Liberdade - Ao girar a maçaneta
Ouço o som de batidas na porta, mas logo percebo que o meu ser não está em sintonia com os acontecimentos existentes.
Minha mente está a milhas de distância, indo em direção contrária.
Estou perdido em algum lugar em meu quarto, sem falar que por inúmeras vezes ouvi o som da liberdade, conclamando, e puxando para si.
Me levantar para abrir a porta é o que eu mais quero, porém, é como se a cama estivesse me prendendo.
Me sinto extasiado, sabe...paralisado pelos turbilhões de sentimentos que me sufocam, prendendo minha respiração.
Ao olhar pela janela vejo duas crianças brincando de futebol, e ao perceber a pureza e espontaneidade em seus gestos.
E ao mesmo tempo que as lágrimas respingam em meu rosto. A tristeza me aflige como um flagelo de chicote.
E as batidas na porta...bom, elas continuam e não cessam. Vou me arrastando para poder abri-la.
Grito por socorro. Entretanto, estou fraco demais, até para respirar é difícil.
Libertar-me desse mal é algo que eu luto a cada dia,
Agora que eu já estou na metade, paro e olho para minha atual situação.
Não para querer voltar, mas para continuar o caminho que percorri.
Para dizer que eu irei abrir aquela porta e partir para a minha tão desejada liberdade.
Girando a maçaneta, abri a porta e abracei aquela que me ouviu em silêncio,
Oh, doce liberdade. Como é bom sentir teu afago.
Observação: Gire a maçaneta, abra a sua porta e deixe o sol entrar!
Este artigo foi escrito por Ravison Dilam e publicado originalmente em Prensa.li.