Open Banking: como usar a tecnologia a seu favor!
Você muito provavelmente já deve escutado falar ou até mesmo lido em algum lugar algo como Open Banking, mas você sabe o que é?
Open Banking, ou Sistema Financeiro Aberto, nada mais é que um conjunto de normas e regras estabelecidas pelo BACEN (Banco Central do Brasil) que permite o compartilhamento de dados de clientes entre instituições financeiras, sejam elas bancos ou fintechs, através de integração entre seus respectivos sistemas.
O objetivo do Open Banking é que esse compartilhamento de informações entre as instituições financeiras gere um aumento da competitividade no mercado e também melhore a qualidade dos serviços oferecidos, o que pode resultar em serviços mais personalizados e com tarifas mais baixas.
Embora a tecnologia já seja realidade no dia a dia da população brasileira, oferecendo vantagens para todo o ecossistema do mercado financeiro e seus respectivos públicos e consumidores, muitas pessoas ainda não sabem com precisão do que exatamente se trata o tal Open Banking.
Segundo Thaíne Clemente, Executiva de Estratégias e Operações da Simplic: "Quando falamos de dados pessoais e financeiros, é natural que a gente se sinta ameaçado e surjam dúvidas e medos. Ninguém quer ter sua privacidade invadida ou ver seus dados sendo usados de forma inadequada. Por isso a importância de explicar à população o que o Open Banking significa. O sistema é uma evolução que beneficia toda a sociedade e, tendo essa clareza, todos ficam mais confortáveis para usufruir dessas vantagens”
Embora o Open Banking tenha como objetivo o compartilhamento de dados de forma aberta, não é tão aberto como se imagina e, por isso, é importante frisar algumas dúvidas frequentes por parte do público.
Suas informações são compartilhadas com segurança
O compartilhamento das suas informações bancárias estão unicamente em suas mãos. Ou seja, o compartilhamento entre as instituições só será possível após a sua autorização, que é realizada por meio digital, seja por meio do site da instituição, fintech e seguradoras, ou, através de aplicativos da mesma para celulares.
A opção que permite compartilhar as informações entre as instituições deve aparecer na tela do dispositivo que está acessando e, ao submeter a mesma, a instituição fará algumas perguntas de segurança para verificar o real interesse no compartilhamento de dados de cadastro e/ou transações que o cliente possua para/com a instituição que participa do Open Banking.
Em linhas gerais, o cliente tem total controle sobre quem pode, ou não, acessar os seus dados compartilhados - isso porque cada autorização é única para cada instituição. Todos os dados compartilhados estão segurados sob as diretrizes da LGPD e precisa de uma nova autorização a cada 12 meses.
Risco zero de exposição indiscriminada de suas informações pessoais
Uma das maiores inseguranças dos usuários em relação ao Open Banking é a exposição indiscriminada de suas informações. Em relação a isso, pode ficar despreocupado(a): conforme as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, a famosa LGPD, esse risco é minimizado e os dados são protegidos com total segurança. Além de, claro, todo o processo ser fiscalizado pelo Banco Central.
Os dados dos consumidores só serão compartilhados mediante o consentimento do mesmo, como mencionado acima. Existe uma medida de segurança em torno do compartilhamento de dados que acaba dando maior autonomia com relação ao que quer que seja compartilhado, com quem e até quando, podendo também revogar a autorização a qualquer momento.
Com o Open Banking, clientes tem acesso a crédito com maior facilidade
A tecnologia de cruzamento de dados entre instituições bancárias permite maior agilidade e menos burocracia para acesso a crédito ao cliente que utiliza o Open Banking.
No dia a dia, ficamos a mercê do score de Instituições de Risco de Crédito, como SCPC, Serasa e afins, para que a análise de aprovação de crédito seja feita. Mas, com o Open Banking, o histórico de suas transações pode facilitar e agilizar esse processo de aprovação e acesso ao crédito por instituições, oferecendo assim linhas de financiamento mais adequadas ao perfil do cliente.
Chega de ligações com ofertas indesejadas
Uma outra preocupação comum por parte dos consumidores é que, ao compartilhar seus dados, eles precisem também lidar com inúmeros contatos via telefone com ofertas que não são de seu interesse no momento.
Com o Open Banking, a tendência é que isso diminua cada vez mais, já que os serviços e produtos ofertados pelas instituições são planejados sob medida de acordo com o seu perfil. Mas uma dica plus para evitar ligações indesejadas com ofertas não solicitadas, é realizar o cadastro no serviço de Não Perturbe! da Anatel.
Este artigo foi escrito por Gabriel Nascimento e publicado originalmente em Prensa.li.