Quando o assunto é Open Banking, a pressão torna-se palpável, seja ela regulatória ou liderada por usuários. Afinal, o mercado está sendo aberto a novos participantes e mudando a forma de aquisição de produtos financeiros.
Especificamente na Europa, a Diretiva de Serviços de Pagamento Revisada (PSD2) está desencadeando uma transformação na forma como as organizações de serviços financeiros veem não só a si mesmas, mas também umas às outras.
Nos Estados Unidos, a Fintech Mint.com quebrou a intermediação realizada pelos bancos com os consumidores. Ao mudar a forma de relacionamento bancário com o cliente, a empresa já perturbou muitas figuras tradicionais do mercado.
O sucesso do Mint.com nos EUA ressalta o apetite de consumidores para agregação de conta ou Account Information Service Providers (AISPs), em linguagem PSD2.
Inaugurada em 2006, a empresa diz que sua base de clientes para agregação e serviços de finanças pessoais é superior a US$ 10 milhões. Os bancos tradicionais já estão sentindo os efeitos da competição, pois há uma série de proibições temporárias no que diz respeito ao acesso a dados angariados por esses serviços.
Sob as asas da PSD2, na Europa, essa proibição é ilegal, sendo apenas uma questão de tempo até que outros mercados globais sigam esta rota. Aqueles que tratam o Open Banking como uma oportunidade para redefinir e priorizar o que eles adicionam na cadeia de valor serão pioneiros de sucesso, vencendo tanto a curto quando a longo prazo.
A legislação europeia apoia a abertura de dados e um maior intercâmbio de informações entre as organizações prestadoras de serviços financeiros.
Essa necessidade de conduzir um conjunto mais aberto de práticas de negócios irá, por sua vez, acelerar a adoção do Open Banking. No entanto, a forma como as organizações irão abraças essas mudanças, pode ser determinante para moldar o futuro dos serviços bancários.
Abordagens comuns para o Open Banking
Com a crescente importância das APIs, instituições bancárias passam a perceber melhor as implicações e abordagens estratégicas. A conduta selecionada por uma organização, depende de sua história organizacional, contexto e, mais importante, como desejam sobreviver e crescer.
Em particular, para as grandes empresas, onde existem diferentes linhas de negócios e entidades, eles podem estar agindo com mais de uma abordagem em toda a organização.
O Open Banking é sobre fazer com que tudo seja vendável. Ele fornece uma nova maneira de aumentar a receita digital para os bancos que desejam pensar diferente”, conta Kristin Moyer, vice-presidente de pesquisa do Gartner.
Existem várias abordagens sendo adotadas por organizações que já possuem uma receita digital, mas são tentando compreender as inovações que o Open Banking apresenta.
Para alguns dos grandes bancos tradicionais, uma rota comum é abraçar investimentos em tecnologias existentes de forma completa e seletiva, os transformando para competir de forma eficaz.
O sucesso dessas transformações está em garantir que essas iniciativas de transformação não permanecem isoladas.
O mesmo desafio se aplica às organizações que já estão executando programas de modernização, com o intuito de atualizar ou substituir sistemas centrais. É importante ressaltar que qualquer investimento realizado por empresas na integração e implementação do sistema Open Banking, não deve ser descartado ou em vão.
Superando desafios
A PSD2, no fim das contas, é apenas uma dentre inúmeras iniciativas que surgiram com o objetivo de pressionar os bancos tradicionais. Em detrimento da adoção de novas tecnologias e novos processos de desenvolvimento, a implementação dessas novas resoluções torna-se um pouco mais complicado.
Em contrapartida a este pano de fundo está a velocidade de entrega dos serviços esperada dessas funções tecnológicas.
Desta forma, quando se trata de abordar PSD2 e Open Banking, quatro desafios devem ser enfrentados:
Mudança de cultura e tecnologia à prova de futuro Investimentos;
Contribuindo com valor para e da economia de API;
Lidando com a demanda crescente, nova e futura;
Banking-as-a-service: conectividade baseada em API.
Embora os bancos tenham amplamente construído seus sistemas de TI em compostos próprios, ao longo dos anos, um número crescente de serviços centrais e de apoio foi gradualmente movido para infraestrutura de nuvens privadas ou até mesmo públicas.
Da perspectiva de integração, dado os desafios voltados para a regulamentação e a segurança de uma abordagem pura de nuvem, hoje em dia, a integração híbrida é o caminho para progredir com velocidade, sendo que esta garante que os dados de sistemas legados locais possam estar integrados a dados em nuvem.
Lidando com a nova e crescente demanda, o desafio acima mencionado, é resolvido quando a capacidade atinge níveis críticos. Assim, a capacidade adicional pode ser aumentada rapidamente a partir da nuvem.
Abordagem baseada em APIs com três camadas
Os bancos têm necessidades de ligações complexas e entrelaçadas que exigem vários Blocos de construção de conectividade baseados em API. Agilidade e flexibilidade só podem vir de uma arquitetura multicamadas contendo três bases distintas:
Camada de sistema
Subjacente à todas as arquiteturas de TI, estas são essenciais sistemas de registro. Frequentemente, esses sistemas não são facilmente acessíveis devido à conectividade preocupações.
Aqui, as APIs fornecem um meio de esconder essa complexidade do usuário e um meio de acessar sistemas subjacentes de registro e expondo esses dados, muitas vezes em um formato canônico, enquanto fornece isolamento a quaisquer mudanças de interface ou racionalização daqueles sistemas.
Essas APIs também mudarão com menos frequência e será regido pela Central de TI, dada a importância do sistemas subjacentes.
Camada de processo
Os processos de negócios subjacentes que interagirem e moldarem esses dados, devem ser estritamente encapsulados e independentes dos sistemas de origem dos quais os dados são originados. Ele também deve segmentar canais por meio de quais dados devem ser entregues.
Camada de experiência:
Os dados agora são consumidos em um amplo conjunto de canais, cada um dos quais deseja acessar o mesmo dados em formas diferentes. Por exemplo, um banco caixa de agência, site de banco online e aplicativo móvel podem todos quererem acessar as mesmas informações dos clientes, mas cada um exigirá essas informações em diferentes formatos.
APIs de experiência são os meios pelos quais os dados podem ser reconfigurados, de modo que seja mais facilmente consumido por seu público-alvo, tudo de uma fonte de dados comum, em vez de configurar integrações point-to-point separadas para cada canal.
Perceber a conectividade baseada em API não é um objetivo discreto, mas sim um jornada contínua, bem como o próprio Open Banking. Além disso, é uma meta que só pode ser realizada em etapas e por meio de parceria com outras empresas.
*Texto adaptado do whitepaper "Open Banking and the future of financial service"
Este artigo foi escrito por Matthew Cameron e publicado originalmente em Prensa.li.