Nada muda com a greve: e o preço não para de subir!
Você já deve ter sentido o impacto da crise política e econômica que o Brasil vive, não é mesmo? Basta ir ao mercado ou ao posto de gasolina para perceber que as coisas estão mais caras. Muito mais caras.
A constante promessa de mudança no âmbito político tem provocado descrédito na população, que anseia por condições melhores de vida. Em 2021, a promessa de uma nova paralisação pelos caminhoneiros no mês de setembro movimentou a internet.
Greves e mais greves
Para quem não lembra, em maio de 2018 as estradas do país inteiro pararam por 10 dias. Vias fechadas, postos sem combustível, mercados com escassez de produtos: essa era a realidade após a paralisação das rodovias. As consequências escancaram suas causas, que não eram muito diferentes de hoje em dia.
O aumento constante do combustível e péssimas condições das estradas motivaram e continuam motivando protestos nesse sentido. A pandemia só agravou a situação.
A questão é que após a negociação com o Governo para o fim da paralisação, não percebemos mudanças, tanto em 2018, como agora em 2021. A gasolina, por exemplo, que custava em média 3,00 reais, hoje chega a 7,00!
Por que será que nada muda?
O discurso de transformações políticas no cenário brasileiro não vem de hoje, é histórico. O tema tem sido estudado por muitos autores, como o sociólogo Jessé Souza. Independente de posicionamento político, nosso bolso paga por isso. Alguns mais que os outros, como apontam as pesquisas sobre o aumento da fome no país.
As questões econômicas se confundem com as razões políticas, isso é percebido na polarização dos debates populares. É só abrir o facebook ou whatsapp que essa realidade se torna visível. A reivindicação deve ser pelo preço.
A realidade não muda. E não mudou até agora, porque a pressão precisa de direcionamento. E é aí que entra a divisão dos interesses da população: esquerda contra direita, privatização versus estatização, estado forte e estado regulador… O embate é também teórico, mesmo parecendo prático.
Fontes:
Preço da gasolina sobe 1,45% na quinzena e rompe barreira dos R$ 7,00
"A Elite do Atraso" é uma análise crua sobre as raízes da desigualdade brasileira
Após atos de 7 de Setembro, caminhoneiros bolsonaristas bloqueiam estradas em vários estados
Greve dos caminhoneiros: a cronologia dos 10 dias que pararam o Brasil
Este artigo foi escrito por Amanda Casado e publicado originalmente em Prensa.li.