Gestão de Pessoas no Pós-Covid-19
Segundo Chiavenato (1999), "A Gestão de Pessoas nas organizações é a função que permite a colaboração eficaz das pessoas — empregados, funcionários, recursos humanos ou qualquer denominação utilizada — para alcançar os objetivos organizacionais e individuais."
Não há escapatória: gestão de pessoas é o coração da empresa.
Agora, no pós-pandemia, a gestão de pessoas é primordial para continuidade da saúde mental dos empregados. E é, justamente por isso que ela tem um impacto tão crucial não somente nos profissionais de RH, mas também em todos os líderes e CEOs.
Abaixo alguns tópicos relevantes para análise:
1 - Impacto nas relações de trabalho
Não somente a saúde mental de todos nós foi impactada com a Covid, mas também a economia e as relações de trabalho, já que nunca nos tempos modernos vivenciamos algo parecido.
Assim, a necessidade do distanciamento social e de mais cuidados diários transformou as organizações em um curto período, trazendo impactos para além do financeiro. Veja algumas ocorrências advindas da pandemia:
2 - Demissões
Ainda estamos presenciando demissões em massa, nem sempre por opção, mas por necessidade. Fazer retenção de talentos dessa forma, com orçamentos em queda e cobrança por aumento de performance está sendo cada mais desafiador não somente para os RHs, mas também para os líderes e CEOs que veem os Times como estratégicos.
3 - Saúde mental amplamente impactada
Vários relatos já foram publicados a respeito do impacto que o lock down e a instabilidade econômica trouxe a saúde mental de todos nós. A distância de entes queridos e amigos e as adaptações à flexibilidade do home office foram fatores que contribuíram para novos pensamentos a respeito da Gestão de Pessoas daqui para frente.
4 - Adaptação a novos modelos de trabalho
Os modelos de trabalho de forma híbrida ou home office permanecem utilizados por muitas empresas, o que ressignificou o controle do RH sobre o ambiente de trabalho. Nesses casos, os profissionais precisaram aprender a lidar com a distância e com a geração de confiança entre times, líderes, pares e profissionais de recursos humanos e departamento pessoal.
5 - Ausência de perspectivas
Muitos de nós não estávamos preparados para novas perspectivas de futuro e o impacto que uma pandemia poderia nos causar. E, por isso muitos profissionais deixaram-se dominar por uma insegurança recorrente tanto pelo receio da perda de seu trabalho quanto da perda de clientes.
Os profissionais de recursos humanos usaram de muita capacidade, assertividade e coerência para driblar as inseguranças e falta de motivação dos times.
O que virá daqui para frente?
1 - Transparência e integridade
Alinhar expectativas é essencial para que os colaboradores saibam qual caminho irão percorrer e quais os desafios a empresa está percorrendo. Ser transparente nesse momento e direcionar os próximos passos requer uma comunicação assertiva e práticas flexíveis que auxiliarão enormemente a superação dos obstáculos empresariais.
2 - Líderes preparados
Líderes alinhados ao propósito da empresa tornam os times mais seguros e autoconfiantes na superação de seus desafios. Ser natural e não deixar a honestidade do discurso de lado torna as relações mais saudáveis e empáticas.
3 - Retenção de talentos
Já é sabido que crise é sinônimo de oportunidade. E é imprescindível se colocar em perspectiva a valorização do profissional levando-se em consideração não somente sua performance, mas também a trajetória dentro da organização.
Por que não criar processos de rampagem, novos cargos e movimentações horizontais e verticais ao invés de demitir?
4 - Comunicação Interna aprimorada
O ser humano está em constante adaptação e a comunicação interna deve ser aprimorada a cada dia para se evitar ruídos que impactem não somente a produtividade, mas também a motivação e retenção de talentos.
Formar parcerias internas e externas com base em uma comunicação não agressiva e transparente impedem que as relações de trabalho e com clientes e fornecedores se deteriorem com o tempo.
Diante de cenários tão desafiadores há que se pensar em novas perspectivas das relações trabalhistas e humanas dentro das organizações. Muitas empresas com selo GPTW (Great Place to Work) já investem em saúde mental pois entendem que, além de benéfico, programas de saúde mental as tornam mais rentáveis e com menores índices de afastamentos.
Afinal, ninguém sabe o que virá daqui para frente e nos resta cuidar das pessoas pois elas são o ativo principal de qualquer empresa, independentemente de seu porte e atuação.
Este artigo foi escrito por Lilian Lacerda e publicado originalmente em Prensa.li.