Metaverso: que fim levou? IA ou desistência?
O metaverso é um conceito que, embora tenha explodido em 2022, já carrega uma definição bem anterior. Isso porque em 1992, o escritor Neal Stephenson enfatizou em sua novela Snow Crash que o termo seria uma dimensão paralela e virtual, convergente com a realidade.
O mundo dos games sempre explorou simulações de realidade onde seria possível forjar cenários como os da vida real. Na prática, porém, o Metaverso vai muito além dos games e da ficção, embora esteja um pouquinho apagado nos últimos dias.
O que aconteceu com o investimento e a empolgação das empresas em uma tecnologia tão inovadora e revolucionária? Bem, para entender melhor o que aconteceu, trouxemos um panorama do conceito de Metaverso em 2023, acompanhe!
O que é o Metaverso
Pulando para um conceito de Metaverso mais atual, rapidamente pensamos nos óculos de realidade aumentada. Isso porque, com o equipamento, é possível ter a visão e a impressão de um mundo parecido com a realidade, mas virtual.
Pensando nisso, como a ideia de uma realidade modificada poderia ser tão impressionante assim? Bem, isso é porque o Metaverso vai muito além de uma simples visão de mundo virtual.
A exemplo, o Metaverso é capaz de proporcionar às empresas que trabalham de maneira remota um encontro presencial num ambiente paralelo. Assim, seria possível criar cenários, interações e encontros mesmo entre pessoas fisicamente distantes.
Dessa forma, a novidade traria facilidades para áreas como:
Jogos online;
Redes sociais;
Teletrabalho/trabalho remoto;
Eventos;
Entretenimento;
Negócios (especialmente as reuniões);
Entre outros.
Não à toa, diversas empresas investiram pesado nas novidades e no próprio conceito de Metaverso, como foi o caso da Meta, empresa que antes era chamada Facebook.
Por que se popularizou tão rápido
A possibilidade de explorar um universo alternativo e completamente virtual chamou muita atenção das empresas para o Metaverso. Com a opção de encontros em espaços virtuais e a inserção completa do ser humano nesse ambiente, a tecnologia apontava para um crescimento acentuado.
Se antes as redes sociais eram resumidas aos posts e stories, o Metaverso trouxe uma alternativa muito inesperada: um possível espaço virtual de convívio. Além disso, diversas inovações seriam possibilitadas com o Metaverso, conforme veremos a seguir.
As inovações que o Metaverso traria
Uma rede social onde você é completamente imerso e pode conhecer pessoas novas apenas pelos seus avatares é só o começo. O Metaverso também proporciona uma interação mais humanizada no trabalho remoto e outros horizontes para o entretenimento. As oportunidades dessa tecnologia também são:
Ensino à distância mais humanizado: é possível estar em uma sala de aula sem precisar sair de casa;
Redução de fronteiras: frequentar espaços semelhantes aos das pessoas do outro lado do mundo é uma possibilidade totalmente acessível agora;
Decoração de espaços: os locais podem ser customizáveis pelos próprios usuários, facilitando o uso da criatividade e estimulando a criação de ambientes cada vez mais inovadores.
Surgimento de uma economia cibernética no momento de comprar espaços, roupas, produtos que existem no Metaverso.
Todas essas novidades sem mencionar o que o desenvolvimento do Metaverso poderia proporcionar, chegando a procedimentos médicos a distância e até mesmo conferências globais virtuais.
Quando a Inteligência Artificial rouba a cena
No Brasil, o Chat GPT passou a ganhar espaço no final de 2022 e início de 2023, chamando muita atenção para a inteligência artificial. Enquanto o Metaverso ainda encontrava barreiras como a velocidade da internet, a IA trouxe novidades como as imagens e ainda o diálogo, tudo gerado de forma artificial.
Os sistemas ainda permitem ou podem permitir futuramente diversas novidades, como a elaboração de sistemas robóticos, criação de medicamentos, desenvolvimento de músicas etc.
O nível de avanço dessa tecnologia é tão grande, que as próprias empresas desenvolvedoras delas afirmam a necessidade da regularização do uso. É o caso da Open AI que, ciente dos avanços, recorre ao governo para limitar as criações.
Se engana quem acredita que o perigo da inteligência artificial se resumiria aos robôs que desejam dominar a Terra. Seja positivo ou negativo, o efeito da IA na humanidade precisa de dedicação das empresas para ser aproveitado ou amenizado, garantindo uma inovação positiva para a população.
Agora, no meio de toda essa revolução trazida pela inteligência artificial, onde foi parar o conceito de Metaverso e todo o investimento nele? A IA realmente roubou toda a cena sem deixar espaço para o Metaverso?
Meta, Microsoft e Disney congelaram os investimentos
Depois da Microsoft e Disney anunciarem que parariam de investir no Metaverso, a Meta acabou optando por seguir no mesmo caminho. Os gastos na criação dessa realidade, além de extremamente altos, não traziam retornos significativos às empresas.
Provavelmente, o Metaverso ganhou espaço em um período onde ainda era uma tecnologia pouco acessível, e de pouco interesse para a maior parte das pessoas. Com certeza, um tiro no pé para Mark Zuckerberg, que até mesmo mudou o nome da companhia para ressaltar o investimento no Metaverso.
A Microsoft, por outro lado, tomou atitudes muito mais realistas quanto ao mercado: muito mais cedo, passou a investir no ChatGPT e na Inteligência Artificial. No entanto, ambas as empresas permanecem de olhos abertos para as duas tecnologias.
O Metaverso morreu?
Embora as empresas tenham reduzido muito o foco no Metaverso, não podemos dizer que esta tecnologia morreu ou está completamente extinta. Pelo contrário, a própria Inteligência Artificial é necessária para desenvolver a realidade virtual.
A questão, na verdade, é que a IA tem se mostrado muito mais inteligente no que diz respeito à eficiência de processos e usabilidade das pessoas do que o Metaverso.
Além de cara, a tecnologia de realidade virtual ainda apresenta poucos benefícios e funções para o usuário. Como demanda muita velocidade da internet e muitas funcionalidades de programas, levará um pouco mais de tempo para se desenvolver.
Já os sistemas de Inteligência Artificial estão sendo cada vez mais utilizados e se desenvolvem em uma velocidade surpreendente. As grandes empresas estão completamente focadas em pesquisa para fomentar as oportunidades de mercado trazidas pela IA.
O que esperar para os próximos anos
Embora já existam equipamentos e programas do Metaverso, as previsões indicam que só teremos sistemas realmente relevantes após 2030. Neste cenário, seria possível encontrar até mesmo personagens de IA quase como pessoas reais.
Por isso, fica evidente o motivo pelo qual os grandes negócios passaram a se concentrar mais na Inteligência Artificial do que na realidade virtual. Ainda faltam muitas etapas até que possamos, de fato, incorporá-la em nossas vidas.
Ainda assim, isso não significa que a IA simplesmente atropelou o Metaverso, mas que ambas tecnologias caminham juntas para inovações futuras. Observamos, nessa condição, que a IA representa retorno a curto prazo muito mais palpável.
E você, o que acha? O Metaverso pode ser mais promissor do que aparenta para as empresas ou a IA realmente é a mais relevante no contexto atual? Comente!
Este artigo foi escrito por Camila Lacerda e publicado originalmente em Prensa.li.