. Solange Parisoto, da Sicredi, mencionou o papel dos bancos em trazer inovação para áreas ainda não atendidas pelo sistema financeiro e a importância da combinação entre o físico e o digital para promover a inclusão:
“Temos o papel de levar inovação aos lugares que o sistema financeiro ainda não esta presente. A combinação entre o físico e o digital fomenta a inclusão” enfatizou.
Durante a discussão, Larissa Moreira, do Itaú, também falou sobre a importância de pensar em novos produtos financeiros e mencionou como o Itaú está tratando o DREX como um tema prioritário, juntamente com o Open Finance e o Pix.
“Quando falamos de Drex, é importante entender que ainda estamos em uma fase de vender a ideia. No Itaú, tratamos a agenda como tema prioritário assim como tratamos o Open Finance e o Pix. Temos um pilar estratégico chamado Digital Access, composto por 60 pessoas, e é incrível ver como o banco enxerga o tema como importante. Quando falamos de tokenização de ativos financeiros, o DREX traz um nível de segurança para uma economia tokenizada que já existe”, complementou Larissa.
Além do Itaú e da Sicredi, a palestra também contou com a participação de João Gianvecchio da BV e Bruno Batavia do Valor Capital.
Bancos + Fintechs: O caminho da personalização
No auditório Inovação e Novos Negócios, Willer Marcondes e Duda Davidovic compartilharam suas experiências na PwC e na Elo, respectivamente, com o objetivo de identificar os desafios e as oportunidades da parceria entre bancos e fintechs. Marcondes destacou três mitos sobre as fintechs no Brasil que precisam ser descartados:
O 1º mito é a ideia de que as fintechs são pequenas empresas com estruturas pouco profissionais.
O 2º é que as fintechs não são lucrativas e estão focadas em segmentos marginalizados do setor financeiro.
O 3º mito é que as fintechs não têm uma visão clara sobre novas tecnologias e não participam ativamente dos ecossistemas de inovação.
"Cada vez mais, os negócios estão se tornando complexos e nichados. O crescimento futuro dos bancos está na direção da personalização e de elos muito bem definidos", apontou Willer.
Davidovic também destacou como a conexão entre empresas bem estabelecidas e startups fortalece o poder do ecossistema e cria negócios através de parcerias. Como exemplo, mencionou a colaboração entre bandeiras de cartões e fintechs, assim como parcerias entre concorrentes de seus mercados, como Apple e Disney, e Carmex e Fini.
"Estamos à beira de uma nova era de pagamentos dentro de uma nova economia: a economia tokenizada. A mentalidade e o senso de insurgência das lideranças nas fintechs possibilitam boas soluções e experiências o mais rápido possível", ressaltou Duda.
Zoop + Nubank: hiperpersonalização com Tap To Pay
"O Tap To Pay é um produto SDK (Software Development Kit). Assim, ele é absolutamente customizável e pode ser adotado por qualquer outro banco com a garantia da Zoop de total transparência nas transações" — Rafael Panelli, VP of Products da Zoop, apresentou a solução Tap To Pay, desenvolvida em parceria com o Nubank.
Panelli detalhou algumas das estratégias que possibilitaram a superação de desafios como as limitações de alguns aparelhos de celular com relação ao NFC (Near Field Communication).
Transformação Digital focada em CRM e Ominicanalidade
Os especialistas Dalton Spadotto e Flávia Brito, ambos representando o Banco do Brasil, e Rodrigo Zeca, da HCLTech Brasil apresentaram o case do Banco do Brasil que, há quatro anos, iniciou um programa de transformação digital e gestão de relacionamento com o cliente (CRM) com o apoio da HCLTech e da Salesforce.
Nas palavras de Flávia, "o objetivo é ofertar um banco para cada cliente — e isso passa pela hiperpersonalização". Em nome de alcançar resultados cada vez mais relevantes, os especialistas afirmam que é fundamental aliar a estratégia ao fator humano.
"É impossível fazer transformação digital sem as pessoas. As funcionalidades tecnológicas logo serão commoditizadas. Por isso, acessar soluções melhores e mais adequadas se tornará cada vez mais fácil e rápido. Entretanto, preparar as pessoas para conduzir este movimento não é trivial; é um processo desafiador e importantíssimo.
Com a IA generativa, por exemplo, o papel das pessoas é fundamental — seja recebendo os conteúdos produzidos por ela, seja realizando a curadoria destes conteúdos. Para isso, o processo de reskilling e upskilling é muito importante", complementaram.
Embedded Finance: qual é o cenário da América Latina?
Desde o nascimento da tendência, em 2018, empresas de todos os setores escolhem cada vez mais o pragmatismo e a monetização de curto prazo em sua abordagem fintech. Isso afeta diretamente o contexto global e, consequentemente, as estratégias de negócios de empresas do setor financeiro.
Os especialistas Gabriel Angeloro, Latam Head of eComm & TCG Business Development no Citi, e Tamara Bernath, Head of Fintech na Globant, abordaram as principais tendências e oportunidades de Embedded Finance no cenário brasileiro e latino-americano.
Angeloro e Bernath compartilharam casos concretos, enfatizando os impactos comerciais da associação entre novos players e instituições tradicionais, e compartilhando alguns dos principais desafios no processo de adaptação a este novo cenário com relação a diferentes tendências e oportunidades em expansão — entre elas, se destacam: CPG (Consumer Packaged Goods ou Bens de Consumo Embalados); Agro; Games; Esportes; DTC (Direct to Customer ou Direto para o Consumidor), entre outros.
Tamara encerrou o painel ressaltando que empresas que apostam em inovação intersetorial têm o potencial de protagonizar a transformação do mercado:
"O front é das empresas cross-industry!"
A Febraban Tech ainda não acabou e a Prensa continua cobrindo os principais painéis em tempo real.
Agora você pode acompanhar os conteúdos originais da Prensa também por meio do novo canal de transmissão no Whatsapp. Lá você encontra, além da cobertura do evento, conteúdos especializados, relevantes e de qualidade para se manter em dia com as principais informações sobre tecnologia, inovação, negócios, eventos e finanças.
Essa foi a sua Prensa Open da semana, nos vemos novamente na semana que vem, ok? 😉