Homem Aranha 3 - A estreia triunfal de Peter Parker no MCU
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Que Tom Holland é um bom ator, disso não tínhamos dúvidas. Ele deixou isso bem claro em boas performances como Jack Fawcett em A cidade perdida de Z e Thomas Nickerson em No coração do mar.
Mas na pele de Peter Parker ainda lhe faltava algo que só os fãs mais antigos do personagem sabiam o que era: Tom Holland realmente encarnar Peter Parker!
Desde que Holland começou a atuar no papel do amigão da vizinhança no MCU, o que todo bom fã do teimoso mais observava (e criticava) era a abordagem infantilizada e insegura que foi apresentada em De volta ao lar, e permaneceu em Longe de casa, mesmo após os eventos do arco do infinito.
Outro fator que rendeu muitas críticas ao ator e a abordagem do aranha no MCU foi a tentativa forçada de uma relação pai e filho entre Peter e Tony Stark, além de sua relação um pouco distante com May Parker (que irritantemente ele nunca a chama de tia).
Os roteiristas parecem ter ouvido as “preces” dos fãs do personagem e, finalmente, todas essas questões em relação a Peter Parker foram resolvidas em “Sem volta pra casa” (já era hora!).
Finalmente vemos Peter e tia May se relacionando realmente como tia e sobrinho, ainda que sem tanta diferença de idade entre os dois, e não mais a relação quase de “parentes distantes que quase não se veem”, como vimos nos outros filmes.
Graças a “One Above All”, não há mais quase nenhuma menção a Tony Stark, e muito menos vemos Peter constrangedoramente às lágrimas em frente a um mural do homem de ferro por não saber o que fazer.
Muito pelo contrário. Aqui vemos finalmente um Peter Parker amadurecido, seguro de si e suas habilidades, e ainda que em algum conflito interno, ciente do que se tornou e de seu papel como herói na sociedade.
Seja qual for a abordagem sobre Peter Parker, não tem como deixar de lado aspectos tão profundos e únicos do personagem, como por exemplo, a sua forma de lidar com a dor e a perda, ou de se sacrificar por um bem maior.
Simplesmente não há um Peter Parker digno se ele não vier acompanhado da frase que é quase um carma em sua vida: “Com grandes poderes, vem grandes responsabilidades.” Essa é simplesmente a essência do personagem. É o que o faz ser tão único e marcante.
“Sem volta pra casa” além de nos brindar não só com um, mas TRÊS Peters, ainda faz um “batismo” ao Peter de Holland, o confrontando com a perda e a dor.
Calma, caro leitor. Não é que a gente que é fã do Peter seja sadomasoquista e goste de ver o rapaz sofrer. Longe disso! Mas o que faz esse grande personagem ser tão especial é que, como poucos, Peter Parker quebrou as barreiras da fantasia, e é um símbolo para muitas pessoas no mundo real.
Não é à toa que o Homem Aranha era o personagem favorito do gênio Stan Lee. Como ele mesmo afirma em sua biografia, segundo a Wikipedia, o Homem Aranha foi criado para ter um apelo adolescente e ser parecido com uma pessoa comum.
Não é de se espantar o absoluto sucesso que o personagem faz até hoje. E muito disso se dá ao fato de que milhões de pessoas no mundo inteiro se identificam com o personagem, e se espelham nele para enfrentar suas dores e perdas do cotidiano.
Essa identificação com o personagem sem dúvida é o maior legado do personagem, e “Sem volta pra casa” trouxe de volta esse aspecto, deixado de lado nos dois últimos filmes.
Muito mais do que um fan service, o amadurecimento de Peter encerra seu arco inicial no MCU e o prepara para o futuro do personagem e da franquia, trazendo a expectativa de que o veremos em batalhas épicas e enfrentando inimigos assustadores, mas o mais importante: Sendo um Peter Parker digno de seu legado!
Este artigo foi escrito por Eliezer J. Santos e publicado originalmente em Prensa.li.