A internet entre a salvação o caos e a ruína
Quando falamos de comunicação, de podermos interagir com pessoas que estão longe de nós, reencontrar pessoas do nosso passado, fazer amizade com pessoas do outro lado do mundo, podemos aprender línguas, podemos escrever, podemos passar nossas idéias e pensamentos para todos. O problema se torna quando não sabemos quem está do outro lado, e pode ser um grande problema. Pessoas se aproveitando do uso comum para se aproximar de pessoas com más intenções, seja qual for, pessoas roubando dados dos outros, pessoas marcando encontros se passando por quem não são, o ser humano está com mais facilidade de se comunicar, mas transformando isso em uma coisa muito perigosa.
Podemos fazer transferências, o novo pix, e tudo o que envolva dinheiro através do nosso celular, o que é muito bom e facilita muito a vida de todos, mas facilita os roubos, os sequestros, tudo por uma coisa que pode transformar nossa vida em algo mais fácil, mais prático, mas o perigo também aumenta, e pode virar um caos, algo que fuja do nosso controle.
Teve uma época em que o ser humano passou a valer o dinheiro que tinha, e agora? Se transformando nos seus seguidores, nas curtidas que tem nas suas fotos. Podemos assistir a série Black Mirror e ver o que está acontecendo com o mundo, pessoas se preocupando em fazer as coisas pelo que as pessoas vão achar, se vão curtir, se vão gostar, e ficando decepcionadas, se sentindo inferiores se seus números no instagram não forem tão altos. Tivemos uma experiência onde foi tirado o número de curtidas, eu achei uma ideia muito boa, fazendo com que curtissem uma foto pelo seu conteúdo, não pela sua popularidade.
A internet, a tecnologia, pode nos salvar, fazendo com que seja mais fácil constatarmos alguém, fazer uma chamada, enviar uma mensagem, compartilhar pensamentos e fotos para mostrar onde estamos, o que curtimos, entre outras coisas, mas a nossa ruína é quando fazemos ou deixamos de fazer algo pensando no que as pessoas irão achar, irão pensar de nós. Acredito na singularidade do ser humano e que cada um tenha a sua paixão, que tenha seus interesses, e porque tentamos agradar aos outros ao fazer isso?
Devemos viver nossa vida, no mundo real, podemos sim compartilhar nossas fotos e frases preferidas, nossas músicas para que todos possam ouvir, nossa escrita para que possam ler. Mas não porque alguém gostaria, mas com a ingenuidade de mostrarmos o que gostamos, não de agradarmos os outros, afinal, a vida é nossa, quem deve ser feliz com ela somos nós, não fazer algo só para ganharmos curtidas, mas para nos sentirmos bem, essa pode ser a nossa salvação, fazermos o que gostamos e compartilhamos os nosso feitos de forma a fazer com que mais pessoas tenham acesso, não para agradar.
Toda essa tecnologia, essa internet e essa facilidade para inúmeras coisas, podem nos levar a salvação, ao ser humano para uma vida mais prática, mais fácil e mais livre. Como pode nos aprisionar, nos tornar menos singulares, e transformar nossa vida em algo feito para os outros, pode virar um caos, pode nos levar a ruína. E agora, somos nós que decidimos.
Este artigo foi escrito por Amanda Andrade dos Santos e publicado originalmente em Prensa.li.