Leitura e Escrita, será que é pra mim?

Bom, vamos começar com uma breve história sobre quem vos fala. Desde criança tive uma ligação muito boa com a leitura e comparando-me aos meus coleguinhas eu fui até que bem incentivada nesse sentido. Hoje sou uma jovem que não tem ideia do futuro que lhe aguarda, mas essa crise eu deixo para os próximos textos, nesse aqui quero citar como a leitura me inspirou a estar aqui hoje, escrevendo ou ao menos tentando.

Comecei a ler, escrever e estudar de forma geral por pura inveja, meu irmão mais velho ia todos os dias para a escola e voltava cheio de tarefas para fazer, apesar da nítida insatisfação dele com aquilo, me deixava brava ele estudar e eu não, foi aí que comecei em casa aos 4 para os 5 anos com a minha avó a aprender a ler, escrever e fazer contas, nesse último confesso que nunca fui boa. Desde então me apeguei à leitura, sempre li com vontade, com amor, por obrigação acadêmica também, nem tudo é flores, mas sempre grata por ter acesso àqueles inúmeros universos.

Os benefícios que a leitura traz são diversos e muito conhecidos, como o desenvolvimento de um vocabulário extenso, estímulo da criatividade, concentração e memória, além dos infinitos aprendizados, não só profissionais e didáticos, mas também morais e empáticos, vivenciando através dos textos experiências de diferentes realidades, as formas de lidar com elas e seus impactos no mundo. E somadas, todas essas vantagens nos torna pessoas incríveis e escritores em potencial.

Ler é ótimo, mas tem seus pesares também, até os leitores mais assíduos passam por livros entediantes, falta de foco na leitura que te faz reler o mesmo trecho para mensagem ser enfim processada e a famosa “ressaca literária” que parece não ter fim, até se pegar devorando um livro novamente. E como dizem por aí, ‘pra curar ressaca, só bebendo.

A escrita, me pego por base, é um processo de criação curiosa, que necessita ser fomentada a todo tempo, pois envolve muitos fatores para acontecer, os principais posso dizer que são o vocabulário e a criatividade, e nem sempre eles estão alinhados no momento em que você se senta para escrever, é difícil expressar o que está na cabeça e no coração de forma compreensível no papel e as vezes temos um dicionário de palavras disponíveis para dizer o que quisermos, mas nada na mente pra dizer. O que costuma ser frustrante. Como resolver esses problemas é o que almejamos. Se eu tenho a resposta? Quem me dera, se eu tivesse estaria milionária, com certeza!

Mas enquanto não temos a resposta exata ou uma receita milagrosa que nos dê a inspiração às três da tarde quando estamos batendo a cabeça no teclado tentando pensar e não às duas da manhã já na cama prestes a pegar no sono (desculpe o desabafo), a gente vai praticando do jeito que pode, escrevendo sempre, anotando tudo que passa pela mente, até as ideias que soam “sem pé nem cabeça” e consumindo novos conteúdos, de livros, blogs, jogos, filmes, vídeos e até as novas formas de criar conteúdos que os mais jovens são tão adeptos, como o Tik Tok, Reels, Shorts, plataformas e ferramentas de vídeos curtos que revelaram diversos talentos artísticos e formas de contar histórias.

Outra forma um pouco mais antiga de expor as criações e voltadas para a escrita literária, são as plataformas sociais de contar histórias, como o Wattpad e Spirit, onde todos podem criar contas para ler e escrever livros dentro da plataforma. Você pode seguir os perfis de seus escritores favoritos e pode comentar nos capítulos suas opiniões para que o escritor tenha esse feedback direto dos consumidores. E se você tem vontade de começar a praticar a escrita e expor seus projetos, é um bom caminho. Se o seu intuito é ler mais, começar no mundo da leitura ou sair um pouco do padrão de livros impressos, bem formatados e com a ortografia impecável, essas plataformas também são uma recomendação no mínimo interessante. Existem todos os tipos de livros e escritas lá, fanfics que atraem os apaixonados pelo mundo pop e famosos, livros fantasiosos, românticos, dramáticos, de terror e suspense, livros completos, incompletos, grandes, pequenos, bem escritos e de escritores que ainda estão aprendendo a usar a ortografia correta.

Eu sempre tive certa resistência de apresentar meus projetos para as pessoas próximas, amigos, familiares e afins, nunca tinha certeza se estava bom, se eu levava jeito para a coisa e isso me ajudou. Também ajudou meus amigos a descobrirem a leitura e hoje em dia talvez eles leiam mais que eu.

A mensagem final que quero deixar é que independente do objetivo da leitura ou da escrita, não encare como só mais uma obrigação, comece sempre de mente e alma livres de preconceitos e abertos a explorar cada sentimento e experiência que isso vai te trazer. Ler nem sempre é prazeroso, escrever nem sempre é gratificante, mas não deixe os poucos momentos ruins estragarem os abundantes momentos bons. Todo texto é um mundo de possibilidades.

Este artigo foi escrito por Victoria Santana Vieira e publicado originalmente em Prensa.li.