MPV - Mínimo Profissional Viável
No universo das tecnologias da informação, desde o desenvolvimento de software, design e marketing, existem três termos que dificultam e atrapalham quem deseja entrar no mercado de trabalho, esses termos são: Júnior, Pleno e Sênior.
Eu, particularmente não sou apologista a esses termos, mas, tem uma galera e empresas do mundo inteiro usando esses termos para classificar quem é um Júnior, Pleno ou Sênior. E, por conta disso, muita gente tem medo de concorrer a vagas de trabalho por não se achar júnior, pleno ou sênior. Tenho uma boa notícia para você, você pode aplicar para vagas de trabalho, sendo um MPV.
Fazendo um paralelo com o mundo do empreendedorismo, existe a sigla MVP - Minimum Viable Product, ou seja, Mínimo Produto Viável. Um dos gargalos que o MVP resolve é evitar o desperdício de tempo e dinheiro em projetos que não vão trazer os resultados esperados pelas empresas ou startups.
Então surgiu essa ideia de MVP, que é desenvolver uma versão de teste do seu projeto, com o mínimo de investimento financeiro e de tempo, mas capaz de entregar os mesmos valores do produto finalizado. Dessa forma, a ideia pode ser testada e, se aprovada, toda a estrutura necessária para o desenvolvimento é aplicada.
E, você pode perguntar, qual a relação entre MPV e MVP?
Desde que comecei a trabalhar como Desenvolvedor de Software, notei algo que todas as empresas têm em comum, eles contratam profissionais que agregam valor para empresa, e, depois, eles próprios classificam você, usando os termos que venho citando desde o ínicio do artigo. Então, não espere ser um Júnior para aplicar naquela vaga, seja um profissional mínimo viável, vá e entregue valor para empresa, não desperdice suas energias tentando antes alcançar qualquer nível, e por outro lado, é bastante controverso esse assunto de níveis. Algo que eu acredito, todos nós profissionais de tecnologia, somos, tanto juniores, plenos e seniores em determinados assuntos.
Por outro lado existem empresas que só contratam pessoas desenvolvedoras de softwares por exemplo se for senior, a questão é, como se mede isso? Pelos anos de experiência? ou pelo que o profissional entrega de valor para a empresa? Prefiro arriscar que seja pelo valor que ele entrega.
Um dos aspetos mais legais de ser um MPV, igual ao MVP, é que você vai aprendendo e errando, até acertar. Então minha recomendação é, pare de pensar em termos de profissionais Júnior, Pleno e Sênior, por não existir uma categorização tão clara, principalmente no que diz respeito ao que você sente em relação ao seu nível como profissional, como já disse as empresas contratam usando essas terminologias, mas, você não precisa esperar se entender como júnior por exemplo para dar a cara a tapa, ir atrás das oportunidades.
Quando você é minimamente competente para entrar no mundo do trabalho?
Depende, o que eu recomendo, caso não se sinta confortável em termos de níveis, entre na empresa como um estagiário, vai mostrando o quanto de valor você consegue agregar para a empresa, até seres notado e aí, seres categorizado como Júnior. Pois, estarás emergindo em um ambiente do mundo real, diferente de ficar em casa estudando sozinho, na empresa, terás pessoas ao teu lado para te ajudar, criticar, e propor melhorias, soluções para diferentes problemas.
Em resumo, deixa as empresas classificarem você, não espera sentir ter um nível mínimo para entrar no mercado, ou seja, o teu papel é estudar, fazer da melhor forma, agregar valor e, deixar o mercado te reconhecer.
Este artigo foi escrito por Fernando dos Santos e publicado originalmente em Prensa.li.