Homem recebe primeiro transplante com coração de animal
Foto: David Bennett com o Dr. Bartley Griffith / University of Maryland School of Medicine
A fila de doação de órgãos é imensa e demorada em diversos países, nos Estados Unidos não é diferente. Muitas pessoas esperam por anos para a cirurgia que salvará suas vidas. Esse foi o caso de David Bennet, de 57 anos, que sofre de uma doença cardíaca terminal.
O transplante com coração de um porco não foi uma escolha aleatória: o órgão do animal é semelhante ao do homem, tendo inclusive o mesmo tamanho. Não é a primeira vez que os cientistas tentam realizar a cirurgia, porém é a primeira bem-sucedida.
Parece filme de ficção científica, mas não é. Para que a cirurgia desse certo e o corpo de David não rejeitasse o coração do porco, o órgão foi geneticamente modificado - foram retirados três genes que causavam rejeição e incluídos seis genes humanos no DNA do coração. A cirurgia demorou cerca de oito horas e foi um sucesso.
Porém, os médicos estão acompanhando de perto a recuperação do paciente. Isso porque o corpo humano possui diversos mecanismos de defesa que podem rejeitar o coração e nesse caso será preciso agir rápido. Já são ensaiadas medidas para possíveis imprevistos.
O transplante com o coração de um porco é um passo adiante para evolução científica e solução para mais de 100 mil pessoas que aguardam com esperança a doação de um órgão. No Brasil, somam-se mais de 50 mil pacientes na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) e por mais inimaginável que seja o doador animal, é a fonte de vida para muitas pessoas.
Este artigo foi escrito por Amanda Casado e publicado originalmente em Prensa.li.