O avanço da tecnologia e a sua dependência
Digitalização versus sociedade
Com o avanço da digitalização, novas medidas de soluções vão surgindo de maneira indubitavelmente produtiva. Para melhor compreensão, basta olhar em volta, ao adentrar-se numa loja de smartphones, por exemplo, onde são encontrados aparelhos adaptados com tecnologia de ponta.
Outro exemplo é entrar em um estabelecimento de hortifruti e pagar as compras apenas com a digital, passando o dedo em um dispositivo de leitura ótica, acoplado a um sistema operacional avançado; ou ainda pelo reconhecimento facial, descortinando-se, nestes dois casos, como instrumentos verdadeiramente fáceis para se fazer pagamentos, entre tantos outros que existem atualmente, incluindo, sobretudo, a recente inserção do PIX no Brasil.
Essa inovação digital não fica só nisso. Outra amostra dela são os veículos automotores, equipados com chips e processadores que lhes dão todo o aparato ultramoderno, permitindo-lhes locomover-se “sozinhos”, por meio de um “software inteligente” (hardware e software trabalhando concomitantemente).
Assim como esses exemplos, há uma gama de equipamentos e veículos – incluindo os de transporte, como os aviões, os foguetes e os navios – que estão munidos de avançada tecnologia.
Diante desse cenário tecnológico, percebe-se claramente a presença de dispositivos automatizados, fazendo parte cada vez mais do dia a dia do indivíduo, favorecendo-o em suas inúmeras atividades, seja laboral, doméstica, acadêmica, etc.
Em outras palavras, os diferentes processos tecnológicos da contemporaneidade estão inserindo-se paulatinamente no seio da sociedade, e estão sendo considerados muito mais bem-vindos por esta do que antes.
Contudo, chegará o momento em que a tecnologia estará tão intrínseca na vida dos sujeitos que será demasiadamente difícil se livrar dela, uma vez que a sua dependência estará agregada de tal foma que não haverá a possibilidade de reversão.
Frente a este quadro, a pergunta é a seguinte: será que todo o benefício que a aparelhagem tecnológica oferece é saudável ao ser humano?
Benefício x malefício
Quando se fala em tecnologia, logo se imagina o desenvolvimento, as facilidades, o futuro, etc. No entanto, o futuro é agora, isto é, o presente, já que estamos imersos em tantas novidades integradas ao mundo digital, e de um modo tão acelerado, que os recursos tecnológicos proporcionam um universo de benefícios.
Imagem 1 - Tecnologia: Universo de possibilidades
Diante disso, não há como ser omisso, visto que as vantagens são muitas. De trinta anos para cá, o significativo avanço que foi dado na área tecnológica é considerado um passo gigante pela humanidade, uma verdadeira revolução, especialmente no que diz respeito à qualidade de vida.
Sobre tal importância, é certo dizer que a tecnologia trouxe relevante impacto para as pessoas, assim como para o meio ambiente. E ela impactou tanto que não há como pensar a vida atual sem ela.
O conceito de inteligência artificial (IA), por exemplo, vem ganhando popularidade hodiernamente, ao viabilizar, como uma de suas funções, a capacidade de resoluções que está anos-luz à frente da mente humana.
Entretanto, a respeito disso, entra a seguinte questão: será que a nossa qualidade de vida está sendo mesmo favorecida pela tecnologia?
Sim e não.
Em inúmeras situações, a tecnologia criou mecanismos e acessos que antes eram impensáveis, ou até mesmo impossíveis. Todavia, mesmo com todas as vantagens e as facilidades que a criação tecnológica proporciona – e já proporcionou – há de se concordar que o seu uso frequente ocasiona malefícios à saúde.
De acordo com o psicólogo Michael Zanchet, do Centro Contemporâneo de Saúde e Bem-Estar (Kurotel), ao ser entrevistado pelo jornal Estado de Minas, o uso excessivo dos meios tecnológicos pode fazer mal.
Segundo ele, “A tecnologia automatizou a vida, a tornou mais ágil; mas muitas pessoas se tornaram escravas, e isso tem gerado um nível de ansiedade maior em decorrência de o cérebro, muitas vezes, não ter pausas e não conseguir suportar o número de informações processadas e não processadas, e, consequentemente, não reter as informações.”.
Conforme Zanchet, essas pessoas adquirem a necessidade de estarem conectadas o tempo inteiro, situação que influencia diretamente em suas próprias rotinas, gerando, inclusive, determinadas dificuldades para executarem suas tarefas diárias.
Ao alertar para isso, o psicólogo ainda reforça dizendo que:
“Outro problema é que muitas pessoas têm, como primeira atitude, ao acordar, visualizar o celular, o que prejudica muito o organismo. Isso porque este é o momento em que cérebro está dando conta de acordar, e isso faz com este já seja intoxicado por informação […] O uso exacerbado de aparelhos eletrônicos também causa dificuldade de relacionamento interpessoal e social, pois as pessoas tendem, assim, a se habituar ao mundo virtual, o que pode resultar em fobia social, síndrome do pensamento acelerado ou síndrome do pânico.”
Como pode ser notado, consoante às considerações do especialista, a exagerada utilização de instrumentos tecnológicos acarreta diferentes problemas psicológicos e, por sua vez, sociais.
Além desse panorama psicológico, o manuseio indevido dos diversos mecanismos do mundo digital pode acarretar, também, outros problemas na qualidade de vida e na saúde do usuário, a saber:
Impactos visuais
Estresse e mau humor
Isolamento social
Queda na produção do trabalho
Baixo rendimento escolar
Distração e dificuldade de concentração
Tédio e solidão
Mialgias
Inflamações nas articulações
Artrose
Tendinite
Esses exemplos são alguns dos efeitos que ocorrem com aqueles que abusam da empregabilidade da tecnologia, e não há como negar que a humanidade se encontra, hoje, dependente dela, até porque ela está presente em todo lado da sociedade.
Como solucionar?
Diante dos indicadores apresentados, corrobora-se, portanto, que esses males provocados não se originam de todo o aparato referente à evolução da tecnologia, mas sim da maneira como os usuários manuseiam as suas ferramentas.
Para que haja uma relação saudável entre o usuário e o universo tecnológico, sem nenhum tipo de vício, é essencial, nesses casos, que ocorra certo equilíbrio no uso das ferramentas tecnológicas, como bem pontua Zanchet: “Equilíbrio é o melhor caminho.”
E isso nos convida a refletir sobre o fato de que devemos ter o devido cuidado ao utilizarmos essas ferramentas em nosso cotidiano,
Diante de todo este contexto, nota-se que a utilização dos artifícios tecnológicos pode ser algo favorável à qualidade de vida, porém, com o seu uso exacerbado, corre o risco de ser prejudicial ao bem-estar e, por conseguinte, à saúde do usuário.
Referências
https://izap.com.br/blog/quais-os-beneficios-que-a-tecnologia-nos-proporciona/
https://www.migalhas.com.br/depeso/342894/principais-vantagens-da-tecnologia-para-a-vida-moderna
https://www.maplebearvinhedo.com.br/noticias/beneficios-e-maleficios-da-tecnologia-na-infancia/
https://posgraduando.com/beneficios-maleficios-tecnologia/
https://amigaosaude.com.br/blog/quais-sao-os-riscos-da-tecnologia-para-a-saude/
Marco Cardoso
Redator Web, escritor e revisor de texto
Autor da obra ficcional A Penumbra das Trevas
Para mais informações, visite o link
https://bio.uiclap.com/marco_cardoso_prof_escritor
Este artigo foi escrito por Marco Cardoso e publicado originalmente em Prensa.li.