Inovações e Estratégias em Pagamentos: Destaques do Zoop Payments Leadership
Especialistas se reúnem no Rosewood São Paulo para discutir tendências, estratégias e inovações no setor financeiro.
O Zoop Payments Leadership, evento organizado pela Zoop em parceria com a Prensa, ofereceu uma manhã de imersão nas mais recentes inovações e estratégias de negócios para serviços financeiros e pagamentos.
O cenário foi o renomado hotel Rosewood São Paulo – o único seis estrelas da América Latina, onde os participantes puderam desfrutar de um café da manhã especial enquanto acompanharam palestras com alguns dos principais nomes do setor. Nas palavras de um dos organizadores, o Rosewood foi a sala de estar para o compartilhamento de conhecimento, com um clima descontraído e propício para trocas significativas e o estabelecimento de parcerias.
A abertura ficou por conta da VP Sênior de Vendas e Marketing da Zoop, Patrícia Esteves, que comentou a importância de encontros assim para promover a colaboração e acelerar a inovação.
Construindo o futuro dos pagamentos
Bruno Diniz, Managing Partner da Spiralem e referência de inovação no setor financeiro, apresentou a palestra magna do evento. O especialista abordou a construção do futuro dos pagamentos no que diz respeito à infraestrutura, estratégia e experiência do cliente — três fatores essenciais que conduzem o setor no Brasil e no mundo.
Entre os destaques compartilhados, está o advento do PIX em 2020, que promoveu uma aceleração sem precedentes tornando-se o segundo maior sistema de transferência eletrônica em tempo real do mundo, atrás apenas da United Payments Interface (UPI), da Índia. É uma continuação da movimentação que se iniciou com os processos de IPOs (Initial Public Offerings, ou Ofertas Públicas Iniciais) de empresas de pagamentos, que ampliaram as camadas e as discussões de pagamentos a partir de 2006.
Mundo afora, a expectativa é que os pagamentos A2A (Account-to-Account), tal qual o PIX, continuem a crescer de maneira acelerada até 2028 – previsão que enfatiza o quanto o cenário de pagamentos pode ser transformado em um curto espaço de tempo. Com relação ao futuro, Diniz compartilhou 6 principais tendências para o mercado brasileiro:
A popularização de soluções que olham mais profundamente para dores de nichos específicos, como é o caso da Zig, uma funtech que oferece soluções de gestão de consumo para eventos, bares, restaurantes e casas noturnas de todos os portes;
A promoção de pagamentos integrados ou embutidos (Embedded Finance and Payments), que apresentem jornadas mais fluidas e personalizadas para o consumidor;
O avanço das bigtechs e suas wallets, com funcionalidades como o pagamento em mensagerias e Tap to Pay;
A expansão das possibilidades de infraestrutura do PIX e do ecossistema de Open Finance, com a disponibilização de mais ferramentas para desenvolver a experiência do usuário – como a iniciação de pagamentos e as transferências inteligentes;
A multiplicidade de alternativas para o desenvolvimento de soluções relacionadas à orquestração de pagamentos, com camadas de integração disponibilizadas via APIs;
O aprimoramento da experiência do usuário e do backend do ecossistema financeiro com base na aplicação de Inteligência Artificial Generativa em serviços de pagamentos, com ênfase nas estratégias antifraude e soluções de finanças assistidas.
Computação em nuvem e Inteligência Artificial como motores
Após a palestra de Bruno, Marcos Carvalho, Diretor Geral e Fundador da Inovativos, mediou a conversa entre Fabiano Cruz, Co-founder e CEO da Zoop, Fernando Poletti Diretor de Produtos da Picpay, e Henrique Gallotti, Business Strategy Executive da Accenture, que aprofundou ainda mais as possibilidades para o futuro dos meios de pagamento no Brasil.
