Impressão 3D e seu potencial na área médica
A impressão 3D é o processo de criação de objetos tridimensionais. Geralmente, isso é feito através de um arquivo de design e auxiliado por um computador. A impressão 3D também é conhecida como manufatura aditiva ou prototipagem rápida.
Sendo assim, a área médica é uma das mais promissoras para a tecnologia de impressão 3D. Por exemplo, existem inúmeras aplicações potenciais para a medicina, incluindo a criação de próteses, implantes e dispositivos médicos personalizados. Conheça mais sobre o assunto neste artigo.
O que é impressão 3D?
A impressão 3D é um processo de criação de objetos sólidos tridimensionais a partir de um arquivo digital. O processo funciona assim: a impressão é feita camada por camada, com cada camada sendo construída sobre a última. Essa tecnologia já existe há algumas décadas, mas somente nos últimos anos se tornou amplamente disponível e acessível.
Além de ser econômica, a impressão 3D também é altamente personalizável. Ou seja, depois da criação de um modelo 3D, ele pode ser modificado para incluir cores, texturas e acabamentos diferentes. Sem dúvidas, as aplicações potenciais da impressão 3D são vastas e continuam a crescer.
Impressão 3D na área médica — aplicações
Quando se trata de impressão 3D na área médica, as aplicações atuais estão focadas em próteses e implantes. No futuro, no entanto, há potencial para muito mais. Confira alguns exemplos:
Próteses
Um dos usos mais citados para a tecnologia de impressão 3D é a criação personalizada de partes do corpo protético. Em 2013, uma empresa chamada Limbitless criou braços biônicos para crianças usando materiais impressos em 3D, reduzindo o custo desses dispositivos de cerca de $40.000 para apenas $350. Portanto, isso é uma mudança de vida para muitas pessoas que, de outra forma, não conseguiriam comprar um membro protético.
Implantes
A área de criação de implantes está começando a ser explorada. Em 2013, a Universidade de Tel Aviv imprimiu um maxilar inferior de titânio para uma mulher de 82 anos que havia perdido a mandíbula devido ao câncer. Essa foi a primeira utilização da impressão 3D para criar um implante inserido cirurgicamente em um corpo humano.
Órgãos artificiais
Outro uso potencial da tecnologia de impressão 3D está na criação de órgãos artificiais. De fato, há uma escassez de doadores de órgãos e muitas pessoas morrem enquanto esperam por um transplante. Então, com a impressão 3D, pode ser possível criar órgãos artificiais para ser transplantados para os pacientes.
Em 2015, pesquisadores da Wake Forest University imprimiram um pequeno coração usando plástico biodegradável e células humanas. Apesar desse coração ainda não estar pronto para o transplante, ele mostra o potencial da tecnologia de impressão 3D nessa área.
Tecido humano
Além de ossos e órgãos, a impressão 3D pode ser útil para criar outros tipos de tecido humano, como pele ou vasos sanguíneos. Certamente, isso pode ser útil no tratamento de queimaduras ou feridas. Inclusive, a impressão 3D também pode ser usada para criar enxertos vasculares, usados para tratar doenças como arteriosclerose e diabete.
Medicamentos impressos
Atualmente, muitos medicamentos são produzidos em massa e podem não ser adequados para pacientes individuais. Com a tecnologia de impressão 3D, há a possibilidade de um dia imprimir medicamentos personalizados e adaptados às necessidades específicas de cada paciente.
Considerações éticas sobre o uso de partes do corpo impressas em 3D
Como vimos, há muitos benefícios potenciais em usar a tecnologia da impressão 3D na medicina. Porém, existe uma série de considerações éticas para serem consideradas.
Um fator importante é a questão do consentimento informado. Por exemplo, se um paciente concorda em implantar uma parte do corpo impressa em 3D, ele pode não entender completamente os riscos envolvidos. Ainda existem muitas incógnitas quando se trata de usar partes do corpo impressas em 3D, por isso, os pacientes precisam estar totalmente informados sobre os riscos antes de decidirem.
Outra consideração ética é a questão da rejeição de tecidos. Embora a maioria das partes do corpo impressas em 3D sejam feitas de materiais biocompatíveis, sempre existe o risco de o corpo rejeitar o implante e isso leva a complicações graves.
Definitivamente, assim como existem muitas aplicações potenciais para impressão 3D na medicina, também há desafios para serem enfrentados. Talvez o maior problema seja garantir que os materiais usados sejam seguros e compatíveis com o corpo humano. Aliás, muitas pesquisas são necessárias para aperfeiçoar a tecnologia e torná-la mais amplamente disponível.
Contudo, a impressão 3D é uma grande promessa para transformar os cuidados de saúde e melhorar os resultados dos pacientes. Em suma, como a tecnologia continua a se desenvolver, futuramente veremos ainda mais aplicações da tecnologia na área médica.
Este artigo foi escrito por Adriana Wiechorek e publicado originalmente em Prensa.li.