Não é dificuldade
Nenhum aluno que eu atendi até hoje veio porque gostava da matéria. Geralmente me falavam ter dificuldade em matemática.
Conversando um pouco mais com eles, como é meu costume, antes de começar qualquer aula. Nessa conversa, nunca ouvi nenhum deles dizer ser difícil.
Então se não é difícil e há dificuldade, onde se encontra o problema da matéria?
Eu costumo dizer que um aluno não aprende com o professor, ele aprende o professor.
Quando não há afinidade com a pessoa que está ali passando o conteúdo o aprendizado fica mais difícil você assemelhar.
Existem outros fatores, por exemplo, a matéria não é famosa, quem já passou fala que é difícil, quem é bom em humanas não é bom em exatas e essas coisas.
Minha tarefa, como professor particular, não é desvendar o porquê isso acontece. E sim quebrar essa barreira do aluno para que o desempenho dele em aula seja maior.
A forma como faço isso, muda de aluno para aluno, conforme a personalização de cada aula. Mas todas se iniciam da mesma forma.
Comunicação é a chave. Mais precisamente ouvir.
Em uma sala de aula com trinta, quarenta alunos, um único professor e inúmeras dificuldades. É normal você se sentir isolado com as dificuldades e não ser ouvido.
Reparei que, a questão não é que o aluno sente dificuldade na matéria, mas acreditar que todo mundo está entendendo e ele não. Eis aí é o grande problema.
Afinal, a matéria hoje, você acha de graça com conteúdos em vídeos, áudios ou textos.
Realmente, a figura do professor parece obsoleta.
Ele está como um guia, um orientador, para muitos assuntos envolvendo relacionamentos.
O que percebo é, quando o aluno chega até mim, é porque esse relacionamento não funcionou. E ele começa a se sentir excluído.
O sentimento de exclusão se reflete na forma como ele resolve os exercícios. Deixando-o com dificuldade de compreensão. Além da falta de incentivo para poder realizar os exercícios com eficácia.
Acostumado a uma aula de reforço, onde, um professor chegar e começa a fazer os exercícios. O que já desanima na hora em que se senta de frente e abre o caderno.
Diferente do que ele imagina, de perguntar a matéria e já começar a aula. Eu simplesmente pergunto, como que é na sala de aula para? Qual a sensação quando chega a hora da matéria? Em que acredita que tem de dificuldade?
Talvez pelo fato deu nunca ter tido uma aula particular, me fez fugir do padrão de como são as aulas comuns. Essa conversa inicial com o aluno revela muito mais do que apenas uma dificuldade com a matéria.
O resultado nunca foi excepcional, e sim satisfatório.
Satisfatório é algo que eu ajudo meus alunos alcançarem, o excepcional, depende apenas deles.
Esse é o exemplo de aprendizado que eu tive lendo. Sempre gostei de ler, inclusive algo para melhorar a forma de fazer as coisas, ou aprender como elas funcionam.
Mais ainda quando, além de mudança ser apenas para mim, utilizo-a no meu trabalho. E foi o que comecei a fazer com os meus alunos.
Montava um emaranhado de tudo que eu já aprendi. Que seria teoricamente para uso pessoal, repasso para eles de forma didática. Sem que eles diretamente saibam o que está ocorrendo.
Os depoimentos que eu recebo, mostram o resultado do meu trabalho com esse método.
Sempre procurei um lugar para compartilhar ainda mais tudo isso que eu estou fazendo. Porque não por aqui?
Antes de eu começar essa jornada de mostrar o que eu estou vendo, o que eu vi e como muda a minha vida e de quem trabalha comigo?
E você, teve algum livro que você conseguiu tirar algum aprendizado e passar adiante?
Este artigo foi escrito por Diogo Oliveira e publicado originalmente em Prensa.li.