O mistério da fotografia
O que mais me chama a atenção ao ver uma fotografia é o seu misterioso e inacreditável poder, que congela os momentos, eterniza-os, assim como os filmes também o fazem.
Ou seja, mesmo que tenhamos esquecido, aqueles momentos realmente existiram, foram registrados, oficializados. A fotografia é a prova de que eles de fato aconteceram algum dia e de alguma forma foram significativos para nós.
Por isso mesmo, a fotografia é uma das mais importantes invenções humanas. Filósofos e cientistas dizem que passado, presente e futuro não existem. São coisas etéreas, que se desmancham no ar. Entretanto, a fotografia teima em nos mostrar que sim, o passado existiu um dia. Estivemos no passado, em algum lugar do passado, à mercê da roda gigante do tempo.
Sim, fotografar nos traz o poder de enxergar o passado e talvez vivenciar um pouco dele, tenha sido ele bom ou ruim. E é uma forma de resistir à passagem do tempo. Fotografias nos trazem um alento, apesar da correria da vida.
As fotos não deixam o passado morrer. Elas conseguem registrar o instante, mas infelizmente não congelam o tempo e a vida segue em seu galope veloz, com suas surpresas, seus fatos inexplicáveis e marcantes.
A fotografia é uma prova cruel de que o tempo escorre entre nossos dedos, como a água que não conseguimos segurar e que depois se evapora sem deixar rastros.
Joseph Nicéphore Niépce, um francês, realizou a primeira fotografia em 1826, mas outros inventores contribuíram em muito para que chegássemos à foto digital.
A engenhosidade humana fez com que hoje em dia cada indivíduo seja um fotógrafo em potencial através dos celulares. A bem da verdade, cada pessoa tornou-se um repórter, fotografando ou filmando fatos importantes ou não do dia a dia.
O misterioso poder da fotografia nunca esteve com tamanha evidência.
Este artigo foi escrito por Sandro Mendes e publicado originalmente em Prensa.li.