Novos poderosos na 3ª temporada de The Boys
Após o sucesso das duas primeiras temporadas, The Boys deixou os fãs ainda mais empolgados com a terceira. Como de costume, os episódios continuam com cenas de combate impactantes, um humor pra lá de ácido e com diversas críticas sociais.
Quem são os Seven?
The Boys nada mais é que uma série de ficção exclusiva da Amazon Prime Video, baseada nos quadrinhos de Garth Ennis e Darick Robertson, que mostra como seria o mundo com a presença de super-heróis e supervilões.
Contudo, mostra a partir de uma óptica muito distante do que estamos acostumados a ver nos filmes e séries da Marvel e da DC Comics, por exemplo. Na série da Amazon, o grupo de super combatentes é gerido e administrado por uma empresa chamada Vought, responsável por cuidar de tudo que é ligado e voltado à vida de cada um dos Seven.
Desta forma, vemos como a rotina empresarial interfere diretamente no dia a dia de cada um dos heróis, principalmente quando o assunto é a imagem, postura e comportamento deles, motivos pelos quais ainda são vistos pela sociedade como os salvadores da pátria.
Muito mais que missões contra vilões, resgate a civis em apuros e combate a bandidos, os poderosos têm suas figuras presentes em comerciais para a televisão, filmes para o cinema, reality shows, comícios e afins.
Entretanto, tudo isso ocorre enquanto o esquadrão (a essa altura já não tão secreto), liderado por Butcher, busca maneiras de parar Homelander, o líder dos Seven, que no decorrer da série se mostra como o real vilão da trama.
Além do embate com o super “herói”, o grupo ainda tem que lidar com problemas pessoais, como o filho de Homelander com a ex-mulher de Butcher, o relacionamento entre Kimiko e Frenchie, o namoro de Hughie e Star Light, e os traumas do passado de Marvin, carinhosamente apelidado de Leitinho.
Em busca de parar o vilão em pele de herói, os combatentes, com o apoio e incentivo de outros integrantes dos Seven, investigam o passado de Soldier Boy, um super soldado que havia supostamente morrido décadas atrás.
O pelotão de Butcher crê que a arma utilizada para matar o antigo herói também seja útil para combater a atual ameaça, que a essa altura já se posiciona a frente de todo e qualquer desejo ou interesse da Vought, tornando o clima entre os heróis cada vez mais hostil.
Por fim, Hughie e William Butcher acabam por utilizar meios não tradicionais para frear Homelander e, por mais que a ideia de “nivelar o jogo” não tenha sido muito bem aceita dentre todos os companheiros, a terceira temporada garantiu muita emoção e expectativa para a sua sequência.
Críticas sociais poderosas
Além do humor sarcástico, The Boys sempre tocou em temas de relevância social com alto grau de polêmica, logo, nesta temporada não seria diferente. Enquanto na 2ª temporada tivemos a ascensão de Stormfront, uma nova heroína com postura e discursos nazistas, a temporada três usou parte deste gancho para abordar outros temas também delicados.
CUIDADO - SPOILERS A SEGUIR!
Além do nazismo, nesta temporada outros temas tão delicados quanto são explorados no roteiro e apresentados ao longo da série: o ultranacionalismo, deslegitimação da mídia, negacionismo, racismo estrutural, dentre outros, são comportamentos facilmente identificados nos novos episódios de The Boys.
O autoritarismo, o ataque à mídia e o negacionismo ficam a cargo majoritário de Homelander que, em diversos momentos, tenta descredibilizar e contrariar os veículos de comunicação e, assim, enganar os cidadãos. Principalmente nos momentos em que o personagem tenta tranquilizar a população de um perigo presente na cidade: o Soldier Boy.
Desta forma, o personagem encoraja os cidadãos americanos a seguirem suas vidas normalmente, sem se preocupar com isolamento ou medidas preventivas à nova ameaça. Postura essa muito semelhante à de alguns governantes pelo mundo, que em meio a pandemia da Covid-19 não fizeram o papel de alertar a população sobre os riscos da doença, e ainda por cima descredibilizaram a mídia e os órgãos de saúde.
Os dois últimos episódios certamente foram os mais polêmicos; o fechamento da temporada foi desde orgias envolvendo super-heróis até tomadas de decisões para lá de duvidosas.
Para deixar ainda mais claro o posicionamento da série a respeito de acontecimentos recentes nos Estados Unidos, em determinados momentos ficam evidentes as semelhanças entre os apoiadores de Homelander e os simpatizantes ao governo de Donald Trump. Não apenas pela devoção, mas também pelo discurso de ódio, ora apresentado em uma sátira do atentado ao Capitólio, ocorrido no dia seis de janeiro de 2021, ora nos discursos racistas e conservadores espalhados pelos capítulos da obra.
A quarta temporada de The Boys já foi confirmada, e as gravações começam no mês de agosto deste ano. O que você achou da temporada nova? Surpreendeu como as anteriores, ou acabou deixando a desejar?
Você imagina que, para a sequência, além de Homelander teremos antagonistas polêmicos e superpoderosos? Acredita que o grupo de Hughie e Butcher continuará usando o Composto V, ou não mais?
Este artigo foi escrito por Filipe Mello e publicado originalmente em Prensa.li.