Meus desafios para 2023 e sonhos inacabados
Sempre fui motivado por desafios, no começo sem a preocupação sobre para onde iria. Mas logo percebi que eu tinha sonhos e desafios a perseguir.
Meu primeiro sonho foi o mesmo de milhares de meninos brasileiros: ser jogador de futebol. Nunca joguei muito bem, mas, aos onze anos, fui convidado para um teste no time dos meus sonhos. Meus pais estavam morando em São Paulo, eu ainda morava com um compadre deles em Belo Horizonte, Sr. Antônio. Mandei uma carta para meu pai, mas a resposta veio pela voz do compadre: foi não. Eu teria que estudar e esquecer esse assunto de jogar futebol. Continuei a jogar futebol, mas sem pretensões nenhuma.
Outro sonho era me tornar advogado. Esse também apareceu quando eu ainda era uma criança. Minha mãe conta que não sabe de onde tirei tal vontade com menos de 6 anos. Esse sonho somente consegui retornar muito depois de adulto. Passei por muitas profissões mas, depois de muito, me tornei advogado e estou atualmente na função com foco em direito eletrônico.
Logo, os sonhos começaram a se misturar com desafios da rotina e acontecimentos da vida. Mas a primeira lista de sonhos que lembro de ter organizado foi: ter uma namorada, ter um filho ou uma filha, escrever um livro e plantar uma árvore.
Vou começar pelo sonho mais fácil. Plantei uma árvore aos doze anos no interior de Minas Gerais na cidade onde eu nasci, numa atividade da escola. Voltei lá muito tempo depois e, apesar de não lembrar qual foi a árvore que eu plantei, o local continuava com várias árvores ao longo do caminho.
Das Minas Gerais para São Paulo, minha trajetória de vida e trabalho começou com meu encontro com meus pais, que já estavam aqui. Chegamos na Freguesia do Ó, mas logo fomos embora para o subúrbio, numa cidade dormitório, Carapicuíba.
Foi em Carapicuíba que vivi boa parte da adolescência e vida adulta. Ainda estava para terminar o ginásio, a oitava série. Comecei nas aulas a tarde, mas durou pouco. Fui estudar a noite em razão de um curso que iniciei naquele ano. O curso foi juntamente com jovens de São Paulo e de outras partes do Brasil, esse foi minha entrada no mundo profissional como mecanógrafo.
Tive poucas namoradas ao longo desta jornada, mas foi com a última, com quem estou até hoje, que tive meus filhos e minha filha, tendo assim mais dois sonhos concretizados. Cada um dos meus filhos chegou em um momento diferente. O primeiro foi um susto, após quatro anos de namoro. Já estávamos íntimos e, apesar de não termos planejado, ele veio forte e belo. Hoje, também é grande, mas pacífico, apesar da voz alta.
Quando veio o segundo, nossa busca era termos nosso lar, levantar as paredes, encher a laje nos fins de semana junto com meu sogro, Dedão, um pedreiro autodidata. Tudo aconteceu ao mesmo tempo; saímos do aluguel para construir na casa da família dela e ele também veio forte, belo e dócil, mas atrapalhado e desligado.
Muito tempo depois veio ela, uma soma de nós dois. Meiga, inteligente e sonhadora. Nesse momento já nem se esperava chegar uma criança na casa, já tínhamos um lar bem arrumado e foi possível até comprar um carro popular. Nossa casa vibrou, mais alegria e harmonia. Ela nos uniu muito mais.
Escrever um livro é o sonho que ainda não concretizei, mas espero alcançar. Então, estou aqui colocando esse meu primeiro texto para começar a construir um livro de poesia, prosa e outros pensamentos, junto com fotos da natureza.
Se deixei aqui algo não bem explicado ou que causou dúvidas, vou deixar aqui um e-mail específico para responde às mesmas, joseleitecoura@outlook.com
Este artigo foi escrito por Jose Leite Coura e publicado originalmente em Prensa.li.