Sabemos que a chegada do Open Banking no Brasil promete uma grande revolução no setor financeiro.
Teremos um mercado mais competitivo com diversas organizações que aplicarão a tecnologia a seu favor. Aqueles que conseguirem oferecer uma experiência única ao seu cliente, atrelada a serviços diferenciados se destacarão.
As fintechs são empresas ou startups do setor financeiro que desenvolvem produtos 100% digitais. Estas organizações encontram no Open Banking a oportunidade de se sobressair, visto que com o compartilhamento de informações e acesso ao histórico bancário é mais simples ofertar serviços aos usuários, como produtos de crédito.
Dito isso, podemos pensar que as futuras empresas ou startups de crédito podem ir além da oferta de empréstimos e pensar no Open Finance como uma oportunidade de educação financeira, cunho social e bancarização de pessoas.
Case do Bancoin
Mellissa Penteado, CEO do Bancoin, parte do princípio que a chegada do Open Finance no Brasil deve ser vista como uma inclusão financeira e social atrelada a tecnologia.
“O Bancoin já nasceu com essa proposta. Mais do que pensar na inclusão financeira como um apelo sexista, nós nos preocupamos na prática em como atender as necessidades”, diz Mellissa.
Bancoin é uma fintech que oferta micro empréstimos através de contas digitais e um cartão. Os valores de empréstimos vão de R$500,00 a R$ 1.500,00 reais com formas de pagamento entre 6 e 18 meses.
A CEO afirma que é impossível falar da startup sem lembrar da 1ª cliente que fez o projeto acontecer ainda em 2017.
“A Patrícia é diarista, tem 33 anos e ela gera uma renda recorrente, mas flutuante. E para conseguir bens de maior valor, ela usava o cartão de crédito da irmã”, explica Mellissa.
O Bancoin encontrou nesta situação, a possibilidade de proporcionar crédito para pessoas que vivem da mesma forma que a Patrícia. Isto porque muitas vezes elas não são notadas pelas grandes instituições financeiras, 25% da população não tem acesso a produtos financeiros.
Desta forma, o Bancoin encontrou no serviço de crédito a oportunidade de inserir estas pessoas de forma sustentável na economia Brasileira. Visto que é possível encontrar, através do Open Banking, o poder de compra dessas pessoas e o perfil de consumo.
Mellissa comenta que a maior dificuldade para estas pessoas é a falta de oportunidade encontrada nos serviços financeiras, mas que elas possuem uma saúde financeira estável, e o nome é o seu maior bem.
“Mesmo essas pessoas possuindo o nome limpo e uma saúde estável, elas não atraíram as grandes instituições financeiras. Foi assim que o Bancoin criou o seu primeiro protótipo em 2017”, diz Penteado.
A jornada do usuário
Para resolver essa situação, o Bancoin criou uma plataforma responsiva. O usuário seguirá algumas etapas:
• O usuário acessa a plataforma por qualquer smart device. O Bancoin não trabalha com aplicativos para celulares, porque identificaram que o público atingido não gostaria de “gastar” a memória do seu dispositivo com um aplicativo que talvez não seja prioritário;
• O usuário se cadastra na plataforma, cria uma conta digital e solicita uma oferta de empréstimo;
• Fica sob responsabilidade do Bancoin validar as informações do cliente. Nesta etapa é onde o Open Finance pode apoiar as fintechs de crédito, já que o histórico do consumidor e o extrato bancário ficarão disponíveis;
• As informações são validadas e a operação é aprovada. Após, o cliente recebe um SMS confirmando o recebimento do cartão pré-pago em 10 dias úteis;
O processo de bancarização do Bancoin não é somente financeiro, ele possui cunho social. Isto porque após o empréstimo, a conta digital do cliente é mantida, desta forma, o usuário pode continuar realização suas transações.
“Nosso cartão permite que nosso incluso (nome dado ao cliente) consiga transacionar por meios digitais. Desta forma, essas pessoas podem usar no uber, em aplicativos de comida e outros que são usados frequentemente”, diz Mellissa.
Open Finance como uma oportunidade social
O Bancoin lançou-se no mercado com a proposta de oferecer microcrédito a pessoas. Sabemos que isso se trata de serviços pessoais, entretanto, a startup vê neste setor que o maior ganho é coletivo.
É coletivo porque acreditamos que a formação de comunidade fomenta a microeconomia. Fomentando a microeconomia você empodera as pessoas, diz Mellissa.
O Open Finance deve ser inclusivo, social e democrático. Quando uma startup ou empresa de crédito usa de forma consciente os dados dos usuários, ela pode promover uma educação financeira aos seus clientes, e atrelar isto a oferta de produtos específicos.
Quer saber mais sobre o Impacto do Open Finace no crédito?
Assista a palestra de Mellissa Penteado, CEO do Bancoin, para se aprofundar no tema.
Este artigo foi escrito por Mellissa Penteado e publicado originalmente em Prensa.li.