Open Banking não é uma fórmula mágica e para Daniel Shteyn, Chairman e Presidente da Supersim, o problema do mercado de crédito pessoal no Brasil está em sua estrutura e não serão solucionados simplesmente com a chegada do Open Banking, mesmo com os inúmeros benefícios desse sistema.
A perspectiva do credor: o Open Banking é um avanço qualitativo para acessar dados e assim avaliar pedidos de empréstimo. O Open Banking é um modo para acessar mais dados de um jeito melhor, mas esses dados não são recentes e já estão disponíveis.
Questões estruturais: taxas de juros são elevadas
Open Banking ajuda, mas não vai resolver todos os problemas: mais acesso a dados não irá garantir melhores decisões de crédito
No caso do Brasil, não pe necessário mais crédito, mas sim uma redução nas taxas para as classes A e B, o que vai refletir melhor o risco. Isso só vai acontecer por meio de uma competição focada em preço. Já as classes C, D e E desbancarizadas devem ser incluídas financeiramente e as sub-bancarizadas precisam de maior inclusão de crédito.
Daniel apresenta algumas estatísticas:
São 45 milhões de desbancarizados no Brasil
Destes, 39 milhões pertencem às classes C, D e E
40% da população brasileira está no negativo com relação ao crédito
O Open Banking no crédito pessoal da perspectiva do credor
Open Banking abre as portas para transações bancárias contidas no extrato bancário do cliente. Contudo, tais dados já estão disponibilizados em provedores SaaS ou por meio de implemetação proprietária. O benefício desse sistema quanto aos dados é quen estes poderão ser acessados via APIs, no lugar de uma captura de tela.
O acesso a API oferece benefícios como controle adicional, confiabilidade, conformmidade, robustez, segurança em um formato mais fácil de usar, com menor custo. Porém esse dados são apenas uma parte desse conjunto de informações gerais.
Como potencial fonte de dados Daniel menciona:
Extratos bancários
Pedidos de empréstimos
Dispositivos móveis
Agência de créditos
Social Media
Fonte de dados alternativas
E qual a receita do sucesso?
Para Daniel temos de focar nas necessidade de clientes pertencentes as classes C, D e E, já que sem foco é muito complicado atingir esse público. Existem 5 fatores que ajudam nesse sentido:
Empréstimos mais próximos a sua realidade: ajustar os empréstimos para os níveis de renda para baixo e o nível de risco para alto, adequando a taxa de juros, o valor da parcela e seu prazo.
Pedidos simplificados: processo de pedido de empréstimo com menos etapas e menos burocrático.
Comunicação adaptada: o modo de se comunicar é fundamental para que esse público compreenda o processo.
Lucratividade do negócio: focar na margem de contribuição, ao invés da margem total após alocação de custos fixos.
Análise de dados: use ferramentas de analytics.
Daniel também explana sobre a experiência da Supersim com os sub-bancarizados. Para o Chairman, seus clientes possuem preocupações específicas com crédito, que não incluem preço. A maioria dos consumidores da classe C e D tem uma conta bancária, mas não tem acesso aos produtos do crédito. O resultado são pontos fracos que se tornam oportunidades.
Quer entender mais sobre Open Banling ligado ao crédito?
Acompanhe a palestra de Daniel Shteyn para ver a solução da Supersim de acesso ao crédito e consequente inclusão financeira.
Este artigo foi escrito por Daniel Shteyn e publicado originalmente em Prensa.li.