Igualdade na Ciência: como criar oportunidades para o futuro
Hoje é o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, e a Prensa People traz reflexões e ações para que o presente seja ferramenta para a construção de um futuro mais igualitário.
O dia 11 de fevereiro marca o Dia Internacional das Meninas e Mulheres na Ciência, uma data fundamental para refletirmos sobre o papel das mulheres no avanço do conhecimento científico e a necessidade urgente de promover a igualdade de gênero nesse campo — e em todos os outros.
Em 2023, a UNESCO divulgou que apenas 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres. Apesar de avanços significativos ao longo do tempo, como a entrada de mais mulheres em áreas como biotecnologia e ciência da computação, a desigualdade de gênero persiste nas grandes premiações científicas, como o Prêmio Nobel. Desde a sua criação, 413 homens conquistaram o prêmio em Ciências, enquanto apenas 13 mulheres foram reconhecidas.
Fatos como esse são um lembrete de que ainda há muito a ser feito para garantir oportunidades iguais para meninas e mulheres em todas as áreas científicas. Isso levanta a pergunta: o que falta para garantir a equidade de gênero nas ciências e no mercado de trabalho?
Histórias não contadas
Você sabia que o Wi-Fi que você usa diariamente existe graças a uma mulher?
Durante a Segunda Guerra Mundial, a atriz e inventora Hedy Lamarr, junto com o compositor George Antheil, desenvolveu um sistema de "saltos de frequência" para guiar torpedos de forma mais precisa e segura. Embora o sistema não tenha sido adotado na época, sua ideia serviu de base para tecnologias modernas, como o Wi-Fi, Bluetooth e GPS.
Essa é apenas uma de muitas histórias que muitas vezes passam despercebidas, mas que ilustra como as mulheres têm sido responsáveis por grandes inovações, mesmo quando o reconhecimento de seus feitos é tardio.
Você sabia?
Jennifer Doudna e Emmanuelle Charpentier receberam o Nobel de Química em 2020 pelo desenvolvimento da tecnologia CRISPR-Cas9, uma revolução na edição genética. Elas são exemplos de como a visibilidade das cientistas pode impactar a equidade nas ciências. [Fonte: Nobel Prize]
Maria da Penha Fernandes, brasileira, fez história ao ser uma das primeiras mulheres a ser reconhecida internacionalmente por seu trabalho em neurociência. Sua jornada é um exemplo inspirador para outras mulheres da ciência no Brasil. [Fonte: Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde]
Os desafios…
Apesar de significativos progressos, as mulheres ainda enfrentam barreiras como:
Desigualdade de oportunidades: Menor acesso a bolsas de estudo, financiamento e visibilidade.
Preconceito de gênero: Pesquisa acadêmica e científica frequentemente tem critérios enviesados que desvalorizam as contribuições das mulheres.
Falta de apoio institucional: Políticas de apoio à maternidade e carreiras científicas ainda são escassas e muitas vezes ineficazes.
...e as possíveis soluções
Para garantir maior equidade de gênero na ciência, é essencial que:
Apoio a meninas na educação STEM – Incentivar a participação feminina desde a infância, criando espaços de aprendizado inclusivos.
Promoção de políticas de igualdade no ambiente acadêmico – Criar programas de mentoria, bolsas de estudo e condições que favoreçam mulheres em sua jornada científica.
Visibilidade e reconhecimento – Aumentar a presença feminina em comitês de premiação e garantir que as cientistas sejam reconhecidas por suas contribuições de maneira justa.
Sensibilização para viés de gênero – Conscientizar instituições e pesquisadores sobre a necessidade de combater o viés implícito em avaliações científicas.
É do Brasil!
Iniciativas como o Donas da Rua, projeto da Maurício de Sousa Produções, têm ganhado destaque ao fomentar a participação de meninas nas áreas de tecnologia, programação e inovação. Inspirado nas personagens fortes da Turma da Mônica, o projeto visa mostrar que meninas também podem ser protagonistas no mundo digital e científico, desafiando estereótipos e criando novas oportunidades para a próxima geração de cientistas e inovadoras.
Por meio de atividades e workshops, o Donas da Rua oferece ferramentas para que as participantes explorem o universo da tecnologia, desenvolvam habilidades de programação e se sintam empoderadas a ocupar espaços tradicionalmente dominados por homens.
Esse tipo de projeto é essencial para construir uma base sólida de futuras cientistas e tecnólogas, destacando o papel de meninas e mulheres na construção de um futuro mais inclusivo.
Até semana que vem!