Nas palavras de Fabiano, “o setor de pagamentos caminha rumo a uma jornada de desmaterializar os terminais e ser cada dia mais invisível”. O Tap to Pay é uma das primeiras tecnologias neste sentido, mas o especialista acredita que, a cada dia, o número de transações feitas sem o intermédio de um cartão aumentarão. Esse avanço provém muito da computação em nuvem e das possibilidades que a IA traz para o setor – Fabiano complementou afirmando que, por conta de seu pioneirismo, “a Zoop é hoje a AWS do setor de pagamentos”.
Fernando Poletti destacou a importância da percepção centrada no usuário, que faz com que a tecnologia sirva para que o usuário aproveite seu tempo vivendo experiências em detrimento de ter sua jornada tomada para pagar por essas experiências. Por isso, soluções que permitem ao usuário não sentir o pagamento e o deixam invisível serão as de maior tendência de sucesso no setor.
Henrique Gallotti acrescentou que “o Brasil está na vanguarda, o mundo é que está olhando para nós”, visto que o país se destaca mundialmente por ser um dos únicos a pensar em pagamentos contextualizados. Os especialistas afirmaram ainda que enxergam o Embedded Finance e o DREX como os maiores motores da inovação no setor, especialmente tendo a computação em nuvem e a Inteligência Artificial Generativa como tecnologias de suporte.
Além do Tap to Pay – revolução nos terminais de pagamento
Com Patrícia Esteves na moderação, o último painel do dia reuniu Bruna Kuciak, Head of Financial Services da Olist, Emílio Mesquita, Head de produto no Will Bank, e In Hsieh, Co-founder da Chinnovation e um dos precursores do mercado brasileiro de e-commerce.
Os participantes discorreram a respeito das inovações possibilitadas pela oportunidade de se usar qualquer dispositivo móvel como um terminal de pagamentos. Afinal, apesar de nem tudo ser novidade, como é o caso da tecnologia NFC, que já existe há mais de 20 anos, o cenário atual é extremamente propício para que se atinja o máximo potencial de aplicação de tecnologias, apesar de certas limitações a serem superadas.
Nas palavras de Bruna, “todo o processo de implementação do Tap to Pay também passa pelo amadurecimento do mercado e a construção da confiança do usuário na solução nova. A educação em diversos canais é o grande fator para essa virada e, também, para transformar mais pessoas em adotantes de inovações”.
Abordando o cenário chinês, a primeira grande economia cashless, In compartilhou que “a palavra chave para a economia chinesa é experiência do usuário, por isso a tecnologia nem sempre é a mais desenvolvida, muitas vezes sendo algo mais simples para melhor atender ao usuário”.
Exemplos como os pagamentos com QR code ou a própria palma da mão, por exemplo, são relevantes por promover a inclusão de usuários com pouco ou nenhum letramento tecnológico, ou que não têm acesso a dispositivos que suportem a tecnologia necessária. Como afirmou Emílio, no Brasil, por exemplo, “uma barreira para a disseminação de algumas soluções é o fato de determinados aparelhos de celular não terem a tecnologia NFC para realizar transações”.
Com relação aos superapps, os especialistas comentaram que o mercado brasileiro tem muitos players, o que dificulta o desenvolvimento de um superapp de forma horizontalizada como aconteceu com o WeChat, na China:
“No Brasil já existem empresas mais maduras, grandes players dominantes em algumas verticais, enquanto o mercado e os superapps chineses são horizontais. Por isso, o que vai ter no Brasil, e, na verdade, já existe de certa forma, são superapps verticais – ou seja, empresas super especializadas que depois começam a adicionar serviços adjacentes para a comodidade do usuário.”
O que esperar para os próximos anos?
Não há dúvidas que os próximos anos trarão avanços ainda mais intensos que os promovidos durante a última década. O foco no usuário se apresenta não só como a maior tendência, mas também como o norte para o modelo de negócios do setor financeiro. Por isso, abordagens como a hiperpersonalização e customização de interfaces com base na geolocalização, renda, gênero e perfil do usuário, por exemplo, vão reger as soluções.
Ainda de acordo com In, o mais importante é uma experiência de comodidade para o usuário com geração de atrito mínimo:
“No final tudo isso é em relação à conveniência do usuário” – e assim continuará sendo.