Nômades digitais: quem são, como vivem e onde trabalham?
As tecnologias digitais, o cenário global de um momento pós pandemia e a reavaliação de um modo de vida que integra o trabalho e lado pessoal fazem do trabalho remoto a melhor opção.
Apesar de não ser algo novo, o COVID reafirmou que essa modalidade veio para ficar por ser atrativa não só para empresas e funcionários, mas também para governos que veem nos “nômades digitais” uma porta de entrada para muitos benefícios.
O que são nômades digitais e por que as empresas os procuram
Os nômades digitais são os novos "trabalhadores viajantes" que estão migrando de cidade ou país, já que trabalham de forma 100% remota (seja como freelancers, seja como contratados em empresas que assinam a carteira de trabalho). Existem mais de 35 milhões deles no mundo e consomem mais do que o resto dos turistas do país, por permanecerem durante mais tempo em cidades diferentes.
Pode não parecer, mas esses profissionais trouxeram uma série de benefícios para as empresas: compromisso de longo prazo, flexibilidade, redução do impacto ecológico que envolve o uso de escritórios e conexão do propósito pessoal com os valores da empresa. Não é à toa que cada vez mais organizações adaptam sua cultura para incluir o trabalho remoto. Nos últimos quatro anos, a força de trabalho ativa na América Latina triplicou o número de profissionais 100% remotos.
A pandemia mostrou que a produtividade não é afetada e isso fez com que mais empresários considerassem essa tendência.
O que as novas gerações exigem e valorizam mudou
Um salário competitivo não é mais suficiente para atrair os melhores talentos: práticas de equilíbrio entre vida profissional, benefícios e flexibilidade, entre outros aspectos, são essenciais na avaliação de uma proposta.
Muitos gestores também valorizam os profissionais que optam por ter uma vida itinerante, combinando o trabalho com diferentes cenários. Isso porque o contato frequente com a mudança os faz mais adaptáveis, motivados, abertos à diversidade e acostumados a viverem fora da zona de conforto.
Com o tempo, o mercado está aprendendo a a realizar um trabalho fluido, além da distância física. De acordo com uma pesquisa apresentada pela Qualtrics, cerca de 80% dos profissionais que procuram um novo emprego disseram que é importante que o próximo cargo seja remoto para que possam viver em qualquer lugar.
O que o governo está fazendo para atrair nômades digitais
Muitos países lançaram recentemente um novo tipo de visto com o objetivo de atrair os nômades digitais. Em alguns casos, esse visto é substituído por uma autorização de residência temporária, que permite ao visitante o direito de permanecer em um país e trabalhar remotamente por meio de um computador/laptop para um empregador ou empresa estrangeira.
Essas autorizações geralmente têm duração de 12 meses e podem ser estendidas por um ou mais anos, dependendo do país que o emite.
Infelizmente, os vistos de nômades digitais não são para todos. Alguns exigem uma renda mensal mínima ou cobram valores pouco atrativos. Ainda haverá uma grande parte de profissionais viajantes optando pelos vistos de turismo, por serem mais econômicos ou simplesmente por não precisarem de visto de longa duração.
Acessíveis ou não, o aparecimento desses vistos em todo o globo indica que não é mais preciso mais ficar preso à sua mesa oito horas por dia, cinco dias por semana, para ser produtivo. Em vez disso, é possível pode ver o mundo e ser livre para trabalhar onde quiser.
Este artigo foi escrito por Bianca Lopes e publicado originalmente em Prensa.li.