O mercado de serviços financeiros está mudando rapidamente e como consequência, os bancos estão lutando para se redefinir e manter o ritmo na era digital.
A fim de evoluir, bancos estão transformando suas organizações em ecossistemas digitais, desagregando serviços altamente especializados para uma variedade de ambientes como nuvem, local, e software como serviço.
Eles também perceberam que é preciso aproveitar a inovação ao seu redor, para se tornarem plataformas digitais e atender a um mercado maior através de fintechs parcerias.
As Interfaces de Programação de Aplicativos (APIs) são a chave para que tal abordagem de plataforma transponha as fronteiras dentro e fora das tradicionais organizações bancárias. Elas surgiram como ferramentas essenciais e capacitadoras críticas para apoiar as empresas de serviços financeiros a atender às novas expectativas dos consumidores.
Por meio da colaboração com fintechs, os bancos usarão APIs para adicionar novas funcionalidades de parceiros de negócios e entregar ofertas de serviços desenvolvidas internamente para cadeias de valor de parceiros e ecossistemas.
O novo ecossistema permitirá que os bancos:
› Impulsionem a integração horizontal e vertical;
› Promovam uma cultura de colaboração;
› Criem novos fluxos de receita e obtenha soluções para mercado mais rápido;
› Ofereçam inovação e funcionalidade estrategicamente para o negócio.
No entanto, passar para um conjunto de sistemas independentes, gerenciado como uma federação digital exige novas habilidades. Logo, as técnicas de gerenciamento de TI tradicionais e centralizadas do passado não são mais aplicáveis.
Para extrair valor de dados em tempo real e entregar rapidamente novas experiências aos consumidores por meio de APIs, os bancos devem investir e implementar um novo modelo operacional.
Ativados por plataformas de tecnologia flexíveis e seguras, novos modelos de fornecimento de negócios e tecnologia são fundamentais para alcançar o sucesso. Dessa forma, os bancos precisam começar a pensar em APIs como produtos e embarcar em um processo contínuo e ciclo rápido de ideativa, priorização, implantação e, em seguida, medir o sucesso de novos serviços.
APIs estendem o modelo de negócio bancário
A aceitação de APIs está aumentando em organizações bancárias, contudo seu progresso e desenvolvimento ainda está em andamento. Sua adoção está crescendo exponencialmente, com 15.000 a 50.000 APIs disponíveis publicamente em abril de 2016, segundo estudo “Tracking the Growth of the API Economy.” da Nordicapis.
Isso significa que os bancos estão adotando com entusiasmo as APIs, e de acordo com o relatório Capgemini’s World Retail Banking 2017, mais de três quartos (78,3%) dessas instituições afirma que conta com APIs para ajudá-las a melhorar a experiência do cliente.
Em uma pesquisa recente com mais de 100 bancos e cooperativas de crédito executivos, as APIs foram colocadas em quarto lugar como uma tendência importante no banco de varejo - com a maioria das outras tendências relacionadas de alguma forma a APIs. Essas aplicações são a base para formar parcerias com fintechs.
Ao colaborar com FinTechs via APIs, os bancos podem abrir novos canais e construir novos conjuntos de ofertas de produtos aprimorados. Sendo assim, o banco se torna o centro de um rico ecossistema financeiro.
Um dos recursos mais atraentes de APIs para bancos é sua capacidade de conduzir uma integração horizontal e vertical. A integração de APIs abertas permite que associações financeiras promovam atividades bancárias em novas vendas.
De uma perspectiva vertical, os bancos ganham a liberdade para adotar o modelo de negócios Bank-as-a-Service (BaaS), ou seja, possuir plataforma construída em torno de serviços como acesso à conta, pagamentos e integração do produto - tudo conectado por APIs.
Cuidado com tais modelos de negócios emergentes
Até agora, a indústria só teve um vislumbre do que é possível com APIs. Em breve, elas permitirão um novo conjunto de modelos de negócios, expandindo o alcance e profundidade dos canais de negócios. A partir disso, os bancos funcionarão cada vez mais como um marketplace com ofertas agregadas e agrupadas, em vez de agir como uma única instituição.
