O que é o Metaverso? Entenda como será o futuro da internet.
Não é de hoje que a humanidade imagina como será a junção entre o mundo real e virtual, a ideia de um Metaverso está enraizada no imaginário popular, sendo retratada em diversas obras como filmes, jogos e livros. Apesar da tecnologia atual ser extremamente mais evoluída que a de décadas atrás, o conceito de metaverso não é tão atual quanto parece.
Na verdade, essa ideia é mais antiga do que se pensa, podemos ver um claro exemplo disso no clássico “Tron - Uma Odisséia Eletrônica”, filme de 1982 onde é contada a história de Kevin Flynn, engenheiro de software, que decide se introduzir em um sistema chamado ENCOM e lá conhece Tron, um programa criado para proteger todo o sistema.
O termo metaverso foi criado pelo escritor Neal Stephenson em 1992, entretanto, graças ao fundador do Facebook inc. — recentemente renomeada para Meta —, Mark Zuckerberg, o termo se disseminou e hoje se trata de uma das maiores promessas para o futuro da internet.
• O Metaverso de Mark Zuckerberg.
• Ambiciosa junção entre VR e AR.
• Qual a utilidade do Metaverso?
• O que é NFT?
• Malefícios do Metaverso e do NFT.
Imagem: Reprodução/Freepik
O Metaverso de Mark Zuckerberg.
Com a promessa de ser o próximo passo evolutivo da internet, o Metaverso é a aposta mais ambiciosa do bilionário Mark Zuckerberg. Trata-se de uma plataforma que visa unir o mundo virtual ao mundo real, dispensando totalmente o uso de telas para isso.
O projeto foi anunciado em outubro de 2021 e desde então é um dos assuntos mais comentados, não apenas pelos aspirantes de utopias tecnológicas, mas também pelas pessoas normais, curiosas a respeito do projeto. Sem falar da enorme “bolha” cripto, que está a todo vapor nos projetos NFT para o futuro Metaverso.
Ambiciosa junção entre VR e AR.
O projeto se apoia em tecnologias de realidade virtual, como os óculos VR, e em tecnologias de realidade aumentada, como hologramas. É importante ressaltar que essas tecnologias, apesar de bem semelhantes, possuem diferenças em sua execução.
Realidade virtual
A realidade virtual ou VR é bem comum no mundo gamer, quem nunca ouviu falar dos famosos óculos VR ou dos coletes que transmitem sensações ao usuário? A realidade virtual se dá quando a tecnologia “transporta” a pessoa para dentro do ambiente virtual.
Para que a imersão funcione do melhor modo possível é preciso que todos os equipamentos sejam utilizados de forma correta, além de ser preciso estar conectado a um computador com internet, o que pode ser um pouco limitador.
Realidade aumentada
A realidade aumentada é o extremo oposto do VR, que se baseia em trazer o mundo virtual para o mundo real. Um exemplo claro disso são os filmes 3D, em que através de óculos especiais é possível ter a sensação do filme estar “saindo da tela”. Outro exemplo bem popular são os hologramas (ainda não tão futuristas quanto aos dos filmes, mas estamos quase lá.)
Realidade virtual e Realidade aumentada são duas faces da mesma moeda, embora diferentes entre si.
O Metaverso funcionará unindo essas tecnologias a fim de prover uma imersão digital total para o usuário.
Qual a utilidade do Metaverso?
Com a pandemia houve uma migração em massa para o meio digital. Impossibilitados de fazer reuniões, assistir aulas e se encontrar fisicamente, as pessoas procuraram meios de se reunir de forma segura, coisa que foi possível com os meios já existentes de comunicação. Entretanto, extremamente limitado.
O Metaverso veio para resolver isso, além de fornecer uma forma eficiente de reunir as pessoas. A promessa é de que seja criado um verdadeiro ecossistema totalmente virtual, incluindo com sua própria moeda. A meta já trabalha a um tempo no desenvolvimento da sua própria criptomoeda, a Diem.
