Independência e a guerra, o contexto atual da Ucrânia
No dia 24 de agosto de 1991, ocorria a emissão da declaração de independência da Ucrânia, que foi confirmada pelo referendo realizado pelo Parlamento no dia 01 de dezembro de 1991. Neste dia foi perguntado aos eleitores: "Apoia o Ato de Declaração da Independência da Ucrânia?” a resposta foi sim, com mais de 92,3% dos eleitores ucranianos aprovando a Declaração de Independência, elaborada pela Verkhovna Rada (Conselho Supremo da Ucrânia) no dia 24 de agosto.
Até então, o território fazia parte da antiga União das Repúblicas Soviética (URSS), um bloco com ideologia comunista que surgiu em 1922, após as grandes revoluções russas. A polaridade com o Estados Unidos era o destaque deste período, resultando na Guerra Fria, um confronto ideológico entre capitalismo e o comunismo, que aconteceu a partir do ano de 1945.
O grande símbolo da guerra não armada foi a construção do Muro de Berlim, dividindo a cidade de Berlim, na Alemanha, em duas partes: o lado ocidental capitalista e o lado oriental comunista. O conflito de ideias se arrastou por alguns anos, até que, a partir do ano de 1980, a União Soviética já não conseguia mais sustentar suas ideologias e a população do território estava insatisfeita com o comunismo.
O fato mais marcante e que declarou o fim da guerra fria e, consequentemente, o fim do governo comunista, ocorreu em 1989, com a queda do Muro de Berlim. No ano de 1991 aconteceu a dissolução da URRS, após 11 repúblicas, entre ela a Ucrânia, se declararem independentes.
Saiba mais sobre o que foi a União Soviética através do documentário feito pela BBC News Brasil.
Após mais de 30 anos de independência, a Ucrânia teve o seu território invadido por tropas russas no dia 24 de fevereiro de 2022. A Rússia alegou que os principais motivos foram o avanço da Otan no Leste da Europa e, também, as questões geopolíticas, muitas delas vindas do passado. Um relatório feito pela ONU apontou que quase 5 mil civis foram mortos em decorrência do conflito.
Nas proximidades do dia 24 de agosto de 2022, data em que se comemora o Dia da Independência da Ucrânia, o presidente Volodymyr Zelensky declarou que “a guerra começou na Crimeia e vai acabar na Crimeia”, fala feita após um ataque ucraniano destruir oito aviões russos em uma base aérea na península. O presidente também se mostrou muito confiante ao afirmar no dia 24, que, “uma nova nação nasceu em 24 de fevereiro. Nasceu não, renasceu.’’
Confiante também está a população russa, que, em um estudo realizado pelo Grupo Rating durante os dias 17 e 18 de agosto, que entrevistou 1.586 pessoas, apontou que a maioria absoluta (93%) estava confiante de que a Ucrânia conseguiria repelir um ataque russo no Dia da Independência, já para 7% não estavam confiantes nas forças armadas do país. O estudo também mostrou que a principal emoção que os entrevistados sentem ao pensar na Ucrânia é o orgulho (75%).
Com estes dados positivos, o governo Ucraniano ganha mais folego para sustentar sua defesa, tanto para a sua população, quanto para a comunidade internacional que, desde o início do conflito, já tomou várias medidas econômicas contra a Rússia e tem apoiado militarmente a parte atacada.
Este artigo foi escrito por Lucas Gomes e publicado originalmente em Prensa.li.