O Projeto Adam: o novo "de volta para o passado"
”A humanidade não deve interferir na mecânica do universo.” - Louis Reed
Quem nunca teve vontade de viajar no tempo para consertar algum erro do passado? Tenho certeza que esse pensamento já deve ter feito uma visita na mente de cada um em algum momento da vida.
Entretanto, não era essa a vontade de Adam Reed, personagem interpretado pelo ator canadense, Ryan Reynolds e que também é um dos protagonistas principais do novo filme da Netflix e que está em primeiro lugar no top10 filmes, “O Projeto Adam''.
Para entender melhor o porquê dessa brilhante obra de ficção científica dirigida por Shawn Levy estar ganhando destaque e atenção do público, vamos buscar entender a sua narrativa com outros olhos.
Resumo do filme
O filme conta a história de Adam Reed, homem do futuro que pertence ao ano de 2050, e que acidentalmente, vai parar no ano de 2022, onde se depara com o seu eu mais jovem de 13 anos de idade que passa por um momento delicado na vida.
O objetivo de Adam era de ir até o ano de 2018 para encontrar sua amada, Laura , que supostamente desapareceu ao realizar uma destas viagens no tempo.
Ao mesmo tempo, Adam adulto e Adam jovem ( melhor chamar dessa maneira para não confundir haha), precisam enfrentar alguns inimigos que vieram do futuro que querem frear nossos protagonistas de realizarem seus objetivos.
Como os meus olhos enxergam essa obra?
Em primeiro plano, o filme estabelece uma relação de mãos dadas com a questão da linha temporal e o passado de Adam Reed, ou seja, entendendo a linha temporal o telespectador compreende a vida de Adam.
A linha temporal é dividida em 3 épocas diferentes: 2018, 2022 e 2050.
Em 2018, a viagem no tempo é criada pelo pai de Adam ( que ainda é bem pequeno) por meio de uma teoria que ele criou, e que coincidentemente, estava certa e todas as suas criações são patrocinadas pela amiga da família e colega de trabalho, Maya Sorian.
Em 2022, o pai de Adam sofre um acidente de carro que o leva a óbito no ano anterior a este. Adam e sua mãe ficam sozinhos, e este momento é marcante para ele, pois Adam possuia apenas 12 anos, fase transitória para a adolescência. Ele se fecha, e passa a se distanciar da sua mãe, o que a deixa triste com o tempo. E para complicar, Adam ainda é alvo de bullying por ser pequeno para sua idade.
Em 2050, Adam já é um homem crescido, maduro, trabalha na força aérea e que guarda feridas em seu coração devido à precoce ausência do pai. Foi em sua área profissional que conheceu Laura, seu amor. Nesse futuro, Maya Sorian se tornou dona da máquina do tempo que o pai de Adam criou.
Observação breve: Adam não sabia que seu pai havia criado a máquina do tempo até o desfecho final da história.
Certo, mas qual seria o X da questão? A resposta para isso é o tempo.
Durante o decorrer da narrativa, observamos que as feridas que o Adam adulto carrega é o reflexo da sua turbulenta infância que ele tivera. Embora o filme apresenta isso de um modo descontraído e divertido, arrancando risadas do público, a mensagem é leve e bastante reflexiva: quem somos hoje é o resultado da criança que ainda mora em nós.
“Passei 30 anos tentando fugir de quem eu sou, que é você.” - Adam adulto para Adam jovem
Outro ponto a ser colocado em mente é sobre o futuro. Diariamente, nós, seres humanos colocamos expectativas grandes em nossos amanhãs e em todo o nosso futuro, contudo, em uma cena onde Adam tem a oportunidade de ir para 2018 com o Adam jovem e ver o seu pai (para resolver o conflito principal da trama), Adam tenta dizer o que vai acontecer ao seu pai, mas ele nega saber sobre seu futuro, dizendo:
“Ninguém tem o direito de mudar o futuro, inclusive nós.”
O pai de Adam tinha a chance de mudar seu destino e evitar a morte, mas ele não o fez. Ele escolheu deixar o futuro no futuro, e aproveitar o seu tempo original: o presente.
O tempo não precisa ser usado para fins capitalistas, e sim ser utilizado para ser vivido intensamente ao redor de quem você realmente ama.
Esta é a principal mensagem escondida em todo o plano de fundo do filme: sinta o presente pois ele realmente é uma dádiva.
Nos vemos por aí querido(a) leitor(a)!
Beijos,
Sarah
Este artigo foi escrito por Sarah Gomes e publicado originalmente em Prensa.li.