NFT’s mandaram o Brasil para o espaço e podem mandar o investimento também
A Blue Origin, nave do grupo de Bezos, é um veículo reutilizável. A ideia é tornar voos espaciais mais baratos. Se de fato vão ficar é ainda uma perspectiva para os próximos passageiros. Para o brasileiro ficou mesmo barato e ajudou a popularizar (ainda mais) os NFT’s como forma de investimento.
NFTs
Ativos digitais ganharam mais espaço nos últimos anos e, proporcionalmente, aumentaram a busca por criptomoedas. Tornou-se comum encontrar o termo “token” como registro do ativo em uma plataforma digital.
Token é, portanto, uma autenticação virtual. Apesar de ter o mesmo nome de um dispositivo eletrônico para geração de senhas, no caso dos ativos digitais a definição é mais ampla. Representa investimentos, propriedades e dinheiro dentro de uma blockchain. Como processo de autenticação, recebe o nome de “tokenização”. A palavra em si vem do inglês, podendo ser traduzida como ficha ou símbolo.
Já a Blockchain nasceu junto com o Bitcoin em 2008, é a tecnologia de registro. Especialistas comparam as plataformas como um grande livro razão onde são registradas as operações entre pessoas ou P2P (peer-to-peer), ou seja, sem intermediários. Outra definição tomada da Contabilidade clássica é a própria característica atribuída a esses ativos, como a não fungibilidade.
Bens fungíveis são aqueles passíveis de serem substituídos por outro do mesmo gênero, qualidade e quantidade. É típico de bens móveis. Os tokens, portanto, não são fungíveis pois são únicos e insubstituíveis. Um NFT que representa uma obra de arte não pode ser trocado por outro representando outra obra; são bens incomparáveis. Podem ser outros objetos do mundo real ou não, como músicas, games, filmes e até imóveis digitais ou itens colecionáveis.
Qualquer um pode investir nos NFTs. A história de Victor comprova isso, porém é hora de saber se é a hora de fazer um investimento.
Criptocrash
Exchanges de criptomoedas e alguns marketplaces oferecem opções para a aquisição de NFTs. Como exemplo das primeiras temos o Mercado Bitcoin e Binance e das segundas, a Opensea e SuperRare. Basta efetuar o cadastro e transferir recursos da conta bancária ou de uma carteira de criptomoedas. Há blockchains que são também NFTs, como a Enthereum (ETH) e a BTC.
Na Black Saturday do dia 18 de junho, tanto a ETH quanto a BTC registraram baixas históricas. A BTC caiu para menos de US$ 20 mil, menor valor desde dezembro de 2020. Na semana em que a ETH caiu 36%, seu valor ficou em US$ 936. Alcoins, que são alternativas às bitcoins, caíram também. Em movimento contrário, a TFUEL e a BCH subiram em alta de 9,9% e 5,8%, respectivamente.
É o terceiro soluço mais forte do mercado somente neste ano. Em todas as ocasiões, a expressão “criptocrash” ocupou o noticiário especializado. Há pelo menos um ano, especula-se sobre o estouro de outra bolha financeira. Não seria como a queda de 2018, quando a bolha das criptomoedas foi esvaziada, fazendo o mercado cripto cair de US$ 2,2 trilhões para US$ 1,9 trilhão, conforme o CoinMarketCap.
Escrevo este artigo no dia seguinte às principais baixas, mas ainda é cedo para um prognóstico pessimista. Pode ser que o mercado consiga se recuperar das baixas nos próximos dias. Mesmo se isso acontecer, o momento é de cautela para ver como vão se comportar os investidores.
Quem tiver munição para gastar e sangue frio, pode ser o momento de comprar ETH ou BTC, esperando (e colaborando) com uma mudança de cenário. Não há mais notícias sobre sorteio de viagens espaciais na aquisição de NFT’s. Mas o dinheiro pode ir para o espaço, literalmente.
Este artigo foi escrito por Renato Assef e publicado originalmente em Prensa.li.