Metaverso, vai mesmo acontecer?
O ano era 2021 e então Mark Zuckerberg anuncia que o grupo empresarial Facebook, deixa de ter o mesmo nome da rede social e assume o nome Meta. O grupo, que é composto por várias empresas, dentre elas: o próprio Facebook, WhatsApp, Instagram, Oculus e demais aquisições menos conhecidas.
Em seguida vem e anuncia o seu audacioso projeto: o Metaverso! E o que é esse projeto? O que ele oferece? Tem como ganhar dinheiro com ele? É sobre isso que vamos falar.
O Metaverso
A pretensão do seu criador, é bem ousada: ele quer que o Metaverso seja a nova internet. Calma, você não leu errado, a ideia da Meta é criar um novo universo tridimensional, combinando várias tecnologias já existentes, com tudo o que aprenderam com a maior rede social de todos os tempos.
A ideia parece mirabolante, porém temos visto empresas de renome comprando “terrenos” dentro do Metaverso. O que dá indícios de que não é uma ideia tão anormal como pode parecer não é mesmo? Estas são algumas das que já estão “dentro” do Metaverso:
Adidas
HSBC
Carrefour
Samsung
PwC
InspireIP (Brasileira)
Brastemp
E muitas outras do ramo de tecnologia.
Como funciona?
Esse universo digital, como já mencionado, combina várias tecnologias, e será visualmente muito parecido com os games. Avatares controlados por seus usuários, via óculos de realidade virtual.
Em seu anúncio, Zuckerberg explicou que será possível obter um lugar privativo, e construir uma loja virtual, e usar o avatar que lhe interessar. Sem falar que poderá interagir com pessoas do mundo todo. Nele será possível adquirir produtos virtuais e reais e com garantia de compra graças às NFTs.
O Metaverso mistura principalmente dois conceitos para se promover: Realidade aumentada e virtual. A realidade aumentada acrescenta itens ao ambiente real, e a virtual nos introduz em um espaço simulado, a exemplo dos jogos que usam óculos virtuais. Esse conceito é chamado de mixed reality, um mix de realidades.
O que é o Metaverso?
É um conceito antigo, data do ano de 1992 e não foi inventado pelo Mark Zuckerberg. Seu criador é o escritor Neal Stephenson. Sua primeira aparição foi em seu livro Snow Crash, onde o protagonista era um entregador na vida real e no universo digital chamado de Metaverso, era um samurai.
Houve várias tentativas de implantação do Metaverso, o maior exemplo foi o jogo Second Life de 2003, que não emplacou, mas que colocou o conceito em atividade, agora com a tecnologia 3D, em campo.
Atualmente o conceito é amplamente aplicado no mundo gamer, onde cada jogo é um universo. A tecnologia 3D evoluiu e esse universo agora é uma realidade, mas o que a Meta quer fazer, é ser a porta de compatibilidade entre todos os universos existentes, incluído o real.
Explicando a grosso modo, no princípio da internet, o e-mail representou o 1D, comunicação em uma única direção. Depois vieram os sites, seriam o 2D. E vivemos os jogos virtuais online em tempo real, o 3D, que hoje bem mais desenvolvido e acessível, torna o Metaverso possível.
E claro, toda a informação que o grupo Meta detém em seus bancos de dados, permitirá uma experiência muito aprimorada, pois poderá ofertar aos usuários produtos personalizados, tornando o projeto não só possível, mas desejável.
A melhor definição para Metaverso, é a junção de todos os “D’s” com o mundo real. Seria uma fusão entre o mundo “ON” com o mundo “OFF”. Para isso, 3 tecnologias de imagens serão integradas: Hologramas, realidade virtual e realidade aumentada.
Enfim, muitos o veem como a evolução da internet, outros olham com medo da privacidade. As empresas veem como uma mina de dinheiro. Pois as tentativas de implantar o Metaverso falharam exatamente por não conseguirem criar uma economia, o que hoje com as criptomoedas e NFT’s, não é mais um problema.
De quem é o Metaverso?
Se o conceito já existia, e as tecnologias também, porque a empresa Meta, anunciou o lançamento do Metaverso? Porque essa é uma estratégia de mercado. Quem anuncia primeiro, sempre será lembrado como criador de tal coisa ou como o mais especializado no assunto. A empresa dona das maiores redes sociais do mundo, quer dominar nesse cenário que tem tudo a ver com o seu ramo.
