O Open Banking veio literalmente para mudar a forma como nos relacionamos com nosso dinheiro. Para Eyal Sivan, falar de Open Banking pode ainda trazer muitas dúvidas aqueles que não conhecem o assunto, mas se você falar sobre dinheiro primeiramente, aí sim o tema começa a ficar mais palpável e interessante. As pessoas não costumam se preocupar tanto com a questão como segurança, segundo Sivam, mas se você fala algo relacionado ao seu dinheiro, a história muda.
Por que existe tanta confusão em torno do que é o Open Banking?
Quando falamos sobre esse sistema não há como não nos depararmos com o termo API. Elas são as grandes conectoras de bancos e outras instituições financeiras, sendo comuns a todas as abordagens de Ope Banking pelo mundo.
A jornada no universo das APIs começou há tempos para muitos bancos, porém mesmo que Open Banking envolva APIs isso não significa necessariamente que você faz parte do Open Banking.
Alguns bancos podem até afirmar que oferecem serviços bancários dentro desse sistema simplesmente porque usam APIs em processos internos ou ou para se conectar a vários parceiros. Contudo, a essas conexões por meio de APIs damos o nome de Partner Banking. Nela cada conexão é construída sob medida, uma de cada vez, e requer um relacionamento especial se para estabelecer .
Há bancos que até deram um passo a mais: introduziram Portal do um Desenvolvedor ou um Marketplace de APIs. Ainda sim, apresentar APIs públicas (abertas) não implica em serviços financeiros via Open Banking.
O Open Banking só existe quando todos os participantes do ecossistema concordam com um padrão, afirma Sivan
Padrão é a palavra-chave que agrupa todas as definições de Open Banking e todos os esforços desse sistema no mundo. "A menos que se fale de um padrão comum, não pdodemos falar de Open Banking". TTrata-se um padrão para compartilhar dados e movimentar dinheiro, independentemente do banco.
Para Sivan o Open Banking pode ser explicado pelo movimento de disrupção que os bancos estão sofrendo, por exemplo, as expectativas e exigências do consumidor mão apenas mudaram como estão maiores. Isso se deve em boa parte pela disseminação de celulares.
O que Open Banking está tentando fazer?
Os objetivos que esse sistema almeja atingir podem ser divididos três categorias principais:
Concorrência: . A ideia aqui é abrir o mercado para players, aumentando a competição e ao mesmo tempo reduzindo os custos doe serviços financeiros.
Inovação: a meta é habilitar novos serviços financeiros usando os dados compatilhados.
Transparência: garantir que todas as taxas e preços que impulsionem os produtos financeiros sejam revelados de forma transparente, facilitando a comparação de ofertas de uma instituição para outra.
Quando juntas, essas três categorias conduzem a um sistema financeiro muito mais dinâmico, fluido e estável.
Qual é o papel dos bancos nesse cenário de Open Banking?
Muitos bancos com a chegada do Open Banking se sentiram inseguros e preocupados, especialmente no que concerne clientes. Eles perderiam seu relacionamento com o cliente? E como focariam suas receitas diante de novos players no setor financeiro? Para Eyal é provável que esse temor seja infundado, já que os bancos ainda tem um papel fundamental a desempenhar.
Historicamente, os bancos protegeram nosso dinheiro e por isso ganharam enorme confiança. "Agora eles deverão aprender a proteger outra coisa: nossos dados", afirma Eyal.
Rumo ao Open Everything
Bancos dentro da jornada Open Banking geralmente apresentam preocupações quanto a reciprocidade. Por exemplo, se eles forem obrigados a ceder os dados dos clientes, outras instituições que possuem dados destes consumidores deveriam ser forçadas a ceder os seus também. E não estçao errados nesse sentido.
A melhor forma de conseguir as vantagens de Open Banking é tendo acesso ao máximo de dados possível. Outro ponto é que, se uma pessoa possui daos, então o mais natural é que ela seja proprietária de todos os seus dados, não somente os bancários.
Um país que compreendeu essa ideia foi a Austrália, justamente pelo fato da sua regulamentação não ser conhecida como Open Banking, mas Consumer Data Right (CDR), ou que equivalente a Direito de Dados do Consumidor, pois reconhece que as pessoas têm o direito fundamental da propriedade de seus dados.
Fora os serviços bancários, as bases do Open Banking irão se expandir para também cobrir outros tipos de dados. Como consequência de mais dados inclusos no ecossistema, o que temos segundo Sivan, é um mundo rumo ao Open Everything. Isso significa o que exatamente?
Trata-se de uma abertura de todos os tipos de dados, não apenas financeiros, criando assim uma camada de compartilhamento de dados segura e baseada em padrões, ou seja, mais oportunidades dentro dessa economia de compartilhamento digital.
Este artigo foi escrito por Eyal Sivan e publicado originalmente em Prensa.li.