Lideranças bancárias globais poderãoapoiar seus muitos serviços diferentes, incluindo banco de varejo, atacado empresas e hipotecas residenciais, por meio do mercado de APIs. Dessa maneira, os bancos não buscarão apenas APIs para impulsionar essa expansão, mas para incentivar a inovação - tanto internamente quanto por meio terceiros.
Das organizações de serviços financeirosque já utilizam APIs, 58% relatam o aumento de produtividade e 48%, o aumento da inovação. Essas APIs serão essenciais para agregar valor a experiência do cliente por meio de velocidade, conveniência e adaptabilidade.
Já há casos de APIs funcionando em ambientes amigáveis ao cliente e sistemas de pagamento sem contato como a Apple Pay, Samsung Pay e Android Pay. Nos serviços financeiros de indústrias, melhorar a experiência do cliente (77%) é o objetivo principal para a transformação digital, em seguida vem o aumento da eficiência operacional (75%).
Com componentes de terceiros plug-and-play e artificiais gestão financeira pessoal baseada em inteligência (PFM), os bancos podem acelerar seu jogo para entregar o responsivo, serviços personalizados que irão diferenciá-los de concorrentes.
Dentro do próprio banco, as APIs podem aumentar a eficiência ao conectar sistemas em silos para melhorar a coordenação do sistema, agilizar processos e minimizar riscos.
Outro exemplo de uso das APIs, por lideranças bancárias, é na detecção de fraude e combate a lavagem de o dinheiro, tendo auxílio de inteligência artificial e aprendizado de máquina. Embora todos esses modelos de negócios de API tenham um potencial imenso, nas organizações de serviços financeiros é importante se posicionar para se mover com velocidade e autoridade.
O sucesso das instituições será baseado na evolução da tecnologia para monitorar, controlar e governar o acesso das APIs. Bancos com visão de futuro já estão implantando tais soluções, medindo o sucesso em tempo real e obtendo suas ofertas para o mercado mais rapidamente.
Idealizar e priorizar para evoluir os novos serviços de API
Uma das chaves para o sucesso é tratar as APIs como produtos, garantindo que sejam fáceis de usar e que seu sucesso será contínuo e monitorado. Esses produtos devem evoluir em função do feedback do cliente tanto quanto qualquer outro produto bancário.
O foco precisa estar tanto na valorização do negócio quanto no gerenciamento das APIs. Esta prática idealiza e prioriza serviços e, ao meesmo tempo, embarca em um ciclo contínuo de evolução do produto, conforme figura abaixo.
Ser capaz de reutilizar ativos de software via APIs pode ser acelerado com um modelo de autoatendimento interno, no qual todos podem acessar as APIs e ativos de integração. Esse modelo dará suporte para integrar APIs e conectar dados.
Das organizações pesquisadas no MuleSoft Connectivity Report de 2018, 93% dos tomadores de decisão de TI acreditam este tipo de modelo de autoatendimento será fundamental para uma transformação digital.
O futuro oferece muitas promessas - e APIs lideram o caminho
As APIs vem desempenhando um papel importante na condução do futuro dos bancos - mas isso serve apenas para os bancos que adotarem uma abordagem ativa. É preciso começar a tomar medidas hoje para estar na vanguarda do futuro liderado por APIs, caso contrário há o risco de ser deixado para trás.
Mas cuidado: no ambiente acelerado da disruptura digital, o Open Banking por si só em breve será considerado essencial. Os bancos precisarão ter as ferramentas, metodologias certas, e estratégia para competir e assim ter sucesso. No entanto, a transformação digital é como qualquer grande iniciativa estratégica, ou seja, uma jornada que os bancos devem se aproximar em um ritmo controlado.
Pode ser útil ter um parceiro de negócios e tecnologia ao longo dessa jornada a fim de auxiliar na definição de sua estratégia. Para determinar a melhor abordagem para sua organização na Economia de APIs, considere desenvolver uma prova de conceito como um exercício conjunto de negócios e tecnologia.
*Conteúdo adaptado do whitepaper "Leading banks eye APIs to leapfrog the competition"
Este artigo foi escrito por Matthew Cameron e publicado originalmente em Prensa.li.