Em 2019 Mark Zuckerberg lançou o Facebook Horizons, que muito provavelmente será a base do Metaverso. Mas ela não é a única empresa de olho nesse universo digital, porém ela pretende liderar o Metaverso, por isso saiu na frente e deu seu nome a ele.
Contudo, gigantes da tecnologia, vem há tempos investindo em tecnologias mistas, e não começaram ontem e nem estão para brincadeira.
A Concorrência
A Microsoft vem investindo em tecnologia de realidade aumentada, e lançou a plataforma Microsoft Mesh, que proporciona reuniões com o uso de hologramas. Também incrementou o Microsoft TEAMS com avatares 3D. Conta ainda com seus próprios óculos de realidade virtual e já tem grande experiência com a tecnologia 3D através dos seus jogos na plataforma do XBOX.
Já a Google, que é outra gigante do mercado de tecnologia, tem o sistema operacional mais usado com cerca de 90% de todos os aparelhos no mundo. Ela investe em óculos há muito tempo, falhou com o Google Glass, mas recentemente apresentou o óculos de tradução simultânea. Está em fase de testes, mas esse é um passo para algo ainda maior. Com certeza não está alienada ao Metaverso.
A Sony também tem os seus óculos de realidade virtual, e o que esperar então da Neura Link de Elon Musk? E ainda Apple, Samsung, NVIDIA e outras tantas? Isso significa que o jogo está apenas no começo, e que tem muita coisa para acontecer.
Quanto custa?
Na verdade, para entrar no Metaverso, não tem custo. Agora dentro do ambiente, tudo o que você quiser adquirir, a exemplo do mundo real, tem um custo. O que não é uma novidade, pois o comércio digital é comum dentro dos universos dos jogos de RPG por exemplo.
A explosão das NFT’s, popularizou o uso de criptomoedas, o que facilitou a entender como funcionará o comércio dentro do Metaverso que fará uso de criptos em suas transações. Mas em se tratando de equipamentos, para navegar no Metaverso, aí a conversa é diferente.
O que é necessário para acessar?
Como vimos, o diferencial do Metaverso é a tecnologia. Os óculos de realidade virtual, baratearam, mas ainda não são tão acessíveis assim, um dispositivo com uma qualidade plausível que é o da própria Meta, está custando cerca de R$3.800! É o Modelo Quest 2 301-00350-01, da empresa Oculus, que faz parte do grupo Meta, e que inclusive, passou a se chamar Meta Quest, seguindo o rumo das mudanças no grupo.
Também é preciso uma internet veloz e estável, itens que são essenciais para essa experiência de navegação. O grande deslanchar desse projeto depende de várias tecnologias e uma delas em especial é a implementação do 5G. A nova rede é vista por muitos, como uma chave para o sucesso do Metaverso.
Quando o Metaverso será uma realidade?
Muito em breve, na verdade, ele já está acontecendo para alguns, pois está se tornando comum notícias de compra e venda de terrenos, ou de empresas adentrando o Metaverso. Entretanto, apesar do apoio de grandes empresas, a Meta precisa saber jogar o jogo, pois para dar certo é preciso uma interconexão, bem como a que aconteceu com a internet, que abriu suas portas através do protocolo www.
Ou seja, é preciso abrir as portas para as demais empresas de tecnologia produzirem produtos para o Metaverso ao invés de investirem em seus próprios universos como tem sido até hoje. A compatibilidade é a chave do sucesso.
Dá pra ganhar dinheiro no Metaverso?
Com certeza! Empresas de todos os nichos estão investindo e não é à toa, já enxergaram o Metaverso como grande fonte de renda. E para o mercado de profissionais de TI vai ser uma bomba, pois vai gerar muita demanda principalmente para programadores e desenvolvedores.
Conclusão
O projeto do Metaverso é maravilhoso e fantástico, mas é apenas o princípio, estamos vendo o nascer de algo grandioso que fará parte das nossas vidas não só na área do entretenimento mas também na profissional.
As possibilidades são incontáveis, e pode não demorar muito, mas é possível que o Metaverso transforme o seu home office! Empresas de Cloud, já estão preparadas para alugar máquinas virtualizadas para o seu ambiente de trabalho dentro dele.
É a nova tendência mundial, e a exemplo do que ocorreu com o e-commerce, quem não aderir, perderá e muito. Ou seja, é apenas uma questão de tempo para que o Metaverso seja uma realidade cada vez mais “palpável”, com o poder do trocadilho.
Este artigo foi escrito por Reinaldo Coelho e publicado originalmente em Prensa.li.