O que não te contaram sobre APIs e Open Insurance
Na prática, isso significa que novos modelos de negócios serão desenvolvidos através das APIs abertas, para que empresas e aplicativos possam oferecer serviços integrados.
Pense em um app de controle de gastos, que se conecta diretamente com sistema do banco do usuário. É possível ter acesso a todo histórico desse usuário, através do código aberto, cuja plataforma acessa e capta movimentações financeiras do correntista de forma automática.
A organização financeira cria APIs abertas, liberando acesso a parceiros. Logo, desenvolve-se um movimento em torno da instituição, cujo objetivo é expandir os limites do negócio, criando ações que consigam atrair e fidelizar mais clientes.
Segundo um estudo da consultoria de tecnologia Capgemini, as demandas dos clientes vêm aumentando de forma exponencial nesses últimos anos. O fato acontece através de APIs lideradas por iniciativas digitais de seguros abertos, que trazem novas perspectivas de consumo.
O grande desafio dessas seguradoras é simplificar e agilizar processos, se conectando a um ecossistema digital maior de provedores de serviços, reguladores, parceiros de canal e InsureTechs.
Assim, combinam expertises para desenvolverem novas soluções de forma integrada, cada vez mais personalizadas aos seus clientes.
Cabe aos profissionais da área de TI viabilizarem uma experiência altamente diferenciada aos seus clientes, criando propostas de valor, atendendo ao estilo de vida e às demandas oriundas do mundo digital que está por vir.
Este modelo de inovação aberta chega ao Brasil para revolucionar o setor como nunca se viu antes, sendo um alicerce importante na corrida para continuidade da transformação digital dessas empresas.
E quando falamos de uma estratégia de inovação aberta, automaticamente entramos no campo das APIs, através de interfaces que permitem a construção de aplicativo para que os usuários possam desfrutar de suas funcionalidades.
Importante destacar também como elas podem estar conectadas e interligadas a diversos outros sistemas e apps, sem coibir ações ou mecanismos de eficiência desses sistemas.
Desafios do Open Insurance
São três pilares importantes de natureza desafiadora:
• Operacional;
• Estratégica;
• Cultural.
Operacionalmente, há muito a ser feito, desde o ajuste no modelo de comunicação via APIs, seguindo protocolos de segurança que garantam uma troca de informações seguras e ajustadas.
No âmbito estratégico, é necessário conhecer seus clientes profundamente, mapeando oportunidades, diagnosticando gaps, definindo com clareza quais serão os próximos passos, estabelecendo seu papel dentro desses ecossistemas.
Outro desafio não menos importante, é quando falamos da quebra de paradigma cultural. É necessária uma mudança de mindset para angariar novas oportunidades nessa arena de duelo. Não basta ter somente operações altamente eficientes, é preciso também ‘’linkar’’ estratégias hiper conectadas para obtenção de maior fonte de renda.
Esses insights são fatores desequilibrantes para nadar nesse oceano azul de oportunidades.
O papel das APIs no Open Insurance
Conforme explicado no parágrafo anterior, as APIs são a tecnologia que proporciona a integração entre diferentes sistemas. São responsáveis por criar ambientes para experimentação de novos modelos de negócios, desenvolvendo startups e provendo ecossistemas de inovação de ponta a ponta.
Com um detalhe importante: fazem isso através do Sistema de seguros abertos. Ele propicia compartilhamento mais eficiente de informação entre diferentes empresas, realizado de forma ágil, segura e certeira, e em compliance com a Lei geral de proteção de dados (LGPD).
Por meio das APIs disponíveis no ambiente do Open Insurance, as InsureTechs e grandes seguradoras podem experimentar, colaborar e alavancar soluções inovadoras, entendendo quais as principais dores de seus clientes e como solucioná-las de maneira mais ágil.
As Startups voltadas para o mercado de seguros também desenvolveram uma demanda insaciável por avanços tecnológicos neste setor. Tecnologias como Iot, BI, IA e a granularidade de dados já são realidade, e a tendência é o aumento em larga escala.
Um exemplo é o da insurtech inglesa Briisk, que capacitou e aumentou a distribuição de seguros da Travelsafe através de APIs, permitindo que os agentes de viagem se registrassem como afiliados.
Isso possibilitou que os agentes de viagem recebessem uma URL de afiliado personalizada, podendo ser compartilhada com seus clientes através de qualquer canal digital.
Com a URL individual rastreada, o pagamento da comissão para cada venda de apólice bem-sucedida foi muito facilitado.
O que isso representa?
Benefícios a todas as partes envolvidas. A Briisk, por exemplo, que conquistou mais capilaridade no mercado, pode ofertar seguros de viagens como parte de compra da viagem e seus afiliados podem criar fluxos de receitas de taxas, aumentando seu lucro.
Entenda como o Open Insurance revoluciona o mercado de seguros
Temos no Open Insurance o condutor responsável por mitigar riscos e oferecer aceleração diante de um cenário volátil, cada vez mais propenso à mudança e transformação. É por conta deste princípio a saída de uma modelo operacional robusto, para uma abordagem altamente tecnológica, com maior agilidade e integração.
Possibilita assim uma troca mútua que garanta interoperabilidade de produtos e serviços. E alcança novos fluxos de receita diante de um cenário onde o cliente decide quando e com quem deseja compartilhar seus dados.
Proporcionando a essas empresas condições de atingirem um nível mais elevado de maturidade digital, para que possam, no futuro próximo, tornarem-se seguradoras inventivas, capazes de integrar novas tecnologias a seus processos.
Como no caso da Lemonade, uma seguradora que lançou sua API pública, permitindo a qualquer pessoa vender suas políticas por meio de seus aplicativos ou sites.
O processo para oferecer seguro em um app, de forma instantânea, é um pouco burocrático, já que exige alguns requisitos, como licenças, tecnologia e capitais.
O lançamento dessa API tem como objetivo otimizar o processo, já que uma pessoa com pouco know how em codificação pode incluir esses recursos no seu aplicativo, em questão de horas.
Permitir a implementação e o compartilhamento de dados e APIs significa transformar jornadas digitais, promovendo colaborações, melhorando o gerenciamento de riscos e seguros, gerando fluxos de receitas inovadoras.
As seguradoras que estiverem dispostas a adotar novas soluções, ganharão vantagem na corrida da continuidade da transformação digital, sobressaindo-se nos próximos anos.
Este artigo foi escrito por Rainier Luidgi e publicado originalmente em Prensa.li.