Nanotecnologia e meio ambiente: riscos ou benefícios?
A nanotecnologia é um campo da ciência que está sendo usada em uma variedade de indústrias, incluindo o setor ambiental. Nesse sentido, a nanotecnologia pode desenvolver novos métodos de limpeza e preservação ambiental. De fato, essa tecnologia tem o potencial de tornar o meio ambiente mais limpo e seguro para as gerações futuras. Saiba mais neste artigo.
Nanotecnologia: definição e breve história
A nanotecnologia é o estudo e o uso da matéria em escala atômica, molecular e supramolecular. A palavra “nano” vem do grego e significa “anão”. Assim, um nanômetro é um bilionésimo de metro. Para colocar isso em perspectiva, um cabelo humano tem cerca de 100.000 nanômetros de largura.
O termo “nanotecnologia” foi cunhado de forma independente por dois cientistas na década de 1970. Norio Taniguchi, professor da Universidade de Ciência de Tóquio, o usou em um artigo de 1974 sobre precisão de usinagem. K. Eric Drexler, estudante de doutorado no MIT e que mais tarde se tornou um dos defensores mais proeminentes do campo, o usou em seu livro de 1986, Engines of Creation: The Coming Era of Nanotechnology.
Desse modo, o termo abrange uma ampla gama de tecnologias, desde campos tradicionais, como metalurgia e fabricação de semicondutores, até novos campos, como nanomedicina e nanoeletrônica. Ademais, a nanotecnologia consegue criar materiais e dispositivos com uma ampla gama de aplicações, bem como ser utilizada na limpeza ambiental.
Como a nanotecnologia poderia ser usada para limpar o meio ambiente?
Embora esteja em seus estágios iniciais de desenvolvimento, já existem muitas aplicações da nanotecnologia para ajudar o meio ambiente. Certamente, à medida que a tecnologia avança, mais possibilidades de contribuir com nosso planeta se tornarão disponíveis.
Primeiramente, há possibilidade de a nanotecnologia decompor poluentes. Uma vez que partículas nano têm uma grande área de superfície em relação ao seu tamanho, tornam-se muito reativas. Isto é, elas decompõem poluentes em moléculas ou átomos inofensivos.
Por exemplo, alguns nanomateriais conseguem remover poluentes da água. Visto que esses materiais são geralmente feitos de metais ou óxidos metálicos, têm uma alta afinidade por certos tipos de moléculas (como contaminantes orgânicos). Então, ao projetar nanomateriais com propriedades químicas específicas, é possível criar sistemas para remover seletivamente contaminantes da água enquanto deixam outras moléculas intactas.
Outra utilização para a nanotecnologia é o desenvolvimento de sensores de tamanho nano. A princípio, esses sensores são implantados em tempo real para fornecer dados precisos sobre onde a poluição está ocorrendo e quão severa ela é. Como resultado, permitiria limpezas mais direcionadas para reduzir a quantidade geral de poluição.
Ao passo que a tecnologia avança, esses mesmos sensores de tamanho nano conseguiriam auxiliar em aterros sanitários. Os sensores teriam o propósito de monitorar as emissões de metano e ajudar a evitar que gases de efeito estufa nocivos escapem para a atmosfera.
Atualmente, a nanotecnologia está sendo utilizada na fabricação de novas tecnologias de baterias mais leves, menores e mais duradouras. Ou seja, esses avanços são fundamentais para ajudar a reduzir a dependência da humanidade em combustíveis fósseis, um dos principais contribuintes para a poluição ambiental.
Além disso, a nanotecnologia está sendo aplicada na criação de novos materiais com o intuito de usar em operações ambientais. Para exemplificar, alguns pesquisadores estão desenvolvendo esponjas em nanoescala para absorver derramamentos de óleo. Uma vez que essas esponjas são feitas de materiais facilmente reciclados e reutilizados, são uma opção mais sustentável para a limpeza do planeta.
Finalmente, a geração de novos métodos de energia renovável também podem ser realizados com a nanotecnologia. Por exemplo, células solares nanoestruturadas estão sendo desenvolvidas para melhorar a eficiência da geração de energia solar. Aliás, há estudos quanto ao potencial das nanopartículas para criar combustível de hidrogênio a partir da água usando energia solar.
Em resumo, a nanotecnologia é uma grande promessa para diminuir a poluição do meio ambiente. Portanto, com o surgimento de novas utilidades para a nanotecnologia, a chance de termos um futuro mais consciente começa a existir.
Quais são os possíveis riscos da nanotecnologia?
Ao mesmo tempo que existem muitos benefícios no uso da nanotecnologia, também existem alguns riscos para ser considerados. Inegavelmente, uma das preocupações é as nanopartículas fazerem mais mal do que bem se não forem devidamente regulamentadas.
Se acaso as nanopartículas fabricadas escaparem para o meio ambiente, poderiam interagir com sistemas naturais de maneiras imprevistas e com consequências prejudiciais. Igualmente, se entrassem nas células humanas, causariam efeitos indesejados.
Por fim, a nanotecnologia também poderia contaminar o meio ambiente. Caso seja feito o descarte incorreto de produtos contendo nanopartículas, elas poderiam entrar no solo, na água e no ar, onde seriam difíceis de remover.
Em virtude desses riscos, é importante que qualquer uso da nanotecnologia seja cuidadosamente avaliado antes de ser implementado. Ao mesmo tempo, controles rígidos devem entrar em vigor para gerenciar e prevenir qualquer tipo de risco. Dessa forma, as aplicações da nanotecnologia conseguiriam ser plenamente realizadas sem comprometer a segurança das pessoas ou do planeta.
Este artigo foi escrito por Adriana Wiechorek e publicado originalmente em Prensa.li.