Mas se há uma moeda, certamente irá haver comércio dentro do Metaverso e é aí que entra o NFT.
O que é NFT?
Apesar da má fama que possui fora da bolha de criptomoedas, os tokens não fungíveis conhecidos popularmente como NFT — sigla do inglês Non-Fungible Token —, vão muito além de apenas simples imagens de macacos que custam valores absurdos.
Imagem: NFT comprada pelo cantor Justin Bieber por US$1,3 milhão de dólares
O NFT se trata de um certificado digital gerado pela plataforma blockchain que assegura a autenticidade de determinado item digital.
Mas como funciona o NFT?
Para que um item seja considerado um token não fungível ele precisa receber da blockchain um certificado de autenticidade. Esse certificado se trata de um código único e imutável, apenas a NFT em questão terá aquela sequência, o que a torna única.
O processo de criação não é gratuito, o valor para gerar e validar uma NFT pode chegar a US $60,00.
NFT no Metaverso.
Por mais que o Metaverso ainda seja uma ideia recente e em desenvolvimento, já existe um grande mercado especulativo em torno das NFTs na futura plataforma. NFTs são totalmente virtuais, por conta disso são "inúteis" no mundo real, mas o cenário muda totalmente quando se trata do Metaverso.
Com a unificação do mundo real ao mundo virtual, os NFTs ganharão um novo significado. NFTs podem ser criadas de literalmente qualquer coisa, desde uma simples imagem de uma caneta até um tênis virtual e como no Metaverso as pessoas poderão ser simples avatares virtuais, os NFTs serão as customizações desses avatares.
Em 2021, o influenciador Gui Oliveira divulgou em seu instagram uma foto com seu novo par de Tênis NFT. (Foto: Divulgação/@gui.oliveira)
Além das customizações, a tecnologia será essencial para a economia do Metaverso. Até mesmo um terreno pode ser considerado um NFT e vendido como terreno virtual, além de casas, móveis e até mesmo pets. O Metaverso é um enorme terreno que provavelmente será dominado pelas NFTs.
Malefícios do Metaverso e do NFT.
Obviamente nem tudo são flores na vida e com a tecnologia não poderia ser diferente. Apesar do Metaverso ser uma grande promessa para o avanço da internet, alguns pontos devem ser observados quanto a essa tecnologia.
● Privacidade. Mark Zuckerberg e sua gigante empresa Meta já se envolveram em
muitos escândalos envolvendo privacidade e dados de seus usuários. Em 2018, cerca de 87 milhões de usuários tiveram seus dados vazados, causando ao facebook uma grande perda de valor de mercado. O Metaverso será ainda mais
intimamente ligado aos dados pessoais de seus usuários, o que pode apresentar um futuro risco.
● Centralização. A ideia de uma utopia dentro do metaverso pode sugerir um grande monopólio para a Meta. Sendo a única empresa, até então, a desenvolver um ambiente virtual tão grande e complexo, Mark Zuckerberg pode estar a caminho de ser o dono de um “pedaço” considerável da internet, o que foge totalmente da ideia do ambiente virtual ser uma terra de todos e de ninguém ao mesmo tempo.
● Vício. Como já abordado na obra Ready Player One de Ernest Cline, popularmente conhecido no Brasil como jogador N° 1, um mundo virtual ilimitado, somado a entretenimento e tudo que uma pessoa pode desejar, é um ambiente propício a um vício severo. Quando totalmente imersas no mundo virtual, as pessoas podem se desconectar ou até mesmo abdicar da realidade.
O Metaverso, juntamente ao NFT são tecnologias que prometem não só inovar mas mudar todo um conceito de mundo virtual. Em alguns anos nós teremos a WEB 3.0, que será totalmente diferente de tudo que temos até então, onde será difícil diferenciar o digital do real.
Este artigo foi escrito por Gabriel Pereira e publicado originalmente em Prensa.li.