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As APIs são elementos centrais para muitos modelos de negócios modernos, como consequência, estas aplicações são vistas cada vez menos como uma mera tecnologia de integração, tornando-se habilitadoras de negócios digitais repletos de inovação. Ainda assim, a geração direta de receitas é pouco explorada.
Felipe Almeida, Digital Architecture Director da PwC, apresenta alguns dados que corroboram com essa afirmação:
34% das empresas exploram a obtenção de receita direta provenientes
48% delas não possui um modelo de negócios para APIs
51% das empresas tem como fomento de inovação o principal benefício
87% das demandas de APIs provém da área de TI
Porém com as recentes regulamentações reforçando uso de APIs para fomentar a inovação, como PSD2 e Open Banking, fica mais evidente que sobreviver em um mercado concorrido e oferecer valor implica em saber tratar a API como um produto.
O questionamento lançado por Felipe é: como geri-las adequadamente para atingir o valor esperado?
Gestão de APIs de como produto em 4 etapas:
Visão e objetivos:
É preciso que a empresa saiba qual a visão que ela tem das APIs, qual o seu nível de maturidade por assim dizer. Também deve saber quais os objetivos que deve perseguir para atingir essa visão.
Priorização por meio das capacidades de negócios:
A empresa precisa conhecer quais as suas capacidades críticas de negócio, para em seguida focar seus esforços na construção de APIs. É nessa fase que os gaps de informação são identificados.
Desenvolvimento e consumo das APIs além da TI:
Aqui são analisados quais os riscos e complexidades no desenvolvimento de APIs fora de TI.
Construção e Governança de Marketplace de APIs:
Para o que tudo analisado nas etapas anteriores seja posto em prática é necessário entender quais serão as plataformas e ferramentas que irão habilitar a criação e consumo das APIs, bem como a maneira de escalar organizacionalmente o modelo desenvolvido.
O Marketplace de APIs deve ser uma plataforma única e compartilhada para que todos os consumidores encontrem, testem, criem e compartilhem APIs com segurança, sem exigir apoio ou suporte de TI. Isso implica em:
Apresentar visão geral , descrevendo casos de uso, nos quais a API soluciona oferece detalhes de conectividade;
Proporciona autenticação e autorização abrangendo como a API está protegida e formas de obter token;
Dá exemplos de fluxos de trabalho e códigos para auxiliar no entendimento e resolução de problemas comuns de APIs;
Possui documentação de referência de API;
Possui Sandbox para testes de APIs, permitindo testar ativamente antes do consumo da API.
Para melhorar continuamente as ofertas de APIs como produto e impulsionar seu consumo, Felipe menciona a necessidade de um CoE (Centro de Excelência) que é responsável por governar o Marketplace:
Architecture Capability Steward - garante a excelência arquitetural da API
API Product Manager - define o Roadmap de APIs para a capacidade de negócio
Service Asset Owner - garante a qualidade das APIs, ao mesmo tempo que ativa e monitora o consumo destas.
Dicas para gerenciar a API como produto:
Inicie com o objetivo final em mente e construa sua estratégia a partir daí;
Gerencie sua API como um produto core de negócio, já que ela tem seu próprio ciclo de vida;
Defina um modelo de negócio em torno da API que funciona para sua empresa e clientes;
Simplifique o acesso às suas APIs e chaves de acesso, por exemplo;
Forneça ferramentas úteis , tanto técnicas quanto de negócios para assim evangelizar;
Ofereça um excelente suporte;
Construa um ecossistema, não uma comunidade;
Meça, analise e se adapte.
Vale destacar que as APIs como um produto devem ser continuamente monitoradas e iteradas, por meio de análises e feedback de usuários para melhorar a oferta. Novas iterações precisam ser implantadas através de ferramentas de gerenciamento que suportem as mudanças dinâmica de uma API. O resultado é a eliminação de múltiplas versões de um serviço e redução do impacto para os usuários finais.
Este artigo foi escrito por Felipe Almeida e publicado originalmente em Prensa.li.