Filme Soul e o propósito de vida
Carregamos dentro de nós muitas perguntas das quais suas respostas só fazem coerência quando nós respondemos a nós mesmos, como por exemplo o "porquê eu existo", "para onde eu vou", e o "para quê eu estou aqui" comumente chamado de propósito de vida.
O filme Soul, lançado em 2020 se passa nas ruas de Nova York e nos traz grandes reflexões sobre a vida. Joe Gardner, é um pianista que sonha em ganhar a vida tocando em grandes palcos e ser reconhecido. Entretanto, apenas conseguia dar aulas de música para crianças numa escola em que trabalhava. Em um certo dia, Joe conseguiu entrar em uma Banda de Jazz, ele agora iria realizar seu tão almejado sonho, que é virar um músico profissional.
No entanto, no dia que isto aconteceu, ele caiu em um buraco aberto nas ruas de NY e morreu. Ao perceber que nunca mais voltaria a sua vida, Joe se recusou a fazer a passagem para o além-vida.
Nisto, ele acabou conhecendo a 22, uma alma que se recusava a nascer de novo, pois achava que não fazia sentido voltar a vida no planeta terra em que nada a interessava.
Joe então teve a ideia de se juntar a 22 e voltar a vida usando a passagem dela para a terra. No entanto, para isso, joe tinha uma missão: ajudar a alma 22 encontrar um propósito de vida, para que então ela possa finalmente reencarnar no planeta terra, e ele usasse o seu passe.
Assim, a difícil saga de encontrar algo que ela goste e se identifique se inicia, perpassando por diversas áreas, mas sem nenhuma conquista.
E com isso eu comecei a ter algumas reflexões do que de fato seria propósito de vida, qual seria o meu propósito, será que já nascemos com ele em nossas almas realmente? Ou decidimos isso ao decorrer da vida? São tantas indagações, algo tão complexo e natural ao mesmo tempo, porque simplesmente faz parte da nossa existência, o que não deixa de nos assombrar muitas vezes.
Pois, o filme traz essa reflexão dentre várias outras (muito interessantes e penso que até necessárias como "o que realmente importa pra nós" ou "será que a gente está vivendo em busca de algo e esquecendo de aproveitar o processo?), E no seu passar me deixou muito intrigada pra saber de fato qual seria o propósito escolhido pra 22. Mas aí, depois de muitas dificuldades e aventuras até mesmo no mundo dos vivos, chega o momento do "tapa na cara" (pelo menos foi assim que me senti) em que alguma alma, em uma fala rápida, diz que não é necessário um propósito de vida definido pra se poder encarnar e nossa! Isso fez minha mente e x p l o d i r e foi uma sucessão de explosões, porque isso vai se tornando visível ao longo do filme.
Joe percebe com a alminha 22, que os pequenos prazeres da vida são importantes e muitas vezes eles são os que nos dá sentido e isso só se aprende vivendo!
Foi lindo perceber no resto da produção, que o que Joe tanto buscava (seu propósito) ele já tinha alcançado, ele já vivia e não se dava conta, não dava tanto valor, e que a 22 se sentia agora preenchida em saber que a vida é boa em suas sutilezas, que talvez estivesse bom em poder experimentar uma nova vida e assim se descobrir no caminho.
Pois é pessoal, esse filme me fez refletir tanta coisa, a Pixar não nos decepciona, não é mesmo? E eu acho que o mais legal disso tudo, é justamente perceber que cada serzinho existente no mundo é um universo diferente, saber que essa interpretação que eu tive, não vai ser mesma de outras pessoas que assistiram o filme, saber que cada um tem seus gostos, metas, sonhos e propósitos de vida diferente e que está tudo bem não saber qual é o seu de cara.
Mas iai? Já sabe o seu
Imagem de capa - Teona Swift no Pexels
Este artigo foi escrito por Gabriela Moraes e publicado originalmente em Prensa.li.