Google e dados pessoais dos internautas
A maior criação humana das últimas décadas na área de comunicação, a internet, já está tatuada no dia a dia dos cidadãos. Por meio do Google e dados pessoais de outros "robozinhos", constrói ou reconstrói imagens corporativas, altera rumos de carreiras de celebridades ou intensifica rumos de carreiras de pseudocelebridades e até mesmo determina reações políticas das mais diversas. A esmagadora maioria dessas situações é possível porque “Google” e “dados pessoais” têm sido sinônimos numa relação simbiótica.
No cenário acima, estão descritas situações positivas. Contudo, as análises de dados pessoais feitas por inteligência artificial do Google e de outros mecanismos de buscas nem sempre causam benefícios. Afinal, a enorme modalidade de golpes que hoje infesta a internet apanha até mesmo os profissionais da área de TI.
Entretanto, a política de proteção de dados pessoais do Google parece estar trabalhando duro. Logo abaixo, você tem o link de nova ferramenta que promete colaborar muito para sua segurança.
Dados pessoais: privacidade é prioridade
A imensidão do universo virtual é tão extensa quanto a imensidão do próprio universo real. Os dados pessoais dos internautas ficam vagando ao deus-dará como presa fácil de golpistas. Peixes ingênuos, desatentos, à mercê de anzóis de pescadores malandros.
Por mais que ferramentas de proteção eficientes sejam criadas, os espertalhões descobrem sempre um meio de burlá-las. Por isso, o Google buscou caminhos para minimizar a preocupação de seus clientes: trata-se de função adicional da estrutura da plataforma que promete dar um basta no “vagar ao deus-dará” dos dados pessoais.
Dados pessoais são produtos de mercado
Há um ditado no meio virtual que certamente todos conhecem. Entretanto, é repetido aqui por caber perfeitamente neste artigo: "se você não vende um produto na internet, você é o produto". Ele pode ser parodiado com “...ainda que você venda um produto na internet, nela você é também um produto”.
Outra coisa que todos sabem; “não há um clicar em teclas não notado por algum mecanismo de análise comportamental”. Com o Metaverso, não será preciso nem mesmo teclar.
Privacidade e segurança de mãos dadas
O gigante americano Google divulgou recentemente que está oferecendo uma nova função para auxiliar na proteção de dados pessoais. A empresa promete retirar esses dados do alcance dos resultados de pesquisas.
A própria empresa fez o comunicado em seu site. Coube à sua Líder de Política Global para Pesquisas, Michelle Chang, esclarecer o processo. A empresa pretende reverter o estado de relação simbiótica, mencionada acima, para relação de mãos dadas entre “privacidade e segurança online”.
Chang disse no comunicado:
"A disponibilidade de informações pessoais online pode ser desconcertante. Na Pesquisa Google, já temos um conjunto de políticas que permitem que as pessoas solicitem remoção de determinado conteúdo da Pesquisa, com foco em conteúdo altamente pessoal que, se público, pode causar danos diretos às pessoas. Mas a internet está sempre evoluindo – com informações aparecendo em lugares inesperados e sendo usadas de novas maneiras. Então, nossas políticas e proteções também precisam evoluir”.
Antes, era possível pedir exclusão de dados pessoais, mas havia fortes restrições para conseguir o objetivo (veja mais abaixo). Ou seja, a nova função é expressão de maior respeito e consideração para com a privacidade dos internautas.
A função do Google
O comunicado linkado acima oferece informações sobre o uso da função. A solicitação de exclusão de dados pessoais pode agora ser feita por qualquer internauta. Antes disso, somente casos específicos, como:
→ Real e óbvio perigo de acesso indevido
→ Conta bancária ou número de cartão de crédito com claros indícios de serem alvo de fraudes ou golpes
→ Informações propensas a casos de doxing (ação ofensiva de revelar dados confidenciais de cidadãos ou empresas)
→ Credenciais de login confidenciais que são apresentados nos resultados de pesquisa
→ Potencial roubo de identidade
→ Ameaça à integridade física do cliente
Segundo especialistas em segurança de dados, a nova ferramenta parece eficiente. Entretanto, o usuário Google pode facilitar ainda mais o trabalho de ocultamento de dados pessoais:
→ Relacione links ou URLs nos quais as informações precisam ser ocultadas
→ Crie arquivos com trechos de telas capturados dos sites em que estão os dados pessoais
→ Promova buscas esporádicas, ocasionais, para assegurar-se de que os dados pessoais não estejam em sites inseguros
Uso da função Google
O meio mais eficaz que a empresa encontrou para ocultar dados pessoais relativos a seus usuários foi criação de um formulário. O internauta é questionado sobre o alvo da solicitação, ou seja, um site específico ou uma pesquisa determinada. Clique aqui para conhecer o instrumento.
Alguns críticos consideram essa ideia meio contraditória diante do avanço tecnológico do próprio Google. Entretanto, há explicação, dada por Chang:
“Ao receber a solicitação, avaliaremos todo o conteúdo da página da internet incluída no formulário, principalmente para garantir que, ao excluir essa informação, não afetamos o conteúdo útil, como um artigo ou notícia.”
Nesse caso, o ocultamento dos dados pessoais não pode ser automático a partir do desejo do usuário. É preciso que eles passem por análise criteriosa para evitar abuso, preocupação desnecessária ou ainda estratégia sorrateira para enganar mercados, empresas e cidadãos.
Uso limitado da função
Exemplo de possibilidade de não exclusão são sites de governos ou de órgãos ligados a eles. Número de documentos, históricos de atividades e outras informações estão, em tese, protegidos pela plataforma. Assim, qualquer ação de exclusão pode resultar em problemas tanto para o site quanto para o usuário.
Informações prestadas em sites de notícias seguem o mesmo cuidado. O raciocínio do Google, nesse caso, se pauta em certa lógica. Os sites são responsáveis pelas referências publicadas. Qualquer intervenção por parte do Google afetaria o conteúdo, de maneira que se torna impossível prever resultados.
Então, situações semelhantes não devem ser exploradas pelo formulário. Outra situação que Chang considera importante lembrar é que a nova função exclui dados da pesquisa e não da internet. Ou seja, a iniciativa alcança apenas ferramentas administradas pelo Google.
Importante: Uma iniciativa paralela do Google reflete a preocupação da empresa na área de segurança de dados. Também recentemente, novas cláusulas da política interna permitem que menores de idade peçam que suas imagens sejam deletadas dos mecanismos de busca da empresa. Veja aqui.
A Prensa publica com constância uma série de artigos sobre segurança de dados. Você pode acessar este e este, por exemplo, para conhecer passos para autoproteção.
Este artigo foi escrito por Serg Smigg e publicado originalmente em Prensa.li.