Kwai e TikTok – somos produto chinês?
Vendo um panorama das novas tecnologias e uma nova economia – graças ao estudo do pensamento econômico que estou fazendo no meu curso de bacharelado de filosofia –, percebi que tendem a ditar novas regras e novas visões dentro do espectro político e econômico.
Não podemos negar, em absoluto, a importância da internet – dentro e fora do nosso país – nessa nova demanda. Os serviços tendem a ser muito mais rápidos, com muito mais rapidez dentro da entrega do produto. Mas, lendo um artigo no periódico de publicidade – pois, sou também publicitário – Meio&Mensagem, analisei a questão de tendências terem muito mais impacto, e uma delas é o formato TikTok.
A questão já foi explorada por mim aqui na Prensa, porque, a meu ver, o norte-americano não entendeu que não é o formato que conquista; muitas vezes, é uma questão de tempo e como esses vídeos são produzidos.
As pessoas – pelo menos, a grande maioria – tendem a seguir tendências em redes sociais que são famosas, como acontece com o TikTok. Por outro lado, tem a questão também que temos o costume de separar as coisas, não existem redes sociais (e não deveriam existir) que façam tudo, porque o ser humano com várias opções não sabe escolher. Isso é comprovado cientificamente.
O problema levantado pelo autor do artigo é resumido em uma pergunta: estamos criando uma monocultura? Se sim, estamos rumando ao mundo utópico do seriado Star Trek, onde o mundo cria uma federação para explorar o universo e outras culturas (com ajuda de outras civilizações extraterrestres). Se não, estamos rumando para um conflito de gerações que vai culminar em romper alguns conceitos antigos.
O que isso poderia significar no mundo de hoje? Se tendem a aderir pautas muito mais do politicamente correto? Porque, na verdade, não poderíamos confundir a desconstrução de tendências antigas para evolução social – como vários preconceitos ou, até mesmo, o machismo – e a questão de comportamentos monoculturais.
Por exemplo, eu usei por um tempo uma rede social que pagava para usar ela e, estranhamente, as pessoas não aderiram. Assim como eu uso muito mais o Kwai do que o TikTok, mas, as pessoas não aderiram ao Kwai, porque a grande mídia prefere o TikTok (ou, talvez, haja um lobbysmo).
O porquê da minha preferência? O Kwai paga, enquanto o TikTok só pagará se você convidar amigos ou tiver patrocinadores. Por outro lado, minha rede cresceu em duas semanas muito mais do que, quase dois anos de TikTok. A questão é: por que as pessoas querem ser o produto e não o produtor de conteúdo? Querem o mais fácil?
Não existe nada “mais fácil”. Um pensamento muito difundido é: "Se é de graça, você é o produto". Esse pensamento, na sua essência, tem sua lógica, porque faz você ser o produto para pagar o serviço. Não é novidade, pois entidades e associações fazem sua rede de associados (doadores) há vários anos. Nós que temos alguma deficiência – os que pesquisam – sabem que nada que vem para nos beneficiar tende a ser completamente de graça.
Por não querer ser produto e querer ser remunerado, tendo a usar redes sociais que me pagam e que eu interajo sem restrições.
Este artigo foi escrito por Amauri Nolasco Sanches Junior e publicado originalmente em Prensa.li.