A 1ª fase de implementação do Open Banking tem como premissa fazer com que as instituições participantes compartilhem os produtos e serviços que oferecem, ou seja, instituições financeiras, como bancos e fintechs, vão ter acesso aos custos e produtos, e a chegada dos que hoje são oferecidos hoje pelo mercado.
Para aprofundar o tema, realizamos dois painéis na live “Jornada do Projeto Open BANKING e contamos com os seguintes convidados:
• Mardilson Queiroz (BACEN);
• Bruno Magrani (Nubank);
• Duda Davidovic (Cartão Elo);
• Carlos de Oliveira - Moderador (ABBC);
• Bruno Loiola – Moderador (Pluggy)
Planejamento da 1ª fase do Open Banking
A 1ª Fase de implementação do Open Banking ocorreria em novembro deste ano, entretanto, ela foi adiada para 1º de fevereiro de 2021.
A decisão instituída pelo Banco Central (BC) e o Conselho Monetário Nacional (CMN) acatou aos pedidos feitos pelas instituições bancárias que estavam tendo dificuldades para entregar todas as demandas a tempo.
Todo o processo foi definido através de reuniões com membros do conselho que determinaram a estrutura de governança do Open Banking em três níveis: Estratégico, Administrativo e Técnico.
O maior desafio encontrado durante a elaboração deste projeto foi conseguir garantir uma maior participação das instituições financeiras.
“O grande desafio inicial é encontrar um equilíbrio em ser democrático, e ser efetivo nas decisões que devemos tomar”, diz Mardilson Queiroz.
Para Queiroz, é preciso ficar atento a importância da governança. Para ele a filosofia adotada é fundamental. Após o regulador entrar com a norma necessária, ele delega a definição de alguns aspectos técnicos para a implementação.
Esta forma foi adotada, pois é vista como a melhor opção para conseguir criar uma dinâmica neste processo. “Estamos falando de uso intenso de tecnologia nas relações e modelos de negócio, que exige a possibilidade de ajustes tempestivos”, diz Queiroz
Desta forma, um modelo padrão poderia comprometer todo o projeto de Open Banking. Já modelos dinâmicos sofrem alterações constantes para entregar o melhor desempenho ao sistema.
Dito isso, o Banco Central deveria delegar parte das especificações para o mercado de uma forma democrática e efetiva.
Sendo assim, a governança foi estruturada não só para fazer frente as decisões sobre os procedimentos operacionais e decisões técnicas, mas também atuar na pós implementação. A governança terá o papel de manter os ajustes naturalmente do Open Banking.
Preparação do mercado para a implementação do Open Banking
Quando um consumidor utiliza um serviço financeiro que é aportado por Open Banking, a instituição usa os dados de forma crítica, analisando todo tipo de consumo produzido pelo usuário para melhorar a experiência dele.
Para retratar as expectativas dos sistemas financeiros, a Head de Inovação, Duda Davidovic, diz que o olhar da empresa ELO para o Open Banking é acompanhar as tendências e seguir normas dos reguladores, e também, enxergar o mercado como uma oferta de produto Open Banking com segurança e garantia de informações.
“Quando eu olho para o futuro, eu vejo um mundo baseado em dados. Todas as tecnologias e movimentos do mercado, desde casos autônomos até empresas tradicionais remodelando sistemas de negócio, levam a crer que dados é o caminho”, diz Duda
Desta forma, o mercado também se prepara para a implementação do Open Banking. E quando pensamos no futuro de mercado de pagamentos, temos uma infinidade de dados disponíveis, e todos eles possuem consentimento do dono das informações.
“Quando vemos a revolução disso, do lado da perspectiva da indústria tem um ponto excelente que é conseguir reduzir as barreiras para novos entrantes oferecerem serviços financeiros e inovarem”, diz Duda.
Do ponto de vista do usuário podemos reconhecer que o Open Banking poderá ajudar na economia de dinheiro do cliente, isso porque as organizações financeiras que podem oferecer uma visão dos gastos para o usuário.
Duda também frisa que com o Open Banking, o usuário conseguirá ter mais acesso a crédito pessoal, visto que as instituições financeiras conseguiram personalizar e criar produtos que abrangem grande parte da população, inclusive o público desbancarizado.
A maneira de enxergar o Open Banking é como uma nova onda de impacto que a tecnologia irá trazer para o mercado financeiro. O sistema irá reduzir barreiras de entrada para novos competidores.
Teremos muito mais empresas com ideias novas e projetos de inovação que irão inflar o mercado financeiro. Com isso poderemos ver uma entrega melhor para os clientes, tanto em serviços quanto em atendimentos. Entre os serviços, podemos citar o mercado de crédito.
Bruno Magrani, diretor de políticas públicas da Nubank, fala sobre o mercado de crédito sob influência do Open Banking. Para ele, o serviço financeiro precisa de uma série de informações, tal qual análise de perfis, informações de empréstimos, histórico de transações, entre outros.
Com o Open Banking, outras empresas do ramo daqui para frente terão acesso as informações para oferecerem uma experiência rica aos usuários, muitas vezes sendo superiores a instituições tradicionais. “O Open Banking irá permitir que as empresas possam oferecer uma experiência melhor para o cliente”, diz Bruno.
Este artigo foi escrito por Editorial Prensa.li e publicado originalmente em Prensa.li.