O problema da desinformação no Facebook
O Facebook é uma das redes sociais com maior volume de desinformação atualmente. Segundo o instituto Reuters em um relatório divulgado em 2020, em países como as Filipinas e os Estados Unidos, a rede social lidera no ranking de plataformas com maior número de fake news.
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Essa visão popular não é sem embasamento. A rede social de Zuckerberg não tem sido um dos maiores exemplos no combate à desinformação. Acompanhe este artigo para entender a opinião pública acerca da desinformação no Facebook.
Conteúdo do artigo:
- Falha no algoritmo
- Negligência da Meta quanto ao combate a fake news no Brasil
- Sphere, a nova aposta da Meta contra a desinformação
Falha no algoritmo
O algoritmo sempre foi a principal arma do Facebook contra a desinformação. Todas as postagens efetuadas na rede social estão sujeitas a passar por uma análise algorítmica a fim de testar a veracidade da informação compartilhada. Esse recurso de checagem da plataforma garante que os conteúdos falsos percam engajamento, como se fossem “escondidos” do público.
Mas e se esse algoritmo falhar?
Foi exatamente isso que ocorreu entre os meses de outubro de 2021 e março de 2022. Um bug no sistema de avaliação de publicações do Facebook fez com que postagens que continham conteúdos considerados problemáticos fossem recomendados em massa para os usuários.
De acordo com um memorando interno do portal The verge, levou meses para que os engenheiros do Facebook se dessem conta do bug. Durante o período, conteúdos como violência, notícias falsas e até nudez foram compartilhados e divulgados como postagens normais.
Segundo Joe Osborn, porta-voz da Meta, o problema foi corrigido e o evento não teve impactos a longo prazo nas métricas da rede social. Apesar disso, o evento fez com que as pessoas dessem mais atenção ao sistema de ranqueamento do Facebook e se questionassem como seria a plataforma caso o mesmo não existisse.
Negligência da Meta quanto ao combate à fake news no Brasil
Frances Haugen, ex-funcionária do Facebook, foi responsável por vazar diversos documentos sigilosos acerca da empresa. Considerados o maior escândalo da empresa desde o episódio da Cambridge Analytics, os documentos intitulados de “Facebook Papers”, continham informações de problemas enfrentados pela empresa de Zuckerberg nos últimos anos.
Nos documentos divulgados, é deixada clara a incapacidade do Facebook de lidar com os problemas de desinformação em todos os países em que a rede social está disponível. Nas palavras do líder de Integridade Cívica do Facebook, Samidh Chakrabarti:
"A dura realidade é que nós simplesmente não conseguimos cobrir o mundo inteiro com o mesmo nível de monitoramento."
Tal problema enfrentado pela rede social pode ser sentido no Brasil. Segundo a denúncia da delatora, Frances Haugen, a Meta não deu a devida importância ao período eleitoral brasileiro, deixando que notícias falsas circulassem livremente através de seus aplicativos.
Para Frances, essa negligência do Facebook se torna ainda mais grave quando levado em conta o fato de que plataformas como Whatsapp e o Facebook podem ter um impacto ainda maior nas eleições brasileiras do que nas americanas.
Sphere, a nova aposta da Meta contra a desinformação.
Graças à necessidade de mudar a imagem negativa em relação ao compromisso da empresa contra as fake news, a Meta tem investido em novas tecnologias para melhorar a transparência e barrar as notícias falsas em suas plataformas.
Recentemente a empresa divulgou sua nova arma no combate contra a desinformação. A inteligência artificial (IA) com nome de Sphere foi criada para auxiliar empresas na criação e compartilhamento de conteúdos verídicos. O recurso testa a veracidade dos conteúdos através de uma busca por inúmeras fontes, ao contrário dos métodos tradicionais que se limitam a poucas ou em uma única fonte.
A tecnologia ainda está em fase de testes. Atualmente a Wikipédia é a única cliente da Meta a utilizar essa ferramenta, mas a previsão é de que o Sphere seja o recurso mais completo do tipo no mercado.
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Referências
Este artigo foi escrito por Gabriel Pereira e publicado originalmente em Prensa.li.