No Dia da Saúde, confira 4 desafios do Brasil nessa área
O Dia 5 de agosto é considerado o Dia Nacional da Saúde. Para quem não sabe, neste dia nasceu o médico sanitarista Oswaldo Cruz, responsável por políticas de saúde que combateram doenças no século XX, tais como a febre amarela e a varíola.
Embora o Brasil seja referência mundial por contar com um sistema de saúde pública e gratuita capaz de lidar com doenças endêmicas, por exemplo, o país lida atualmente com muitos desafios nessa área.
Veja a seguir 4 pontos que devem ser observados com mais atenção pelo governo para melhorar a saúde da população. Também foram colocados abaixo pontos que podem ser colocados em prática nas nossas vidas para ajudarmos nesses desafios e termos uma saúde melhor.
Adotar políticas públicas de saúde mental
Há uma frase que diz: Mente sã, corpo são. Infelizmente, essa não parece ser a realidade de milhões de brasileiros e brasileiras, tendo em vista que em Boletim Epidemiológico do Governo Federal foi apresentado um dado alarmante: entre os anos de 2010 e 2019 foram registradas no país 112.230 mortes por suicídio. Isso só para falar dos registros oficiais, já que muitos casos podem ser subnotificados.
A câmara dos deputados chegou a debater o tema em 2021 quando esses dados foram divulgados e na ocasião a psicóloga Fabiola Ruzzante Fernandes foi ouvida e ressaltou a necessidade de criar um plano de pósvenção, que é o conjunto de ações para promoção do cuidado prestado aos sobreviventes enlutados por um suicídio, para evitar que novas tentativas aconteçam no mesmo núcleo familiar ou escolar.
Aqui gostaria de ressaltar que se você, que está lendo esse texto, ou algum familiar ou amigo seu estiver com pensamentos suicidas, pode entrar em contato com o CVV – Centro de Valorização da Vida, o qual realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, via email e por meio de chat 24 horas diariamente. O site deles caso queira entrar em contato é https://www.cvv.org.br/.
Fazer campanhas para aumentar a cobertura vacinal
Outro desafio enfrentado pela saúde brasileira é a redução da cobertura vacinal no país. E aqui falamos sobre a cobertura de vacinas que combatem doenças como tuberculose, sarampo e poliomielite e da vacinação das crianças em todo o país.
Dados do Ministério da Saúde levantados pela pesquisadora de políticas públicas Marina Bozzetto, da Universidade de São Paulo (USP), apontaram que, no ano de 2021, as maiores quedas foram na cobertura da vacinação de poliomielite, que causa a paralisia infantil, da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), e da tetra viral (tríplice e vacina da varicela, contra a catapora), além da queda na cobertura da vacina BCG, indicada para recém-nascidos contra tuberculose.
Como esse texto não tem só o intuito de apontar caminhos para a saúde pública, mas também incentivar hábitos que partam de nós, fica o alerta para que você leve as suas crianças para se vacinar na idade correta.
Para sanar qualquer dúvida, você pode entrar em contato com um profissional de saúde no posto de saúde mais próximo da sua residência, tendo em mãos o cartão de vacinação da criança. Lembre-se que essa responsabilidade é do Estado, mas também depende de nós enquanto população cuidar uns dos outros seguindo as diretrizes das campanhas de vacinação do Ministério da Saúde.
Incentivar as pessoas a utilizar preservativos
Outro dado alarmante sobre a saúde nacional é com relação ao aumento de infecções sexualmente transmissíveis, as IST’s, no país. Segundo dados do Ministério da Saúde, entre janeiro e junho de 2020, foram registradas 49 mil ocorrências de sífilis, transmitida, principalmente, por meio do contato sexual sem o uso de preservativos.
Outro dado da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) aponta que no período de 2010 a 2020, o Brasil registrou 783 mil casos da doença, que segue crescendo de forma expressiva. Os casos de HIV não ficam atrás e somente em 2018 43,9 mil pessoas receberam um diagnóstico positivo para a presença desse vírus.
Para evitar a sífilis e outras IST’s, é necessário que as pessoas com vida sexual ativa utilizem preservativos em todas as relações sexuais. Vale ressaltar que os postos de saúde distribuem gratuitamente preservativos e que eles também servem de meio de contracepção contra uma possível gravidez indesejada. Por isso, é importante não abrir mão desse cuidado com a nossa saúde.
Combater a fome
Outro grave problema social e de saúde no país hoje é a insegurança alimentar. O aumento da inflação, a perda de renda da população após a pandemia de Covid-19 e o fato de o auxílio Brasil não chegar a todos que necessitam dele colocaram o Brasil novamente no chamado Mapa da Fome. São 33 milhões de pessoas que não sabem como vão se alimentar segundo dados da VIGISAN (Inquérito Nacional Sobre Segurança Alimentar no Contexto da Pandemia Covid-19 no Brasil).
O pior é que isso também facilita o surgimento de outros problemas de saúde, já que muitas pessoas agora lançam mão de uma alimentação de baixa qualidade, rica em ultraprocessados, para driblar o aumento dos preços de diversos itens nos supermercados.
Para auxiliar quem precisa de comida no prato nesse momento, você pode doar alimentos para ONG’s que ajudam pessoas em vulnerabilidade social e explicar para essas pessoas que é necessário entrar em contato com a Assistência Social do município para participar dos programas de combate à pobreza.
Este artigo foi escrito por Caroline Brito e publicado originalmente em Prensa.li.